Thais Rohrer, Ascom/SEEDF
Estudantes surdos conversando, fazendo apresentações de dança e se comunicando por meio da oralidade, essa é a realidade vivida entre os 420 jovens atendidos no Centro Educacional de Audição e Linguagem Luduvico Pavoni (Ceal), escola conveniada a Secretaria de Estado e Educação do DF (SEEDF). Neste Dia Nacional da Educação de Surdos, 23 de abril, alunos do local mostraram muita animação durante manifestações artísticas.
No Ceal, o trabalho é baseado na oralização dos estudantes surdos para que tenham mais uma opção de comunicação, além da já conhecida Língua Brasileira de Sinais (Libras). “As pessoas surdas não são mudas, por isso estimulamos a oralização, porque ela traz mais independência. É muito bom poder ouvir exatamente da maneira como a pessoa está se expressando e poder falar também”, comenta Inês Serra, coordenadora de projetos e convênios do Ceal.
A professora da SEEDF, Luciana Caetano, trabalha no Ceal desde 1998 e revela a realização profissional por desenvolver o trabalho com crianças surdas. “É um privilégio trabalhar com eles. Eu amo o que faço e me sinto realizada em ver a evolução de cada um. São várias histórias de alunos que passaram por aqui [Ceal] e hoje são adultos que se desenvolveram bem e já estão inseridos no mercado de trabalho”, conta.
A pequena Isabela Tavares, está no 1º ano do Ensino Fundamental e está com a oralidade bem desenvolvida. Ela é acompanhada no Ceal desde 2012 e participou das apresentações de dança e canto neste dia 23 de abril. “Eu gosto de tudo aqui na escola. Minha matéria preferida é português”, afirma contente.
A maioria dos estudantes do Ceal estão matriculadas no ensino regular da rede pública e frequentam o local no turno contrário para Atendimento Educacional Especializado (AEE). Lá eles tem acompanhamento pedagógico com professores da SEEDF, atividades com fonoaudiólogos, música, natação para desenvolver a respiração na fala, entre outras ações.
A SEEDF desenvolve a educação inclusiva para surdos, assim as escolas públicas do DF atuam de acordo com a demanda dos alunos para atendimento de Libras, com professor tradutor. Dessa forma, os estudantes surdos são matriculados no ensino regular e podem solicitar o atendimento especializado com linguagem de sinais para o desempenho das atividades educacionais.
O quadro de profissionais especializados para atendimentos de alunos com deficiência auditiva ou surdez conta com professores ouvintes e surdos. São cinco professores surdos efetivos na rede e 322 professores ouvintes. A SEEDF vem, ao longo dos anos, oferecendo formação aos professores para atuarem na educação especial por meio do Centro de Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação (Eape).