Iniciativa promoveu a troca de experiências acerca das práticas antirracistas nas escolas
Aldenora Moraes, Ascom/SEEDF
O berço da cultura nordestina em Brasília, a popular Casa do Cantador, recebeu nesta quarta (20), o Seminário “Educação em e para as relações étnico-raciais: compartilhando práticas pedagógicas”. O evento, que contou com aproximadamente 90 participantes, promoveu a troca de experiências acerca das práticas antirracistas nas escolas públicas do DF.
O subsecretário de Educação Básica, Helber Vieira, recitou versos da tradicional poesia de cordel para despertar a atenção sobre o tema. “O preconceito racial é sistêmico e conta com engrenagens que impedem avanços. É preciso promover sistemas que permitam ao estudante realizar todo seu potencial”, enfatiza.
O Seminário resultou de uma série de ações afirmativas realizadas durante o Mês de Combate ao Racismo na Escola. A iniciativa proposta pela Diretoria de Educação do Campo, Direitos Humanos e Diversidade (DCDHD) e pela Gerência de Educação em Direitos Humanos e Diversidade (GDHD) da Secretaria de Educação do DF (SEEDF) realizou oficinas pedagógicas que contemplaram o tema das relações étnico-raciais, bem como disponibilizou Caderno com sugestões de sítios, referências bibliográficas e material audiovisual sobre a temática.
De acordo com o diretor da DCDHD, Júlio César Moronari, “tratar as relações étnico-raciais é fundamental para enfrentar as relações de desigualdades estabelecidas e, consequentemente, do racismo estrutural”, salienta Júlio César.
Além da apresentação cultural dos estudantes do CAIC Santa Paulina do Paranoá, a assessora especial Janaína Almeida alertou sobre a necessidade de se desconstruir o racismo e garantir que os estudantes negros permaneçam nas escolas. A gerente da GDHD, Aldenora Macedo, também enfatizou a importância de uma educação que promova, respeite e reconheça a história e as culturas africanas e afro-brasileiras.
Professores das coordenações regionais de São Sebastião, Paranoá, Ceilândia e Gama apresentaram projetos desenvolvidos na rede pública de ensino, como “Negro sim, com muito orgulho!” e “Crespas e cacheadas”.
A professora Cristiane Sobral, da SEEDF, fez o encerramento cultural do evento. Em outubro deste ano, ela foi convidada a percorrer dez universidades norte-americanas, incluindo Harvard, compartilhando experiências e falando sobre suas obras literárias com a temática “Rasuras no cânone: Literatura negra”.
“A população negra ainda não está devidamente incluída nos espaços de poder. A educação é essencial para que essa inclusão possa acontecer”, defende Cristiane, que, além de docente, é também escritora, dramaturga, poeta e a primeira atriz negra graduada em Interpretação Teatral pela Universidade de Brasília (UnB).