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15/08/19 às 16h12 - Atualizado em 6/10/22 às 18h57

Mais cinco escolas do DF decidem sobre gestão compartilhada

Pais, alunos e professores irão votar em Taguatinga, Itapoã, Samambaia, Asa Norte e Núcleo Bandeirante

 

Lúcio Flávio, Agência Brasília

 

Comunidade ligada ao CEF Samambaia decide se escolhe ou não a gestão compartilhada: três horas de debate – Foto: Joel Rodrigues, Agência Brasília

O ano letivo da rede pública de ensino no DF começou com novidade em 2019. Isso porque, desde fevereiro, quatros instituições escolares fazem parte do projeto-piloto de gestão compartilhada entre as secretarias de Educação e de Segurança Pública (os centros educacionais (CED) 1 da Estrutural, 3 de Sobradinho, 308 do Recanto das Emas e 7 de Ceilândia).

 

No próximo sábado (17), cinco escolas de Taguatinga, Itapoã, Samambaia, Plano Piloto (Asa Norte) e Núcleo Bandeirante vão escolher se aderirem ao novo plano educacional, que abrangerá mais 7 mil alunos. Até lá, audiências públicas serão realizadas pelo GDF para explicar para a comunidade como funciona o programa e esclarecer dúvidas. Nesta quarta-feira (14), o encontro foi no Centro de Ensino Fundamental 407 de Samambaia. Nesta quinta-feira (15), às 19h, no CEF 01 do Núcleo Bandeirante.

 

“É uma ótima oportunidade para a comunidade escolar conhecer o projeto e tirar qualquer dúvida – o que é bem natural”, observa Tiago Cortinaz, chefe da Assessoria de Gestão Estratégica e Projetos (AGEP) da Secretaria de Educação. “Estamos aqui para ajudar. Essas reuniões fazem parte do jogo democrático. A escolha é de cada escola”, ressalta. “Essa é a quarta reunião que participo e fico feliz de ter a oportunidade de dialogar sobre o tema”, salienta o coronel PM Eduardo Holanda, da Secretaria de Segurança Pública do DF.

 

Cerca de 200 pessoas – entre pais, alunos e professores – participaram da reunião do CEF de Samambaia. Estiveram presentes, ainda, diretores do Sindicato dos Professores e representantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Durante três horas, foram apresentadas diversas opiniões sobre o tema.

 

Mãe de uma aluna do 9º ano do CEF 407 de Samambaia, Maria Luíza da Paixão acredita que o novo modelo apresentado pelo Governo do Distrito Federal é o ideal, no momento, para escola. “Vai ser bom para todos. Deve melhorar a segurança e a qualidade do ensino. E com a figura dos policiais dentro da escola, os alunos terão mais respeito”, defendeu. “Se não der certo, podemos recuar. Mas queremos segurança para os nossos filhos, dentro e fora das salas de aulas”, compartilhou Francisco Caldeira, pai de dois estudantes no lugar.

 

Para valorizar ainda mais o processo democrático que envolve o projeto, a Secretaria de Educação do DF, em despacho de 12 de agosto, permitiu que estudantes das cinco instituições que vão participar das eleições do sábado usem o cartão passe livre estudantil neste dia.

 

Para participar do pleito, basta que o estudante apresente um documento com foto, sejam maiores de 13 anos e tenham frequência escolar acima dos 50%. Também estão aptos a votar pais, mães e responsáveis, professores efetivos e temporários e servidores da carreira de Assistência à Educação.

 

O projeto é destinado a estudantes do 6º ao 9º anos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. A expectativa do governador Ibaneis Rocha é de que dez escolas do Distrito Federal possam aderir, por ano, ao modelo que envolve a parceria – e não apenas com a Secretaria de Segurança Pública, mas com outros órgãos do governo como secretaria de Cultura, Esportes e embaixadas.

 

 

O critério de escolhas das escolas tem como parâmetro o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), assim como ocorrências criminais nas regiões onde as instituições de ensino estão situadas (e também dentro dos próprios colégios).

 

Ação conjunta

 

Na prática, a ação funciona da seguinte maneira. A parte pedagógica fica por conta dos professores, diretores e orientadores; a parte de segurança, incluindo a entrada e saída dos alunos, da Polícia Militar. PMs também trabalham no dia a dia dos alunos com conceitos de ética e cidadania. No contraturno, eles promovem atividades esportivas e musicais.

 

“Partimos da compreensão de que podemos ter uma gestão melhor da educação pública contando com a contribuição de diferentes entes da sociedade”, comenta Tiago Cortinaz, assessor especial da Secretaria de Educação. “Melhoramos a segurança dentro das escolas e em seu entorno e fazemos com que os professores se dediquem com mais afinco ao trabalho pedagógico”, destacou.

 

O coronel Eduardo Holanda reforça: “Que fique bem claro que não há nenhuma chance  de interferência dos policiais na área pedagógica da escola, tarefa exclusiva dos professores. Nossa atuação é desenvolver estratégias que melhore o ambiente de trabalho e dissemine a cultura de paz.”

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