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7/03/22 às 8h29 - Atualizado em 17/05/23 às 15h11

Tem vaga na Escola Bilíngue Libras

Escola de Taguatinga oferece ensino especial com língua de sinais a estudantes surdos

Thaís Rohrer | Ascom/SEEDF

 

Na rede pública de ensino, as asas do conhecimento tomam forma e fazem com que os estudantes surdos possam voar por vários caminhos na Escola Bilíngue Libras e Português Escrito de Taguatinga. Lá todas as aulas são dadas diretamente na Língua Brasileira de Sinais (Libras), sem a necessidade de um interprete para que a informação chegue até o aluno. A unidade atende todas as etapas de ensino, da educação infantil até a Educação de Jovens e Adultos (EJA). A boa notícia é que ainda há vagas para aqueles que queiram se matricular na escola para o ano letivo de 2022. Basta entrar em contato pelo telefone 3901-6741.

 

A possibilidade de estar em uma unidade bilíngue em Libras trouxe essa sensação de liberdade e abriu os horizontes para Jamile de Sousa. Ela está no 8º ano do Ensino Fundamental e veio para Escola Bilíngue de Taguatinga em 2017. “Eu me encontrei nessa escola. Eu achei uma maravilha porque consegui me comunicar melhor, tenho mais amigos, me sinto menos sozinha. Consigo entender melhor a matéria e explico a minha dúvida diretamente para o professor”, conta a estudante.

 

A estudante Jamile encontrou um mundo de possibilidades na Escola Bilíngue. Foto: André Amendoeira | Ascom/SEEDF

 

Jamile estava toda produzida para um dia comum de aula, tranças no cabelo, delineador nos olhos, unhas decoradas e muita alegria. A diretora da escola, Clissineide Caixeta, conta que isso é corriqueiro no ambiente escolar. Ela percebe essa expressão externa de Jamile como reflexo da felicidade que ela e vários outros estudantes do local sentem ao longo da jornada do conhecimento com o processo de crescimento intelectual e social proporcionado pela metodologia bilíngue.

 

É fantástico você ver a evolução desses meninos. É demais ver a pessoa chegar aqui com nível muito básico de linguagem e sair desenvolvendo Libras em casa, interagindo com os colegas no pátio e ensinando para outras pessoas”, destaca Clissineide Caixeta.

 

Dia a dia

 

A escola de Taguatinga tem 111 estudantes matriculados e uma equipe de 69 pessoas para atender essa demanda especializada. A unidade funciona no período diurno e noturno.

 

Todas as aulas são preparadas seguindo a Base Nacional Comum Curricular (BNC) e alinhadas ao Currículo em Movimento da rede pública, mas sempre com as adaptações necessárias ao público de estudantes surdos.

 

Além da Educação Básica, a unidade também oferece um trabalho diferenciado com estimulação precoce para crianças surdas de 0 meses até 3 anos e 11 meses de idade.

 

Troca de experiências

 

Os estudantes do 1º ano do ensino médio Kauã de Sousa e Gabriel Vicente aproveitaram o fim da aula para conversar com os colegas, jogar uma partida de pingue-pongue e ficar nesse clima de descontração. “Aqui é um espaço de amigos. A escola é grande, ampla e me sinto bem”, diz Kauã. Ele chegou na unidade em 2015.

 

Jamile, Gabiel e Kauã trocam vivências na escola. Foto: André Amendoeira | Ascom/SEEDF

 

Nesses momentos de conversas, os amigos aproveitam para trocar experiências sobre as futuras profissões e outras amenidades da vida. Kauã adora esportes e desenho. Ele pretende fazer faculdade de educação física e continuar com a paixão pela arte de desenhar. Já Gabriel, deseja cursar uma faculdade que tenha relação com a língua inglesa.

 

Eu gosto de inglês. Quero viajar e conhecer muitos lugares. A Escola Bilíngue começou a me ajudar nesse início do processo do conhecimento. Aqui é bom! Tenho muito apoio”, frisa o estudante Gabriel Vicente.

 

A diretora Clissineide acompanhava atenta a entrevista e animação dos estudantes contando suas. Ela chegou no local em 2003 e ficou completamente impactada com a trabalho desenvolvido na unidade, tanto que aprendeu a dar aula e Libras e nunca mais saiu dali. Em 2020, se tornou gestora da escola.

 

Ela resume a emoção de trabalhar com a educação especial: “É a paixão de professor mesmo. É muito bom ver que você ajuda a desenvolver a aprendizagem dessas pessoas. Quando você tem alunos ouvintes, o leque de professores é muito maior para esse público. Mas quando você trabalha com ensino especial, eu me sinto fazendo ainda mais a diferença porque sei que é um número reduzido de profissionais que atua com esses alunos. Aqui é meu lugar.

 

Clissineide Caixeita, diretora da escola: “Aqui é meu lugar.” Foto: André Amendoeira | Ascom/SEEDF

 

Nova Escola Bilíngue

 

A rede pública vai inaugurar a Escola Bilíngue Libras e Português Escrito do Plano Piloto, que será instalada na 912 Sul. A licitação para reforma do espaço deve ocorrer no primeiro semestre de 2022 e a expectativa é que obra comece ainda neste ano. Após iniciada, a reforma vai durar seis meses.

 

Educação especial

 

A rede pública do DF tem um total de 20.843 estudantes atendidos com algum tipo de deficiência. Dentro desse cenário, 1.056 são deficientes auditivos. A lista de Centros de Ensino Especial está disponível no link ↴

img-responsiva www.educacao.df.gov.br/educacao-especial

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