Estudantes de escolas públicas do DF participaram da 14ª edição de programa da embaixada americana no Brasil
Camila Denes, Ascom/SEDF
Mal desembarcaram em Brasília, os estudantes Danilo Ricardo Rodrigues, 16 anos, e Melissa Colleen, 17, estão ansiosos para colocar em prática o que aprenderam sobre trabalho voluntário nos Estados Unidos. Durante três semanas de janeiro, os dois desempenharam diversos tipos de tarefas filantrópicas e de assistência social, além de participarem de workshops sobre liderança e espírito social. No estrangeiro, puderam vivenciar também “a experiência de conviver com uma família de cultura diferente, mas com muita semelhança”, como explica Melissa. O aprendizado é fruto da viagem proporcionada pela 14ª edição do programa Jovens Embaixadores, oferecido pela embaixada americana no Brasil para 50 estudantes brasileiros escolhidos a dedo.
Ao desembarcarem no primeiro ponto da viagem, Washington, os brasilienses passaram pela fase “teórica” da aventura, que incluía sessões e debates em torno do papel da educação na sociedade. Depois de quatro dias na capital administrativa do país, Melissa e Danilo se separaram; ela seguiu para Seatle, e ele para Tulsa. Depois de devidamente acolhidos por famílias locais, colocaram a mão na massa.
Danilo conta que todos os dias se encontrava com os demais embaixadores na High School (escola de ensino médio) que frequentou durante o tempo em que permaneceu em Tulsa. Lá era o ponto de encontro diário dos jovens, que depois seguiam para o trabalho voluntário, que podia variar de um lar para idosos, abrigos para sem teto ou mesmo um centro de atendimento para crianças que enfrentavam algum tipo de problema dentro de casa. “Com as crianças desenvolvíamos diferentes atividades educacionais e recreativas; com os idosos conversávamos; e, no abrigo, ajudávamos na limpeza”, explica ele, observando que o trabalho variava de acordo com o destino do dia.
Na bagagem, Danilo trouxe muito ensinamento e a missão de aplicar no Brasil. “Quero desenvolver uma ação que envolva meio ambiente e contemple, ao mesmo tempo, pessoas carentes, com coleta de lixo e geração de artesanato”, conta ele. Melissa também desempenhou rotina similar de voluntariado e já tem um projeto idealizado. Ela pretende implantar em sua comunidade escolar trabalho sobre música na escola. “A ferramenta serviria para auxiliar os estudos, ajudando o aluno a fixar e assimilar melhor a matéria ensinada”, explica ela.
A tarefa de desenvolver um projeto nos Estados Unidos para ser aplicado no Brasil é o fio condutor do programa. “Inclusive ter comprovadamente experiência de no mínimo dois anos com trabalho voluntário é pré-requisito para o estudante se candidatar a vaga”, explica Ana Cristina Chaves, coordenadora dos Jovens Embaixadores no Distrito Federal há quatro anos. “São dois alunos muito engajados. Acho que fomos bem contemplados”, avalia.
O Jovens Embaixadores é um programa custeado pela missão diplomática dos Estados Unidos. Além da experiência com voluntariado, estar matriculado em escola pública do ensino médio, ter idade entre 15 e 17 anos, excelentes notas, inglês fluente, bom relacionamento familiar e escolar e ser de classe econômica pouco favorecida são os pré-requisitos exigidos dos estudantes interessados em participar.
O processo de seleção é anual e inicia-se em abril. A coordenadora do programa sugere que interessados em participar comecem a se preparar o quanto antes. “Estar afiado no inglês também é importante. Por isso, é bom aproveitar para estudar o máximo possível enquanto o processo não começa”, conclui Ana Cristina.
Neste ano, todas as unidades federativas do Brasil foram representadas por ao menos um participante. Ao todo, esta edição teve um total de 13 mil inscritos. Apenas no Distrito Federal foram 517 candidatos.