Em breve, ano letivo será computado por meio de aulas pela plataforma, televisão e por material impresso
Rossana Gasparini, Ascom/SEEDF
Edição: João Alberto Ferreira, Ascom/SEEDF
A professora de matemática Paloma Piorno Baltore dá aulas na rede pública de ensino há 10 anos. Apesar de já usar tecnologias na rotina dos estudantes, será a primeira vez que vai dar aulas e realizar avaliações totalmente mediadas por tecnologias. Assim será para ela, que é professora de 260 alunos de 3º ano do Centro de Ensino Médio Paulo Freire, e para os cerca de 30 mil professores da rede, efetivos e temporários, que aderiram à modalidade de teletrabalho. A retomada do ano letivo 2020 será no próximo dia 29. Todas as atividades realizadas pela plataforma Google Sala de Aula, pelas teleaulas e materiais impressos vão valer como horas letivas.
Toda a rede pública de ensino do DF já está funcionando de maneira remota. Professores e estudantes estarão distantes, mas juntos nas aulas virtuais, por meio das tecnologias. Será cada um em sua casa. Todas as escolas vão funcionar remotamente. Os gestores nunca interromperam sua rotina, mas os demais profissionais que colocam as escolas para funcionar retornaram ao trabalho no início de junho.
No retorno às atividades pedagógicas validadas, profissionais como a professora Paloma serão peças fundamentais para a volta ocorrer de forma organizada, a fim de atender bem aos 500 mil estudantes da rede – incluídas na conta as instituições parceiras.
Em cada uma das quase 700 escolas públicas estão sendo formados comitês locais, que serão denominados “comitê prepara”. Eles farão as articulações junto aos comitês prepara central e regional para o retorno às atividades educacionais mediadas por tecnologia, que, agora, contarão como horas letivas. Das três opções, plataforma, teleaulas e impressos, só o Google Sala de Aula faz avaliações. As avaliações das duas outras modalidades serão feitas em impressos. Os estudantes ou seus responsáveis pegam o material na escola e entregam após um prazo combinado com os professores.
Esta semana de 22 a 26 de junho está sendo dedicada à preparação para receber os estudantes. “Agora estamos em reuniões de planejamento pedagógico e acredito que o nosso maior desafio será verificar se todos os estudantes terão acesso ao conteúdo para poder avaliá-los ou ajudá-los no aprendizado”, explica a professora.
Desde o início da suspensão das aulas, no meio de março, há cem dias, Paloma organizou uma rotina de atividades com os seus alunos, especialmente porque estavam preocupados com as provas dos vestibulares, e assim descobriram um mundo de aplicativos e programas que podem agregar conteúdo às aulas. Ela até comprou equipamentos para que os conteúdos pudessem ser repassados aos estudantes da melhor maneira.
“Acredito que as tecnologias me deixaram mais próxima dos meus estudantes, passei a conhecê-los melhor, principalmente os mais assíduos. Isso foi muito interessante, porque passei a conhecer a rotina deles, as necessidades que passam, as angústias que possuem. E isso impacta no modo como a gente deve ensinar”, conta Paloma.
A contabilização dos dias/horas trabalhados pelos servidores em teletrabalho, por atuação na plataforma, na central de atendimento, na produção das teleaulas ou na produção de material impresso será feita pela folha de ponto e pelo controle de frequência. A validação será por meio de Relatórios de Atividades e pelo acesso ao Escola em Casa DF via Google Sala de Aula, com emissão de planilha de controle de entradas e saídas.
O Relatório de Atividades deverá ser registrado/assinado semanalmente, via SEI, e validado pelo coordenador pedagógico e pela chefia imediata, que atestará a frequência do servidor mensalmente. O relatório será anexado à folha de ponto do servidor.
O controle de horas trabalhadas também poderá ser monitorado pelos registros no Diário de Classe Web ou na Ata Web preenchido no Sistema i-Educar. Os gestores das unidades escolares devem realizar o acompanhamento remotamente do desenvolvimento das atividades dos servidores de cada unidade.
Os servidores devem destinar suas cargas horárias de trabalho, em sua totalidade (40h, 30h ou 20h semanais), para a realização das atividades não presenciais validadas.
Monitores e Agentes de Gestão Educacional, com exceção daqueles que atuam nas atribuições gerais do cargo, nesse momento, ainda estarão com as atividades suspensas. Isso se deve à incompatibilidade de realização das atividades em teletrabalho, enquanto durarem as restrições sanitárias que limitam a presença física nos espaços educacionais.
Já os Agentes de Gestão Educacional – Vigilância devem continuar cumprindo as atribuições nas escolas. Os servidores que atuam nas atividades administrativas das escolas também devem atuar em teletrabalho.
Para os professores temporários substitutos em regência, a validação do teletrabalho será realizada da mesma maneira que para os efetivos. Os professores temporários substitutos são contratados pela Secretaria de Educação para suprir as demandas relacionadas a afastamentos legais, como licenças médicas, licença paternidade e maternidade, afastamento para estudos e ainda afastamento para gestão (diretores, vice-diretores, coordenadores).
As instituições parceiras – creches conveniadas e Centros de Educação da Primeira Infância (CEPIs) – seguem o Calendário Escolar da rede pública de ensino do Distrito Federal, portanto, retornarão às atividades validadas, de forma remota, a partir de 29/06. Os funcionários dessas instituições privadas são contratados por elas de forma direta, por meio de contrato de trabalho celetista (Carteira de Trabalho). Dessas forma, cada mantenedora tem autonomia para estabelecer como será a atividade remota dos funcionários. A Secretaria de Educação orienta e fiscaliza apenas o cumprimento correto do Calendário Escolar.
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