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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
26/02/18 às 15h13 - Atualizado em 6/10/22 às 19h03

Escola no Riacho Fundo II compartilha saberes

Professores e alunos desenvolvem projetos e se unem para mostrar técnicas ambientais aos moradores da região. Pelas iniciativas, o Centro Educacional Agrourbano Ipê participou de prêmio em Abu Dhabi

 

Foto: Tony Winston, Agência Brasília.

 

Levar ensinamentos para fora dos muros da escola é o desafio do Centro Educacional Agrourbano Ipê, no Riacho Fundo II. O colégio reforçou a ideia de incluir a comunidade em ações sustentáveis após participar do prêmio Zayed Future Energy Prize, em janeiro, em Abu Dhabi.

 

A vice-diretora, Gedilene Lustosa, integrou o grupo que esteve na capital dos Emirados Árabes para apresentar as iniciativas do centro de ensino brasiliense. A viagem também permitiu conhecer técnicas desenvolvidas em outros lugares do mundo. “Tem uma escola no Paraguai que levou a luz solar para uma comunidade que antes não tinha energia”, conta.

 

Segundo Gedilene, o plano é que moradores da vizinhança aprendam técnicas como a agrofloresta e implementem em casa. “Podemos mostrar como captar a água da chuva e fazer tratamento de esgoto”, exemplifica.

 

No quintal do Centro Agrourbano Ipê há uma horta, um tanque de peixes e uma casa com bioconstrução. “Isso é para ser uma vitrine para a comunidade”, ressalta a docente.

Centro Educacional Agrourbano Ipê reaproveita água para irrigar os jardins

No colégio do Riacho Fundo II, o esgoto é tratado, e a água pode ser usada para irrigar o jardim ou até mesmo na descarga sanitária. “Não faz sentido a gente dar descarga em uma água limpa”, defende o professor de biologia Leonardo Teruyuki Hatano, um dos principais idealizadores das ações.A água que cai dos bebedouros quando os alunos a tomam também será reaproveitada. A escola está construindo um filtro para que o líquido possa ser usado para irrigar a horta.

 

O professor acredita que essa metodologia desperta o interesse dos alunos. “Só de mostrar o tanque, consigo ensinar o que é um plâncton, falar de cadeia alimentar, de micro-organismos.”

 

Para o aluno Odair Ferreira, de 18 anos, o método alternativo de ensino funcionou. “Não sou bom em decorar livros, mas me lembro do professor explicando sobre a morfologia das plantas aqui.”

 

O jovem foi escolhido pelo engajamento nas ações de sustentabilidade da escola para ir a Abu Dhabi representar os colegas. Agora, ele pensa em prestar vestibular neste ano para engenharia ambiental.

O Centro Educacional Agrourbano Ipê tem 560 alunos e fica no Combinado Agrourbano de Brasília I (Caub), local formado por vila urbana, chácaras e área de proteção ambiental.

 

Entre as ações do colégio estão:

 

  • Agrofloresta: combinação de diferentes espécies arbóreas com cultivos agrícolas de forma simultânea. Na escola, já foram plantados: banana, batata-doce, cajuzinho-do-cerrado, ingá, mamão, jenipapo, mandioca e maracujá. A banana, por exemplo, foi consumida na merenda como ingrediente da farofa.
  • Captação de água da chuva: feita por meio de um cano ligado a uma calha no teto da escola. A água é filtrada e levada ao tanque onde são criados peixes em sistema de aquoponia.
  • Aquoponia: une a piscicultura (cultivo de peixes) e a hidroponia (cultivo de plantas sem o uso do solo, com as raízes submersas na água). No tanque, são produzidas tilápias com a água da chuva e plantas submersas. Elas, por sua vez, são alimentadas pelos minerais das fezes dos peixes.
  • Tratamento de esgoto: como não há rede de esgoto na região, a água da fossa será tratada. A escola produziu um filtro de água cinza (para eliminar as substâncias químicas) e de carvão (para matar as bactérias). Parte do recurso filtrado será usada para regar as plantas, e parte será reaproveitada na descarga nos banheiros.
  • Sala ecológica: a estrutura foi construída com a técnica superadobe, processo que utiliza sacos de polipropileno preenchidos com solo argiloso. O teto foi feito com caixas de leite recicladas. A sala é utilizada para ações extraclasse, como contação de histórias.
Centro Educacional Agrourbano Ipê no Fórum Mundial da Água

As ações farão com que a escola represente a Secretaria de Educação na Vila Cidadã do Fórum Mundial da Água, em março.

 

A vila ocupará uma área de 10 mil metros quadrados no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. A entrada será gratuita, e os visitantes deverão se cadastrar no local ou, previamente, no site.

Inscrições para o fórum estão abertas

Quem quiser acompanhar os debates no Centro de Convenções pode se inscrever por meio do site oficial do evento, na aba Inscrições.

 

Os ingressos dão direito à participação da abertura, do encerramento, das sessões do fórum, dos almoços e dos eventos culturais na exposição e na feira.

 

O segundo lote será vendido até 28 de fevereiro. Brasileiros e cidadãos de países que não integram a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico têm 50% de desconto no cadastro.

 

Estudantes, por sua vez, usufruem de abatimento de até 80% na adesão. A partir de 1º de março, começa a venda do terceiro lote de ingressos.

O que é o Fórum Mundial da Água

Criado em 1996 pelo Conselho Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos acerca dos recursos hídricos.

 

Em Brasília, é organizado pelo Conselho Mundial da Água, pelo governo local — representado pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa) — e pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Agência Nacional das Águas (ANA).

 

O evento ocorre a cada três anos e já passou por: Daegu, Coreia do Sul (2015); Marselha, França (2012); Istambul, Turquia (2009); Cidade do México, México (2006); Kyoto, Japão (2003); Haia, Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).

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8º Fórum Mundial da Água
De 18 a 23 de março
No Centro de Convenções Ulysses Guimarães e no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Inscrições abertas no site oficial do evento

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