Educação do Campo na rede pública integra ensino e vivências cotidianas
Thaís Rohrer, Ascom/SEEDF
Contato com a natureza, ar puro, trilhas ecológicas e vivência com vários dos elementos ensinados nos livros. Essa é a proposta que Educação do Campo oferece aos estudantes de regiões distantes das áreas urbanas no Distrito Federal. A rede pública faz adequações na organização curricular e pedagógica para atender as necessidades dos que frequentam as escolas do campo. Aspectos culturais, econômicos, ciclos de produção, condições climáticas e tradições da comunidade camponesa são os assuntos que integram o dia a dia das salas de aulas dos quase 25 mil estudantes dessas unidades no DF.
A Educação do Campo é uma modalidade da Educação Básica pensada para crianças, adolescentes e adultos que vivem longe da área urbana. Atualmente, contempla 80 escolas, divididas em 10 Coordenações Regionais de Ensino. Confira ↴
A Escola Classe Monjolo, localizada na área rural de Planaltina, é uma das unidades do campo da rede pública do DF. Lá, 107 estudantes estão matriculados no ensino fundamental e na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Eles participam de trilhas ecológicas, projetos ligados à sustentabilidade, cultura, entre outras atividades.
“Plantamos sonhos na vida dos estudantes do campo. Mostramos que por meio da educação eles podem conquistar muitos objetivos. Eles têm a oportunidade de enxergar várias possibilidades a partir das pequenas riquezas que envolvem a comunidade em que vivem. Nossa atuação acaba indo além dos muros da escola”, revela Vânia Braga, vice-diretora da Escola Classe Monjolo.
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A horta é um dos ambientes que o estudante do 5º ano Emanuel de Sousa, 9 anos, mais se identifica na EC Monjolo. O local tem temperos e hortaliças, plantados pelos alunos, que são utilizados na alimentação escolar. “Eu gosto muito da escola, das amizades e da comida feita aqui”, destaca o aluno, que sonha em ser cozinheiro.
Alfabeto Monjolo
As unidades escolares do campo da rede pública trabalham com a Proposta Didática para Construção de Inventário Social, Histórico e Cultural das Escolas do Campo. A ideia é mostrar que cada uma delas é parte integrante da comunidade. O objetivo é que o estudante seja protagonista do processo. Ao observar as características singulares do local onde vive, ele reflete sobre as formas de organização, identidade cultural e relação de pertencimento à comunidade.
O projeto Alfabeto Monjolo também faz parte dessa proposta ao utilizar aspectos do cotidiano das crianças da Escola Classe Monjolo para ajudar na alfabetização. “Usamos elementos familiares que têm significação para eles e a partir daí fazemos associações e relações para ampliar o vocabulário e conhecimento das crianças”, destaca a professora Lucilei Coimbra.