Cerca de mil estudantes, além dos professores e familiares, participaram das ações nas escolas públicas
Aldenora Moraes, Ascom/SEEDDF
A dona de casa *Geralda sofreu uma tentativa de homicídio, enquanto dava banho na filha caçula. O agressor era seu próprio marido e pai de seus oito filhos. “Por um milagre sobrevivi. Uma vizinha me ajudou e pude sair de casa”, conta. Somente neste ano, 30 mulheres foram vítimas de feminicídio no DF. Para mudar essa realidade, a Lei nº 6.325, de 10 de julho de 2019, instituiu a Semana Maria da Penha vai à escola.
A iniciativa busca disseminar o conhecimento no âmbito escolar acerca da Lei nº 11.340/2006 e da Lei nº 13.104/2015, que tipifica o feminicídio, assim como propiciar reflexões sobre os diversos tipos de violências contra a mulher.
De acordo com o subsecretário de Educação Básica, Helber Vieira, “a escola contribui ativamente para a formação de uma nova geração de cidadãos que compartilham valores e atitudes que não mais toleram a violência contra a mulher sob qualquer pretexto. Nossas ações na secretaria vão ao encontro desse desejo social”, destaca Helber.
A parceria entre a SEEDF e o Núcleo Judiciário da Mulher (NJM), do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) percorreu 30 escolas, com a participação de dez coordenações regionais de ensino (CRE). Durante a Semana que foi realizada entre 25 e 29/11, também foi criado um banco de profissionais que foram às escolas ministrar oficinas acerca da Lei Maria da Penha.
Aldenora Macedo, da Gerência de Educação em Direitos Humanos e Diversidade (GDHD), destaca a Oficina Direitos Humanos e a Lei Maria da Penha que foi ofertada na EAPE. “A oficina discutiu a origem do Dia Internacional da Não-Violência contra a mulher (25 de novembro) e que norteou a escolha da Semana. Além disso, os tipos de violência contra meninas e mulheres, o histórico da Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicídio, legislações do DF que orientam o trabalho com a temática em nossas escolas e sugestões de como fazê-lo também foram abordados”, explica a gerente.
Em consonância com as ações, o Centro de Ensino Médio 12 de Ceilândia promoveu o II Festival de Curtas da Ceilândia com a participação da assessora especial do gabinete da SEEDF, Janaína Almeida e da gerente Aldenora Macedo, que atuaram como juradas.
O Festival, que faz parte do projeto “A mulher na luta pela emancipação social e humana”, contou com 56 vídeos e discorreu sobre a mulher ceilandense operária, a Marcha das Margaridas, a representação feminina na mídia entre outros temas. Também foram apresentados seminários e escrita autoral de cordéis que foram compilados e publicados em uma publicação do CEM 12 de Ceilândia.
*Nome fictício para preservar a identidade da entrevistada
Confira os vídeos vencedores do II Festival
1º lugar – Mulheres operárias ceilandenses
2º lugar – Respeito
3º lugar – A marcha das Margaridas