Málcia Afonso, Ascom/SEEDF
Nesta quarta-feira, 8/5, no Palácio do Buriti, com a presença do governador Ibaneis Rocha, os secretários de Educação, Rafael Parente, e de Relações Internacionais, Pedro Luiz Rodrigues, e o embaixador da França, Michel Miraillet, assinam o memorando de entendimento para a implantação da primeira escola intercultural bilíngue da Rede Distrital de Educação. A implantação das escolas Interculturais bilíngues, parte da Bandeira Excelência para Todos, do Educa DF, o plano estratégico para a educação no DF, começa pelo Centro Educacional Lago Norte (CEDLAN), escola de ensino médio em tempo integral (EMTI), onde os alunos aprenderão francês.
Rafael Parente informa que a próxima unidade beneficiada pelo projeto será o Centro de Ensino Médio 03, de Taguatinga, onde a língua-alvo será o espanhol. O memorando de entendimento com a Embaixada da Espanha está em fase final de redação. A implantação total do projeto, em cada escola da Rede que fizer parte dele, será executada em etapas, ao longo de três anos. A articulação com as embaixadas para a realização das parcerias teve a participação da Secretaria Extraordinária de Relações Internacionais.
O secretário destaca que o projeto faz parte da estratégia de fortalecimento do ensino médio, a etapa com os indicadores educacionais mais baixos. Com a nova perspectiva trazida pelo aprendizado e convivência que outra cultura traz, existe a intenção de incentivar os alunos a permanecerem na escola até o fim do ciclo básico e saírem melhor preparados para seguirem seus projetos de vida.
“As pesquisas mostram que os ganhos do bilinguismo vão para além do aprender uma nova língua. Há ganhos cognitivos. Os estudantes que aprendem uma nova língua aprendem melhor também as demais disciplinas, além de proporcionar a eles diferentes pontos de vista para enxergar o mundo”, afirma Rafael Parente.
Em julho, começará a capacitação dos professores, que será realizada pela Aliança Francesa e seguirá ao longo dos três anos. Todos os professores terão aulas de francês, mas só precisa ter domínio do idioma quem for lecionar francês. Nem todos precisam dar aulas na língua-alvo.
Neste primeiro momento, só precisam conhecer bem o idioma os professores que vão lecionar francês, aos demais serão exigidos apenas rudimentos, como prestar cumprimentos, ver as horas etc. “É importante que todos se envolvam no clima bilíngue que se formará na escola”, diz David Nogueira, gerente da Bandeira Excelência para Todos e responsável pelo projeto das escolas bilíngues.
No fim desse mesmo mês, os alunos passarão a frequentar as salas de vivências, que são espaços que fogem do formalismo das salas de aula tradicionais, com itens como objetos decorativos e sofás, no lugar das carteiras. Essas aulas serão três vezes por semana, no contraturno, para contato com o idioma.
“Nas salas de vivências, as turmas devem ter no máximo 20 alunos, focados principalmente em conversação”, esclarece David.
No próximo mês de agosto, terão início projetos no contraturno sobre a cultura e a história da França, com aulas em português. No primeiro semestre do ano que vem, haverá a primeira oficina de componente curricular (disciplina) na língua alvo, a ser definido posteriormente. No segundo semestre de 2020, já haverá aulas no turno regular em francês, também em um componente a ser selecionado. No segundo semestre de 2021, todos os componentes ministrados no contraturno serão ofertados em francês, enquanto para o turno regular parte das disciplinas será ministrada no idioma estrangeiro.
A vice-diretora Isabella Barbosa Araújo, na equipe gestora do CEDLAN desde 2017, destaca a importância da iniciativa: “Acredito que o projeto bilíngue será de grande valia. A escola atende uma comunidade de baixa renda, que precisa de qualificação para o mundo do trabalho. Nessa perspectiva, o aprendizado de outro idioma torna-se um diferencial, além de elevar a autoestima do estudante e oportunizar a imersão em outra cultura.”
O Centro Educacional Lago Norte foi selecionado por ser uma das unidades que apresenta problemas em relação aos indicadores educacionais. A escola atende 360 alunos de ensino médio no diurno, que são os participantes do projeto, além de outros 94 no noturno e 151 na educação de jovens e adultos (EJA). A clientela vive em comunidades vulneráveis, sendo 85% do Varjão e os demais basicamente do Itapoã e Paranoá. O perfil de situação de risco social envolve realidades adversas, como violência familiar, bullying e uso de drogas. A renda familiar média é inferior a dois salários mínimos e a maioria não recebe auxílio de programas sociais.
Em termos de infraestrutura, a escola possui uma área de 33.000 m², com 10.000 m² de área construída, que conta com laboratórios de informática, química, física e biologia, salas de vídeo, leitura e de artes, quadra coberta e campo gramado, entre outros.
Período |
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Etapa |
08/05/2019 | – | – Assinatura do Memorando de entendimento. |
31/06/2019 | – Assinatura do Termo de Cooperação. | |
29/07/2019 | – Implementação da sala de vivência.
– Início da formação dos professores. |
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5/08/2019 | Início do projeto sobre a cultura e a história da França, com aulas em português. | |
1º sem 2020 | – Seguimento da formação dos professores.
– Início da primeira oficina de componente curricular, em francês, no contraturno. |
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2º sem 2020 | – Seguimento da formação dos professores.
– Início da segunda oficina de componente curricular, em francês, no contraturno. |
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1º sem 2021 | – Seguimento da formação dos professores.
– Introdução de um componente curricular, em francês, no turno regular. |
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2º sem 2021 | – Todos os componentes curriculares do contraturno ofertados em francês, para alunos do 2º e 3º anos.
– Alguns componentes curriculares do turno regular ofertados em francês. |