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25/09/19 às 18h37 - Atualizado em 6/10/22 às 18h57

Seminário aborda a Escolarização da População em Situação de Rua

Formação capacita o professor a lidar com as especificidades no atendimento a esse público

 

Aldenora Moraes, Ascom/SEEDF

 

 

Foto: Luis Tavares, Ascom/SEEDF

À sombra de um pergolado coberto por folhas de árvores e debaixo de um pequizeiro, na entrada da Escola Meninos e Meninas do Parque (EMMP), os participantes do Seminário “A Escolarização e o Acolhimento da População em Situação de Rua na Secretaria de Estado de Educação do DF (SEEDF)” receberam, na tarde desta quarta-feira (25/09,) uma capacitação acerca das peculiaridades na oferta de ensino para essa população.

 

A comunidade escolar foi recebida pela trupe Nós da felicidade, formada por estudantes da EMMP, unidade escolar de natureza especial que atende cerca de 190 estudantes, entre crianças e adultos, além dos alunos sazonais. Atendendo a pessoas em situação de rua, a escola busca erradicar qualquer forma de exclusão, valorizando o respeito à diversidade humana e promovendo a inserção escolar.

 

Tendo abandonado a escola desde 2008, a aluna Michele Dias estuda há três meses na EMMP e atuou como mestra de cerimônias do evento. “Na rua estamos sujeitas a muitas situações difíceis. Voltar a estudar em um local onde me sinto tão acolhida tem sido maravilhoso. Desde que me descobri transexual, tive receio de voltar à escola. Hoje tenho perspectivas, quero trabalhar e toda essa mudança me aproximou de minha família”, conta emocionada.

 

A experiência de Michele vai ao encontro do objetivo da escolarização das pessoas em situação de rua. Segundo o subsecretário de Educação Básica, Helber Vieira, a educação tem um papel central na emancipação do outro. “Uma sociedade desigual exclui pessoas. É preciso exercer uma pedagogia do afeto e não se pode oferecer a esses estudantes nada menos que a excelência”, destacou Helber.

 

Nós atados: retalhos da vida

 

A diretora da EMMP, Amélia Cristina Araripe, elogia o talento do estudante Davi Santos. Luis Tavares, Ascom/SEEDF

 

Dos galhos das árvores pendiam histórias de vida narradas pelos alunos. Impressas em papel e coladas em tecidos as narrativas destacavam o protagonismo dos estudantes em contar suas trajetórias. “É preciso enxergar o estudante na sua diversidade. Perceber a vida latente em nossas salas e descobrir o talento que há por trás das vulnerabilidades”, salientou a diretora da EMMP, Amélia Cristina Araripe.

 

Um desses talentos é o estudante Davi Santos, que entusiasmou a todos com uma apresentação musical. De passagem pela rua como gosta de dizer, Davi destacou que não se pode esquecer o passado, mas é possível improvisar o futuro. Segundo Janaína Almeida, chefe da Assessoria Especial da SEEDF, para além do aspecto cognitivo, a escola precisa oferecer acessibilidade emocional para que o aluno tenha afeto, garantia de direitos e seja acolhido.

 

Educação para a paz

 

Os ex-alunos Rogério Barba e Mary Romão, da EMMP; a diretora Amélia Cristina Araripe e a gerente da GDHD, Aldenora Macedo, apresentam as peculiaridades no atendimento à população em situação de rua.

 

A formação contou com a participação da gerente de Educação em Direitos Humanos e Diversidade (GDHD), Aldenora Macedo, que salientou a importância de se fomentar reflexões acerca das violências reiteradamente vivenciadas por estudantes pertencentes a grupos sociais minoritários. Além da gerente e da gestora da EMMP, dois participantes especiais foram ouvidos pela comunidade escolar: os egressos da EMMP, Mary Romão, que hoje atua como educadora social na SEEDF e Rogério Barba, ativista cultural do DF.

 

Uma das macropolíticas do Plano Estratégico da SEEDF, a Educação para a Paz, incentiva as unidades escolares a construírem um ambiente fraterno e contribuírem para a formação de cidadãos com valores, respeito e solidariedade.

 

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