Thaís Rohrer. Ascom|SEEDF
Luiz Eduardo Fonseca, 11 anos de idade, parece ser uma criança comum. Mas ele já tem um feito muito especial: é membro da Academia Inclusiva de Autores Brasilienses (AIAB). Ele recebeu a honraria durante o 12° Fórum Brasília Capital das Leituras, nesta terça-feira (15), no Teatro da Praça, em Taguatinga.
O mais jovem membro da AIAB estuda no Centro de Ensino Fundamental 15 de Taguatinga, é contador de histórias, gosta de narrativas de suspense, luta pela inclusão dos deficientes e sonha em ser jornalista. “Eu acredito que todos precisamos de inclusão. Queria muitos eventos como esse de hoje”, ressalta o estudante, que é deficiente visual.
Esse momento simbólico para o estudante representou o trabalho desenvolvido por diversas bibliotecas públicas do DF que participaram do Fórum. Cada uma levou informações, mostrou iniciativas culturais e pedagógicas desenvolvidas com estudantes e a comunidade.
Um ipê laranja exposto no evento reuniu 33 poemas com temas sobre acessibilidade e inclusão. A Biblioteca Dorina Nowill foi destaque no evento pelo trabalho que desenvolve com cegos no DF, já que é a única instituição pública na região com um acervo especialmente voltado para esse público. Atualmente, o local tem 2,5 mil livros em braile e ainda conta com publicações em audiolivro e exemplares comuns (livros em tinta).
“Já são 23 anos de história da Biblioteca Dorina Nowill e o mais importante para nós sempre é o espírito de inclusão em todos os trabalhos que desenvolvemos”, resume Dinorá Couto, fundadora da Biblioteca e escritora.
Uma média de 80 a 100 pessoas frequenta a Biblioteca Dorina Nowil mensalmente. O público no local é cativo. A maioria das pessoas já se conhece e o local funciona como uma “casa de convivência” em que as pessoas se encontram, conversam, leem, se divertem e criam laços de amizade.
Vários incentivadores da cultura e inclusão foram homenageados no 12° Fórum Brasília Capital das Leituras ao receberam a honraria de membros honorários ou pioneiros da AIAB. A diretora de Educação Especial da Secretaria de Estado e Educação do DF, Claudia Madoz, foi uma delas e ganhou o certificado de membro honorário. “Só posso agradecer por esse momento. Temos que continuar trabalhado pela inclusão”, afirma.