Hoje foram premiados os estudantes do ensino médio, na terça que vem serão os do fundamental
Nathália Borgo, Ascom/SEEDF
A 5ª edição do Festival de Curtas das Escolas Públicas do Distrito Federal teve início nesta segunda-feira (25) com a apresentação de 15 produções do ensino médio. Os curtas concorreram nas categorias roteiro, direção, fotografia, montagem, desenho de som, ator, atriz, abordagem do tema e melhor filme escolhido pelo júri popular e comissão julgadora. Campeão deste ano, “Eu queria ser branco… queria!”, dos estudantes do Centro de Ensino Médio Integrado do Gama, repercutiu o racismo e tentou captar a visão dos alunos em relação a própria cor.
“Já estávamos trabalhando a questão da consciência negra em sala de aula. Então, levamos o nosso trabalho para outra escola para perceber como os estudantes reagiriam. Um garoto contou sobre o preconceito que sofria na escola e que outras crianças só brincariam com ele se pintasse o próprio corpo. Ficamos chocados e tentamos mostrar que esse tipo de depoimento pode vir de qualquer ambiente, não somente na escola”, ressaltou a diretora do curta, Adrielle Gomes Dantas, estudante do 3º ano do ensino médio.
O melhor curta desta edição foi produzido em um mês, ainda em 2018, a sete mãos, para o Curtas Conscientes, projeto do CEMI Gama. Ao receber a premiação, os estudantes garantiram que o interesse nas artes não é somente pela nota final, mas pela oportunidade de usar o que aprendem na escola para fazer uma transformação na sociedade.
Entre 2.420 produções, o melhor curta escolhido pelo júri popular foi Oco, do Centro de Ensino Médio Elefante Branco, com 13% dos votos (336). Ator e editor do vídeo, Bernardo Ocker Pozza, do 2º ano, garantiu que as três horas por dia de produção foram bem investidas para ele e todo o grupo formado por cinco pessoas. “Nosso filme fala sobre os sentimentos e emoções dos adolescentes”, contou.
Como premiação, o Centro Universitário IESB, parceiro do Festival de Curtas, entregou bolsas de 100% para o melhor ator, melhor atriz e direção. Os dois primeiros em artes cênicas e o último no curso de cinema. Os melhores roteirista e montador receberam 50% cada de bolsa também para cursar cinema e a melhor fotógrafa ganhou 50% para o curso de fotografia. As bolsas serão asseguradas para os estudantes que ainda vão cursar o ensino médio.
Jaqueline Moura, do 2º ano do CED São Francisco, em São Sebastião, foi a campeã nos cliques, o que rendeu o prêmio de melhor fotografia desta segunda-feira. O trabalho da estudante, que também dirigiu o curta, foi supervisionado pelo educador social Leandro Souza. A parceria apresentou a liberdade da escola que eles querem, sem repressão ou padronização de pensamento. “Decidimos o tema juntos, La Liberté. Vamos levar a experiência para ajudar os colegas no próximo ano”, comemorou.
O tema principal do ano, mas não obrigatório às produções, foi “A escola que temos, a escola que queremos”. A melhor abordagem ficou com o Setor Leste, em “A escola libertária”. A ideia do festival era abordar o pensamento crítico a partir das obras e as multidimensões pedagógicas do cinema.
“A escola que queremos é a escola que acolhe, é a escola que ensina e, sobretudo, a escola que inclui. Esse evento mostra, naturalmente, que cinema não é apenas diversão. É uma indústria, uma profissão, e nós podemos aprender muito, conhecer pessoas, novas técnicas. Eventos como esse, a Secretaria de Educação irá sempre apoiar e incentivar”, garantiu o secretário de Educação, João Pedro Ferraz.
Categoria | Filme | Aluno/Escola |
Melhor filme | Eu Queria ser branco… Queria | CEMI – Gama |
Melhor direção | Goles de Vida | Anna Perpétuo Dettmar |
Melhor abordagem do tema | A Escola Libertária | Setor Leste |
Montagem | Caverna | Thiago Gomes |
Fotografia | La Liberté | Jaqueline Moura |
Atriz | Oco | Briza Mantzos |
Ator | TCBD | João Gabriel Silva |
Desenho de Som | Apenas um Sonho | Caio Rodrigues da Silva |
Roteiro | Garota Espirro | Emanoelly Matos Pereira |
Júri popular | Oco | Elefante Branco |