João Gabriel Amador, Ascom/SEEDF
Dar voz e inserir o jovem nas tomadas de decisão. Essa é uma das premissas do protagonismo juvenil, tema escolhido para a segunda edição do “Papo Reto”, realizada nesta terça-feira (28/5).
Para conversar sobre o assunto, o secretario de Educação, Rafael Parente, reuniu educadores, pesquisadores e, claro, estudantes. Dessa vez, foram convidadas escolas das regionais de ensino do Núcleo Bandeirante (CED Agrourbano, CEM Urso Branco e CEM 01) e de Samambaia (CED 619 e CEM 304).
Rafael Parente deu início à conversa perguntando aos convidados o que entendiam por protagonismo juvenil e se poderiam dar exemplos de ações que promovem o empoderamento dos jovens.
A educadora e rapper Vera Veronika destacou como a música pode ser um caminho para dar voz à juventude. “Não dá para cantar o rap de outra pessoa. As canções trazem as histórias vividas, seu próprio protagonismo, às vezes, mesmo sem saber. Dessa forma, lutamos por espaços, políticas públicas, educação”, afirmou a idealizadora do projeto RAPensando, que leva a cultura do hip hop para as escolas.
A co-presidente do Movimento Mapa da Educação, Isabella Rozzino, também esteve no palco e ressaltou a importância do jovem no cenário nacional. “O Brasil precisa de políticas públicas para mudar. Mas só conseguimos construir essas políticas com a participação efetiva do jovem”, pontuou a pesquisadora.
O secretário Rafael Parente exemplificou políticas inclusivas atuais. “Hoje em dia temos a lei de gestão democrática, que prevê a participação de todos, inclusive dos estudantes, nas decisões tomadas nas escolas”.
Na mesma linha de pensamento, o secretário da juventude do DF, Leonardo Bijos, apontou o estreitamento das relações entre estudantes e governo como forma de fortalecer o protagonismo dos jovens. “Às vezes, parece que os governantes estão muito longe. Mas é preciso perder essa ideia. A construção de uma realidade diferente depende da união, da voz de todos. E a educação é a melhor forma de diminuir abismos da nossa sociedade”, argumentou Bijos.
Os estudantes também puderam falar sobre experiências de êxito nas escolas, como o grêmio estudantil do CEM Urso Branco e a ausência de muros no CED Agrourbano. “Acho que esses projetos criam grupos de empoderamento e dão voz ativa para a gente”, ponderou Ana Luísa, uma das alunas presentes.
Após a primeira rodada de conversa, os convidados deram espaço para o grupo de dança do CED 04, de Sobradinho, que fez uma apresentação de street dance, agitando os presentes.
No segundo momento, subiram ao palco o rapper e ator Marquinho do Tropa e a ativista e embaixadora da Rede Mulher Empreendedora, Daniela Estevam. Vencedor do prêmio de melhor ator do Festival de Brasília com o filme “Branco sai, preto fica”, Marquim relembrou o início de sua trajetória dentro do ambiente escolar. “Só cheguei onde estou porque o diretor da escola promovia um intervalo orientado, em que podíamos cantar e dançar. Foi lá que comecei com o rap. Isso mostra como é importante dar voz aos jovens”, relatou.
Além das artes, a ativista Daniela Estevam apontou outros caminhos para o protagonismo dentro e fora da escola. “As outras pessoas não vão resolver nossas demandas se não exigirmos. Uma das minhas sugestões é buscar projetos sociais variados. O voluntariado também é uma forma interessante de mudança e ainda conta para vagas em cursos internacionais, por exemplo”.
Ao final, Rafael Parente pediu para os estudantes presentes sugestões de mudanças nas escolas e falou sobre as medidas da Secretaria de Educação para trazer melhorias no ensino.
Estudantes, educadores e demais interessados podem sugerir nas redes sociais da SEEDF o tema do próximo “Papo Reto”, previsto para o final de junho. Vale lembrar que todos podem acompanhar ao vivo e participar da conversa por meio das página do EducaDF no Facebook.