Oficinas semestrais contemplam estudantes da rede pública de ensino do DF
Aldenora Moraes, Ascom/SEEDF
Os estudantes vão chegando timidamente. Os movimentos iniciais são leves e improvisados, mas, quando a música ecoa pela sala de aula da Escola Parque Anísio Teixeira, de Ceilândia, tudo se transforma. “A dança entrou na minha vida, quando eu ainda era pequena. Meu irmão me influenciou. Há dois anos, uma amiga me falou sobre as oficinas na Escola Parque. Eu ingressei e me apaixonei”, derrete-se Schayla Acacio, estudante do 1º ano do ensino médio, no Centro Educacional (CED) 05 de Taguatinga.
Schay, como é chamada, é uma das estudantes que descobriu sua vocação e deseja estudar dança para se tornar uma profissional. Fã dos estilos de dança hip-hop e contemporâneo, as professoras são sua inspiração e as amizades no universo da dança resultaram em um grupo próprio, o Continuum. “Quem sabe, um dia, não me torno uma professora?”, planeja.
A aluna participa das oficinas oferecidas pela Escola Parque de Ceilândia, cuja proposta é complementar a formação dos alunos das escolas públicas do DF. Concretização do sonho do educador Anísio Teixeira, há sete escolas parque na rede pública de ensino, sendo cinco no Plano Piloto, uma em Ceilândia e outra, em Brazlândia.
Segundo a diretora da escola, Neide Rodrigues, a proposta resgata a intenção de Anísio Teixeira ao conceber as escolas parque. “Oferecemos um espaço educativo de qualidade, onde o jovem pode escolher três atividades que deseja fazer, semestralmente. O objetivo é empoderar o jovem, tornando-o protagonista, mas imbuído da responsabilidade da escolha”, explica Neide.
Para a professora Kyara Marrocos, os caminhos que a levaram à dança não foram programados. Mesmo tendo nascido em uma família que dançava, ela ingressou na faculdade de Enfermagem, mas a Licenciatura em dança a seduziu. Professora concursada da Secretaria de Estado de Educação do DF (SEEDF) integra, desde o início, o projeto que proporciona uma educação integral aos alunos.
“A dança na escola é uma linguagem artística que promove consciência corporal, trabalho criativo, disciplina, sensibilidade, respeito ao outro e a si mesmo. Ensinamos valores por meio do movimento, eles aprendem a encarar o público durante as apresentações e têm consciência que são protagonistas da cena. Não se restringe a aprender coreografias”, destaca Kyara.
Os alunos Mateus Costa, do 9º ano, do Centro de Ensino Fundamental 35 de Ceilândia e Nicole Luize, do Centro de Ensino Médio (CEM) 04 de Ceilândia, compartilham desse ideário e levarão para a vida as lições aprendidas na sala de dança. “Eu era muito tímida e tinha um sério problema de autoestima. Com a oficina passei a me aceitar do jeito que eu sou e a me conhecer melhor”, destaca Nicole.
O projeto tem gerado frutos que deixam as professoras orgulhosas: quatro ex-alunos cursam, atualmente, Licenciatura em Dança. A Escola Parque Anísio Teixeira abre inscrições todos os semestres. Os interessados podem escolher três atividades, como teclado, canto, violão, violino, guitarra, dança, teatro, tecnologia e cultura, futsal, vôlei, basquete, tênis de quadra, tênis de mesa, xadrez, ginástica rítmica, jiu-jitsu, atletismo, vôlei e futebol de areia dentre outras.