Comissão Permanente para discutir e propor ações contra a violência, se reuniu pela primeira vez nesta quinta (4)
Soraia Cantanhede, Ascom/SEEDF
Mais de um ano depois de ter sido criado, em março de 2022, o Plano pela Paz nas Escolas continua em atividade. Só que agora, o planejamento das ações para promover a paz nas unidades escolares da rede pública de ensino do Distrito Federal será permanente na Secretaria de Educação do Distrito Federal.
Nesta quinta-feira (4), os membros da Comissão Permanente pela Paz nas Escolas da rede se reuniram pela primeira vez, na sede da Secretaria de Educação. O grupo é formado por servidores da Pasta, das diversas Subsecretarias, Diretorias e do Gabinete.
A partir de agora, as reuniões serão semanais, para aprimorar o planejamento e o enfrentamento às denúncias de violência nas unidades escolares. A Comissão Permanente substituirá a Comissão para Implementação e Operacionalização do Plano de Urgência pela Paz nas Escolas, criada em caráter de urgência quando começaram a surgir os casos de violência no ambiente escolar no ano passado.
Durante a reunião, o grupo destacou que as ações ocorridas desde março de 2022 trouxeram grande contribuição para a redução dos casos de violências registrados dentro das unidades escolares do DF.
“Não existe violência na escola, mas contra a escola e toda a comunidade escolar”, disse o coordenador da comissão, o professor Tony Marcelo Gomes. “O que nós identificamos foi a diminuição dos casos de violência ocorridos dentro das escolas e um aumento de ameaças virtuais e ameaças nas mediações das escolas”, concluiu o coordenador.
Ao longo do ano passado, foram realizadas conversas com os estudantes sobre os preceitos dos direitos humanos, diversidade, igualdade e respeito. Esse diálogo tem reforçado a cultura de paz nos ambientes de aprendizagem.
Além do trabalho feito dentro das escolas, a secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, destaca que um dos atores de grande relevância nas ações de paz nas escolas é a família. “É preciso trazer a família para dentro da escola. Por isso, pedimos ajuda aos familiares, para que estes conversem com seus filhos, observem os comportamentos deles, vistoriem a mochila, os celulares. Precisamos contar com mais esse apoio que vem de dentro da casa dos nossos estudantes”, enfatizou.
Quando uma situação de violência acontece dentro da escola, o diretor, imediatamente, entra em contato com a Comissão, para que possa ser dada a melhor solução ao caso concreto. É assim que tem funcionado, na prática, o apoio aos casos que são relatados pelos representantes escolares.
A servidora Larissa Vargas Brandão, integrante da Comissão, ressaltou a importância de reconhecer as microviolências que estão enraizadas no cotidiano da comunidade escolar, como forma de lutar contra essa estrutura. “As violações de direitos humanos estão sempre ligadas à alguma violência que, muitas vezes, é estrutural. São violências que estão em nosso comportamento e que são assimiladas por nós, sem que a gente perceba, como racismo, machismo, xenofobia, aporofobia, que é você discriminar alguém pela sua condição de pobreza”, avaliou.
A criação da comissão assegura a prevenção e o enfrentamento das condições geradoras de violência nas unidades escolares, bem como o fortalecimento do papel social da escola na promoção da paz, da cidadania, da solidariedade, da tolerância e do respeito ao pluralismo e à diversidade étnica, religiosa, de gênero e cultural, dentre outros.