Semana foi dedicada ao tema. DF tem mais de 23 mil alunos com algum tipo de necessidade especial
Ícaro Henrique e Thaís Rohrer, Ascom/SEEDF
Uma semana inteira de informação e conscientização no fortalecimento da política da educação inclusiva. Assim foram os últimos cinco dias nas escolas públicas do Distrito Federal. O DF tem mais de 23 mil estudantes com algum tipo de necessidade especial e eles estão integrados aos demais alunos nas unidades escolares da Secretaria de Estado de Educação do DF.
Na semana entre 6 e 10 março, as escolas da rede promoveram uma série de atividades sobre a importância da Lei Distrital nº 5.714/2016, que institui A Semana Distrital de Conscientização e Promoção da Educação Inclusiva aos alunos com Necessidades Educacionais Especiais, como rodas de conversa, jogos, filmes e atividades recreativas que envolveram toda a comunidade escolar e a família dos alunos.
“É uma semana extremamente importante onde os professores e os alunos se reúnem em um fórum de discussão sobre a inclusão, onde conversam, por exemplo, sobre o aprimoramento e fortalecimento da acessibilidade e oferta de oportunidades iguais a todos independente de suas diferenças”, explica Vera Barros, subsecretária de Educação Inclusiva e Especial da Secretaria de Educação.
Integração
A Escola Classe 54 de Taguatinga organizou uma programação de cinco dias para trabalhar a importância da inclusão, que trouxe o tema “Aqui todos nós somos importantes”. Foram atividades culturais, artísticas e esportivas focando especialmente na integração entre os estudantes nos momentos de brincadeiras e no recreio, mostrando que todos podem brincar juntos, independente da deficiência.
A escola trabalha de forma inclusiva com os alunos. A unidade tem 661 estudantes, desses 90 tem alguma deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou altas habilidades/superdotação. Todas as salas de aula integram estudantes com e sem deficiência no mesmo espaço. Assim, os estudantes ficam juntos nas turmas estudando de maneira integrada e acolhedora. Aqueles estudantes com deficiência, transtorno ou altas habilidades/superdotação que necessitam de atendimento complementar ao ensino regular têm aulas alguns dias da semana, no contraturno, na sala de recurso. Lá são desenvolvidas atividades complementares lúdicas para desenvolver a concentração, criatividade, organização mental, coordenação motora, entre outras ações.
Música para inclusão
O encerramento das atividades da Semana Distrital de Conscientização e Promoção da Educação Inclusiva na escola classe de Taguatinga trouxe convidados especiais para a celebração: a Banda Acorde, grupo musical formado por estudantes do Centro de Ensino Especial 01 de Taguatinga, com a regência dos professores Marcelo Donizete e Yanelle Rosa.
Os estudantes fizeram duas apresentações durante esta sexta-feira (10), com repertório variado que incluiu clássicos do rock como We Will Rock You até ritmos brasileiros como forró.
O projeto da Banda Acorde existe desde 2006 e atualmente tem 35 estudantes deficientes. Reginaldo Pereira toca bumbo e conta que se sentiu valorizado e que ama fazer apresentações fora sua escola.
“Eles se sentem empoderados em participar da banda e fazer essas apresentações. É uma satisfação estampada no rosto deles. Temos uma veia de arte muito pulsante em nossa escola e vemos que isso é uma forma de inclusão deles na sociedade”, conta Patrícia Mendes, diretora do CEE 01 de Taguatinga.
Os professores Marcelo e Yanelle contam que as atividades na Banca Acorde ajudam os estudantes a desenvolverem socialização, autoestima, além de habilidades cognitivas e motoras.
Defesa de direitos
A Semana Distrital de Conscientização e Promoção da Educação Inclusiva tem como objetivo defender os direitos dos alunos com deficiência ou com necessidades educacionais especiais; assegurar a consolidação da educação inclusiva; combater a discriminação e a intolerância e promover o respeito à diversidade. A data promove ainda a importância da acessibilidade na aprendizagem dos estudantes com necessidades especiais.
“Leva-se em conta as necessidades das ferramentas que contribuem na aprendizagem, como áudio descrição para cegos, libras para os surdos e outros atendimentos adequados às necessidades especiais, que vão de pisos táteis na escola a banheiros e materiais escolares”, completa Vera Barros.