Aldenora Moraes, Ascom/SEEDF
Dez mil reais! O cheque exposto na entrada da escola desperta a atenção dos meninos e meninas do Centro de Educação Infantil 307 de Samambaia. Esse foi o prêmio que a unidade escolar e o Centro de Ensino Fundamental 411 receberam pelas excelentes práticas que mesclam educação financeira, gestão de recursos financeiros, transparência de gastos e controle.
A premiação oferecida pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), por meio do projeto Transparência nas Escolas é Legal, estimulou a participação dos estudantes e da comunidade escolar.
Além das duas escolas premiadas, seis outras da Coordenação Regional de Ensino de Samambaia participaram da disputa e receberam R$ 1,5 mil.
A iniciativa contou com o apoio do coordenador da regional de ensino de Samambaia, Cícero Elivan. “Acreditamos que todo princípio de democracia deve ser incentivado na escola. A sociedade brasileira tem tido gradativas e notáveis transformações no modo de acompanhar os gastos públicos e as escolas não poderiam estar alheias a tais transformações”, avalia Elivan.
O projeto vencedor, Transparência e Ludicidade, do CEI 307, contou com a participação de aproximadamente 390 estudantes, de 4 e 5 anos. “Temas como patrimônio público, gastos e recursos foram trabalhados em sala pelas professoras. Também houve uma reunião com a comunidade escolar para pensarmos nas estratégias que utilizaríamos”, revela a vice-diretora Aurilene Lima.
Para ela, mais que o prêmio em dinheiro, o principal ganho das crianças foi o verdadeiro exercício da cidadania. “Para que eles saibam, de fato, que as coisas não vêm de graça, eles precisam cuidar do que têm”, assevera Aurilene.
O processo de transparência que permite o envolvimento da comunidade escolar nos gastos e na prestação de contas foi elogiado pelo economista Angeilton Faleiro, do Conselho Regional de Economia. “O conceito de demanda e oferta permite compreender que os recursos são finitos e os desejos, por outro lado, são infinitos. Saber alocar tais recursos de forma eficiente é fundamental para o bom funcionamento das escolas”, destaca.
No CEF 411, o projeto Quanto Vale o Futuro do Brasil capacitou representantes de turmas sobre noções de prestação de contas. Por meio das ações efetuadas pelos alunos foi possível chegar ao valor de R$ 7.159,80, que representa R$ 596,65 por mês, por estudante, e manifesta o investimento do Estado na educação.
Agora, os estudantes têm outro desafio, discutirem no que o dinheiro do prêmio será revertido. “É o segundo momento do projeto, pois vamos trabalhar com o conceito de coletividade. Algumas turmas querem mudanças na sala de aula, mas é preciso pensar em todos. O que é bom para você, pode também ser para os outros”, comemora Aureni.