Maior tempo de aprendizagem contribui para reduzir as desigualdades educacionais
Soraia Cantanhede, Ascom/SEEDF
A Educação em Tempo Integral tem se tornado uma pauta cada vez mais relevante no cenário da educação pública no DF. Com o objetivo de oferecer uma formação mais completa aos estudantes, a Secretaria de Educação do DF, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), promoveu o encontro “Reflexões sobre a Educação em Tempo Integral no Distrito Federal: Universidade e Escola em Diálogo“. O encontro foi a culminância do curso de mesmo nome, que contou com uma série de fóruns de discussão sobre o tema.
O evento contou com a presença de cerca de 200 pessoas dentre estudantes, professores e gestores da educação. O objetivo foi proporcionar um espaço de discussão e reflexão sobre a educação em tempo integral no país, em especial no DF, bem como discutir e propor caminhos para uma educação de qualidade social e inclusiva.
Durante a abertura do evento, a subsecretária de Educação Integral e Inclusiva da SEEDF, Vera Barros, destacou: “Hoje é a culminância dos eventos que ocorreram no primeiro semestre. A partir de agora, vamos buscar definir uma política efetiva aqui no DF, através de uma formação de todos os envolvidos. A gente observa que as maiores notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) vêm dos estudantes da Educação em Tempo Integral. A educação integral é o espaço de transformação dos nossos estudantes em grandes cidadãos.”
Uma das principais diretrizes da Educação em Tempo Integral é proporcionar uma formação mais ampla e multifacetada, que vai além do currículo tradicional. Os estudantes matriculados no ensino integral têm a oportunidade de se envolverem em atividades diversas, de aspectos culturais, sociais e científicos. Além disso, podem participar de práticas esportivas e artísticas, de forma que desenvolvem habilidades e competências para a vida.
Outro ponto muito mencionado durante o encontro pelos especialistas em educação é a ampliação do tempo de aprendizagem da Educação em Tempo Integral como forma de contribuir para reduzir as desigualdades educacionais. Essa ampliação permite um acompanhamento mais próximo do desenvolvimento dos alunos, em especial, das crianças com mais vulnerabilidades.
A professora doutora Jaqueline Moll, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi uma das especialistas aguardadas para o evento.
Ela apresentou um apanhado histórico sobre a Educação em Tempo Integral no Brasil, com o referencial teórico de Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, dentre outros, para demonstrar a trajetória da ETI no Brasil. “Com a retomada do projeto democrático, o centro da nossa preocupação deve ser construir uma escola pública que seja de fato para todos e todas”, pontuou.
Leia também
Finalizou o encontro, a especialista doutora Emília Sanches, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC – SP), que destacou: “É preciso vislumbrar o contexto, fazer a leitura da realidade e um combinado com cada grupo. A escola pública tem que ser inclusiva, não só de alunos com necessidades especiais, mas de necessidades econômicas, culturais, sociais, relacionais”, concluiu.
Após as falas, foi aberto um espaço para interação com o público presente. Luciana Brito é professora e gestora da Escola Classe Almécegas de Brazlândia e conta que o evento funciona como um processo de formação para os profissionais que atuam nas escolas de tempo integral. “Como gestora de uma escola de educação em tempo integral, eu vejo esse evento como um norte para a gente poder trilhar caminhos. Esses caminhos é que vão transformar a vida dos nossos estudantes. Aqui, nós vamos vivenciar e trocar experiências que vão servir para novas ideias e para nossa rotina escolar”, completou.