Guilherme Marinho, Ascom/SEEDF
Mais de 200 alunos e vinte professores dos Centros Interescolares de Línguas (CIL) do Distrito Federal participam do 8º Fórum Mundial da Água (FMA). Esse batalhão é voluntário no evento que reúne pessoas de diversas nacionalidades, ajudando especificamente no acolhimentos dos estrangeiros que estão chegando.
Segundo Ivo Vieira Júnior, um dos coordenadores pedagógicos da central de línguas estrangeiras e centros de línguas da Secretaria de Estado de Educação do DF (SEEDF), o trabalho de voluntariado para o grande evento internacional começou no ano passado, com atividades preparatórias. “Houve todo um planejamento, todo um processo de formação nas escolas e também ofertadas pela ANA (Agência Nacional de Água) e pela Adasa (Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF) a esses estudantes. Eles vinham se preparando por todo esse tempo, para que nesse momento estivéssemos com cerca de 200 alunos de centro de línguas falando inglês, francês, espanhol, alemão e japonês; que são os idiomas ofertados nos centros de línguas”, explica.
Mais do que ofertar aos estudantes a oportunidade de praticar com estrangeiros a língua aprendida em sala de aula, a proposta do voluntariado no evento é integrá-los no debate sobre a água. Por isso, o treinamento apresentou temas relacionados à questão hídrica, como a escassez. “A ideia é internalizar nos jovens e professores que a água é finita, escassa e muito vulnerável”, resumiu Eliana Fortis, especialista em recursos hídricos e voluntária no comitê executivo do fórum.
Darcy Closs Neto é aluno do CIL de Brasília e viu bem a necessidade de estar inteirado do assunto tratado no evento. “Este fórum está sendo um grande desafio pra mim, porque exige, além do vocabulário normal, como comidas e direções, que eu saiba o nome dos palestrantes, o tema da palestra, além de precisar dominar os conceitos das palestras – sustentabilidade, política e meio ambiente”, completa o jovem de 17 anos, que participa pelo segundo dia do trabalho.
Beatriz Paganotte Muniz, de 16 anos e também aluna do CIL de Brasília, foi além e já está há três dias auxiliando os visitantes internacionais. “Foram dias mágicos, um atrás do outro. Foi cada vez melhor pra mim. Encontrei desafios que pude superar com o inglês que aprendi. E ainda consegui falar o idioma mais rapidamente”, comemora a adolescente. “Eles (estrangeiros) elogiam muito o nosso inglês”, finaliza, orgulhosa.
Para o coordenador Ivo, o significado desse fórum para os meninos é incrível. “Muitos deles não tiveram a oportunidade de contato direto com estrangeiros, e isso é algo que está abrindo um novo horizonte na vida desses jovens”, analisa. “É muito satisfatório ver que estudantes de escolas públicas, falantes fluentes de línguas estrangeiras, estão aqui neste momento representando os centros de línguas e a Secretaria de Educação”.
Este contato inédito foi o desafio encarado por Gustavo Alves de Oliveira, 17 anos. O rapaz, que participa pelo segundo dia do FMA, teve receios quanto ao seu desempenho. “Fiquei um pouco nervoso. Tive medo de travar ou errar uma palavra e eles não entenderem bem. Mas o resto foi muito gratificante”, conta, aliviado por ter cumprido bem o papel de interlocutor.
Como não poderia faltar, experiências inusitadas também estiveram presentes durante o serviço dos voluntários, inclusive esquecer o idioma nato. “A gente chega aqui preparado para falar em inglês. Depois de um certo tempo fica automático. E comecei a falar com brasileiros em inglês, que ficaram sem entender. Eu não conseguia voltar para o português”, se diverte Ana Carolina Ferreira Alves, de 18 anos e aluna do CIL de Santa Maria.
O 8º Fórum Mundial da Água – que pela primeira vez é realizado no hemisfério sul – teve o início oficial no sábado (18) e se estende até sexta-feira (23). O evento acontece no Centro de Convenções Ulyssis Guimarães e no estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garricha e espera reunir 7,5 mil pessoas de 150 países durante toda a programação.