Educadores puderam ouvir de profissionais de outras áreas os cuidados e a rotina de quem trabalha com a voz
Joao Gabriel Amador, Ascom/SEEDF
Para celebrar o Dia Mundial da Voz, a equipe de Saúde Vocal da Subsaúde promoveu um encontro um pouco diferente nesta segunda-feira (16). Os professores, acostumados a falar, ocuparam as carteiras da Escola de Governo e ouviram profissionais de outras áreas contarem um pouco mais sobre a rotina de quem vive da própria voz.
O primeiro convidado da tarde foi o ator e dublador André Rossi, que falou sobre a carreira e a importância de consultar especialistas para trabalhar a voz. “Vindo de uma família italiana, sempre falava alto, com um tom um pouco estridente e infantil. Precisei de exercícios e muito treinamento com uma fonoaudióloga para entender que era possível desenvolver um tom mais saudável e adequado para minha profissão”, relatou.
Em seguida, foi o ator e cantor Filipe Lima quem se apresentou para os presentes. O artista demonstrou, por meio de exercícios, o imenso leque de possibilidades de uso da voz.
Para fechar o evento, o locutor e narrador Ronaldo Krieger trouxe a nostalgia para dentro da sala de aula. A voz marcante do profissional fez parte do cotidiano dos ouvintes das rádios brasilienses e também dos espectadores de TV. Krieger era o responsável por diversas chamadas e narrações na Rede Globo entre os anos 80 e 90. Além de relembrar seus trabalhos, ele fez questão de dar dicas aos educadores. “Faço alguns exercícios e tomo cuidado. Mas minha principal estratégia é nunca, em hipótese alguma forçar a voz. Sempre poupo a minha ferramenta de trabalho”, argumenta.
Organizadora do evento, a equipe de saúde vocal da Subsaúde percorre escolas públicas do DF para conscientizar os profissionais da Educação sobre os cuidados com a voz.
A fonoaudióloga Yonara Strauss é uma das representantes do grupo e aponta os principais erros cometidos pelos educadores. “Apesar de usarem a voz, poucos professores tomam os devidos cuidados. Além disso, consideram sintomas, como a rouquidão, uma característica do trabalho. Assim, buscam auxílio apenas quando o quadro já está avançado”, ressalta.
Entre as dicas sugeridas pela fonoaudióloga estão o aquecimento da voz antes das aulas, a hidratação constante das cordas vocais com água em temperatura ambiente, exercícios de respiração e, a mais importante, a higiene vocal. “Trata-se de evitar alimentos que prejudicam a mucosa das cordas vocais, como leite e derivados, café, refrigerante, chocolate e bebidas geladas”, enumera Yonara.
A diretora da Escola Classe 44 de Planaltina, Denise Valadares, foi uma das alunas da tarde e destacou a importância do evento. “Achei uma ideia muito boa esse contato com outros profissionais, pois mostra as diversas possibilidades de uso da voz, além de reforçar os hábitos saudáveis que devemos implementar no nosso dia-a-dia”, relatou a educadora.