Diretora da Escola Classe Aspalha é vice-campeã do Campeonato Sul-americano de Paracanoagem
Thaís Rohrer, Ascom/SEEDF
Uma história de superação une educação e esporte na vida de Aline Furtado, professora da rede pública. Ela se divide entre a direção da Escola Classe Aspalha, no Lago Norte, e atleta de alta performance. O mais recente resultado no esporte veio com 2º lugar no campeonato Sul-americano de Paracanoagem, realizado de 17 a 19/12, na cidade de Montevidéu, no Uruguai.
O amor pela paracanoagem é recente, começou em 2021, quando Aline conheceu o esporte. Ela iniciou os treinos depois de um encaminhamento feito pela Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação devido a sua lesão medular.
Com apenas noves meses de treinamento para competições, Aline competiu duas vezes e, em ambas, subiu no pódio. Ela se classificou em segundo lugar para o Sul-americano no Campeonato Brasileiro de Canoagem Velocidade e Paracanoagem, que ocorreu em Cascavel-PR. Atualmente, o tempo de Aline só está abaixo da atual medalhista olímpica do Brasil na modalidade, Mari Santilli.
A história de superação de Aline pode ser contada por diversos ângulos. Após um grave acidente automobilístico, aos 18 anos de idade, ela teve de se reinventar e aprender a executar vários movimentos devido a uma lesão medular. Após anos de tratamento, conseguiu recuperar parte dos movimentos e libertou-se das cadeiras de rodas. Atualmente, tem limitações nos movimentos do pé.
A vida de atleta e diretora é exigente. Às 5h30 já está treinado no Lago Paranoá e por volta de 7h30 está na escola para acompanhar a entrada dos estudantes. Depois segue com as obrigações de gestora. O segundo turno de treinos ocorre todos os dias, sempre após a saída do trabalho.
Não há conquista sem falha!
A importância do erro para o crescimento. Eis uma máxima do esporte que Aline faz questão de trazer aos estudantes para desenvolver as habilidades emocionais.
“O erro não é para ser entendido como um fracasso. O erro faz parte o tempo do nosso crescimento. E erro também está presente na nossa sala de aula. A criança pode enxergar o erro como um total fracasso e a gente enquanto adulto, nem sempre tem aquele toque, aquela sensibilidade de mostrar que não é assim. Isso ficou muito nítido para mim com a paracanoagem. Você tem que enxergar o outro simplesmente como um ser humano. O erro faz parte do processo. A gente não vai acertar sem errar. Há todo um processo sendo construído até a conquista”, destaca Aline.
A professora conta ainda que, especialmente para crianças na faixa etária como as da Escola Classe Aspalha, de 6 a 10 anos, o exemplo é um dos mais fortes motivadores. Ela aproveita essa oportunidade para incentivar valores importantes do esporte e iniciar algumas atividades de psicomotricidade com os alunos. Os estudantes da unidade praticam atividades físicas no turno contrário na Escola Parque da 210 Norte.