A formação continuada dos profissionais da SEEDF segue o modelo híbrido – considerado uma das maiores tendências da educação
Jacqueline Pontevedra
O ensino híbrido, ou blended learning, é uma das maiores tendências da educação do século XXI. Essa metodologia de aprendizagem combina o ensino presencial e propostas de ensino on-line, ou seja, integra as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs) à educação. Nesse cenário conectado, a Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais de Educação (EAPE) já oferece ações de formação nesse formato.
Só no primeiro semestre deste ano, de acordo com o técnico de gestão educacional que atua no Setor de Inscrições da EAPE, Danilo Simões, há 101 cursos de formação em andamento e seis finalizados. Desse total, 80% ocorrem no formato híbrido, 10% são totalmente à distância e 10% acontecem apenas no formato presencial. Ao todo, há 96 formadores para atender 4.969 profissionais da educação (das carreiras Magistério e Assistência à Educação) que estão inscritos nos cursos, mas esse número pode sofrer alterações, pois novas formações também são ofertadas ao longo do semestre.
“A escolha pela utilização do formato híbrido também ocorreu para atender às necessidades dos cursistas, pois muitos trabalham longe da EAPE e isso ocasionava evasão. Além da economia de tempo, há redução de gastos para os profissionais, pois não há despesas com transporte durante toda a formação, apenas nos encontros presenciais. E nesses momentos, há também uma rica troca de experiências”, explicou a Subsecretária de Formação Continuada dos Profissionais da Educação, Maria das Graças de Paula Machado.
“As aulas on-line e as soluções tecnológicas ajudam a diminuir gastos com profissionais, pois não é necessário ter vários formadores para ministrar aulas, e também permitem a redução de custos operacionais por parte do Estado. Do ponto de vista pedagógico, o cursista tem a possibilidade de realizar sua autoaprendizagem e o professor formador será o mediador desse processo de ensino e aprendizagem”, explicou o responsável pela Gerência de Inovação, Tecnologia e Educação à Distância, João Rocha.
Quem também enfatiza a importância do formato híbrido é o professor de Filosofia e supervisor pedagógico do Centro de Ensino Médio Setor Leste, Francisco Sernégio dos Santos. Neste semestre, ele participa do curso Gerenciamento de Ambientes de Aprendizagem Virtual AVA – Moodle, de 90h, ministrado pelo formador Tadeu Maia. Ele escolheu fazer essa formação para aprender e aperfeiçoar a utilização da plataforma e também para elaborar outras estratégias para que o conhecimento possa ser utilizado em outros projetos na escola.
Para ele, o formato híbrido é adequado à realidade e os encontros presenciais imprimem outro significado. “Estar presente na EAPE é um momento para sanar as dúvidas, para compartilhar experiências e isso nos dá mais segurança para replicar o conhecimento aprendido. Além disso, é maravilhoso estar aqui, pois o espaço físico é muito bem cuidado e organizado, as salas de aula são bem estruturadas e os formadores têm consciência da grande missão que é multiplicar o conhecimento. É estratégico realizar cursos da EAPE, pois as formações também nos ajudam na progressão funcional”, destacou.
O formador Tadeu Maia atua na Gerência de Inovação, Tecnologia e Educação à Distância. Ele também reconhece a necessidade do ensino híbrido e destaca o papel dos encontros presenciais. “Durante as aulas aqui na EAPE, a formação fica mais dinâmica, pois a interação é mais rápida e conseguimos fazer uma avaliação de como os cursistas estão caminhando, ou seja, temos um feedback imediato, podemos fazer um acompanhamento pedagógico mais próximo”, finalizou.
Para realizar o curso Cinema em Debate na Educação, os formadores João Rafael e Leonardo Benatar reconhecem a dinâmica proporcionada pelo ensino híbrido. “De forma on-line, na plataforma Moodle, disponibilizamos o material teórico do curso e os links para os cursistas assistirem aos filmes sugeridos. Depois fazemos uma apreciação fílmica, analisamos as diferentes linguagens para termos uma visão mais abrangente da obra cinematográfica e realizamos discussões nos fóruns. Já nos encontros presenciais, realizamos oficinas práticas para que os cursistas tenham experiências audiovisuais: realizamos a captação de imagens e sons, ensinamos a montar, a regular dispositivos que possam refinar a produção e ainda apresentamos outros recursos de linguagem como diálogos e entrevistas. Dessa forma, eles poderão replicar esse aprendizado com os estudantes em sala de aula”, explicou Benatar.
Neste semestre, o professor de Língua Francesa do Centro Interescolar de Línguas de Brasília é um dos 50 cursistas que participam do curso Cinema em Debate na Educação. “A proposta está sendo cumprida, ampliamos nosso repertório, nossa compreensão sobre a linguagem cinematográfica e os professores formadores são muito capacitados. Conseguimos compreender diferentes elementos de forma crítica. E é ótimo ter um momento presencial. Dessa forma, a gente consegue encontrar os colegas e aprendemos as técnicas na prática. É muito proveitoso!” Após a finalização do curso, ele pretende elaborar um projeto que envolva o audiovisual para o ensino da língua estrangeira.
O responsável pela Diretoria de Organização do Trabalho Pedagógico e Pesquisa, Orlando Cerqueira, pontuou outro aspecto necessário. “A questão da pandemia da Covid-19 também nos fez rever o formato dos cursos. E hoje, após analisarmos os resultados alcançados, consideramos que o ensino híbrido é a nova forma de realizar a formação continuada. Trata-se de um modelo que já se incorporou às nossas práticas. Quero destacar que a EAPE está mudando para tentar se adequar aos novos tempos e está voltada fundamentalmente para atender às necessidades dos professores e das nossas escolas, e não o contrário. Essa é a EAPE que estamos reorganizando e preparando para ofertar para a rede.”
Ainda de acordo com a Diretoria de Inovação, Tecnologias e Documentação, em 2021, 13.589 servidores concluíram alguma formação na EAPE.
Como ocorrem as aulas no formato on-line
As atividades pedagógicas no formato on-line são realizadas por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (Moodle). Nesse espaço há diferentes ferramentas, que são chamadas de recursos e/ou atividades, como: chat, fórum, lições, tarefas, arquivos de texto, imagens ou áudios, links para vídeos, entre outras.
De acordo com a proposta da formação de cada curso, podem ser realizados encontros síncronos, aqueles que ocorrem em tempo real. Nesse caso, formador e cursista interagem no espaço virtual ao mesmo tempo. Esse momento pode ocorrer por meio de aplicativos de reunião como Zoom, Google Meet e Teams Meet. Os links de acesso e os horários específicos para esses encontros são divulgados e disponibilizados pelos formadores também na plataforma Moodle.
Outra estratégia de formação é a realização de lives educacionais. Live em português significa, no contexto digital, ao vivo. Na linguagem da internet, a expressão passou a caracterizar as transmissões ao vivo feitas por meio das redes sociais. Na EAPE, as lives são transmitidas pelo Canal da EAPE no YouTube. Nesse espaço, temas de interesse de toda a comunidade escolar são apresentados e, em alguns momentos, as lives realizadas podem ter vínculo com algum curso ministrado.
Encontros presenciais na EAPE
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O início das aulas no período matutino ocorre às 9h. Para a maioria dos professores lotados nas regionais de ensino mais distantes, é difícil chegar às 8h, pois o trânsito é intenso até a EAPE – que fica na área central de Brasília (907 sul). Pelo mesmo motivo, o início das aulas no período vespertino ocorre às 14h. A EAPE dispõe de 38 salas de aula, um auditório, além de outros espaços diferenciados de aprendizagem, como, por exemplo, as áreas verdes, que tornam os encontros presenciais muito mais agradáveis.
O retorno às aulas presenciais segue ainda os protocolos de segurança e higiene contra a Covid-19, como distanciamento social, higiene das mãos e uso de máscaras para minimizar o risco de contaminação.
Nesse momento de retorno às atividades pós-isolamento físico causado pela pandemia de Covid-19, os encontros presenciais na EAPE transformam a instituição num espaço de reencontro, de ressocialização, de ênfase nos aspectos socioafetivos do processo de ensino e aprendizagem e também de destaque da prática pedagógica.
Podcast Informativo EAPE
O ensino híbrido também foi o tema da quarta edição do podcast Informativo EAPE. Esse trabalho apresenta reportagens de até cinco minutos que são compartilhadas nas principais plataformas de streaming, pelo WhatsApp e ficam disponíveis aqui também.
Ouça aqui: