O objetivo é a troca de experiências para melhoria na qualidade da educação
Thais Rohrer, Ascom/SEEDF e Brenda Hada, Ascom/SRI-F
O embaixador da África do Sul no Brasil, Joseph Mashimbye, e uma delegação do país participaram de reunião com representantes da Secretaria de Educação do DF na manhã desta segunda-feira (7/10), na sede da SEEDF, para trocar experiências sobre ensino entre os países.
O grupo, das províncias de Free State e Northem Cape, buscou informações sobre o ensino desenvolvido no Brasil, especialmente por meio da experiência da rede pública no DF. “Nós decidimos ficar no Brasil porque há temas e desafios similares no ensino. Nosso povo, e até a demografia, são parecidos. Somos extremamente ligados pela história, somos amigos! Estamos aqui mais para ouvir do que para falar. Queremos aprender”, destacou o embaixador.
A África do Sul tem estrutura semelhante a do Brasil. Aqui, o país é dividido em estados com governadores que têm secretários de educação nesses locais. Na África, a ideia é similar, só que dividida em nove províncias com seus respectivos representantes para a educação.
“Enfrentamos problemas parecidos, como alguns pontos sobre evasão escolar. Destacamos os programas que a Secretaria está desenvolvendo com atividades contínuas para correção de fluxo e ações inovadoras nas escolas”, afirmou Hélber Vieira, subsecretário de Educação Básica da SEEDF. Os representantes da Secretaria frisaram a importância de colocar os estudantes como protagonistas da realidade na escola e por isso as ações desenvolvidas sempre levam em conta os seus anseios.
Um dos aspectos que mais chamaram a atenção da delegação africana foi o trabalho desenvolvido com a educação inclusiva na rede pública do DF. Vera Barros, subsecretária de Educação Integral e Inclusiva da SEEDF, explicou que os estudantes com deficiência e altas habilidades são inseridos nas classes escolares com os demais na perspectiva de integração social contínua. Em concomitância a isso, também são desenvolvidos programas para aqueles que necessitam de atendimentos especializados.
“Todo o trabalho da educação especial é desenvolvido integrando família, escola e estudantes no processo. Além dos aspectos educacionais e formadores, trabalhamos a perspectiva de que os estudantes com deficiência e de altas habilidades podem desenvolver as atividades que desejarem e escolherem as profissões que têm vontade. Mostramos que todos são capazes e buscamos disponibilizar uma equidade de oportunidades. Incentivamos o ingresso na universidade com o projeto Enem Inclusivo e ações voltadas à capacitação para o mercado de trabalho”, frisou Mirian Barros. A rede pública tem atualmente 18 mil estudantes deficientes e com altas habilidades.
A delegação também prestigiou a exposição de desenhos e quadros pintados por estudantes desse segmento, que está no 5º andar da sede I da SEEDF.
No período da tarde, o grupo seguiu para uma visita ao Centro de Ensino Médio a Asa Norte (Cean) para conhecer o programa Educação Conectada, desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) em parcerias com as secretarias e outras ações realizadas na escola.
Para apresentar os impactos de uma formação integral e mais moderna para os alunos, a delegação foi conduzida para uma visita, no período da tarde, ao Centro de Ensino Médio da Asa Norte (CEAN).
Lá, a visita buscou, em especial, compreender a implementação de programas voltados para o uso da tecnologia digital na Educação Básica, sendo apresentados os softwares e aplicativos que facilitam a gestão escolar e a condução de aulas – a exemplo, a plataforma i-Educar da SEEDF. O que antes era feito em papel, atualmente é automatizado ou gerido digitalmente em poucos minutos, como os diários de classe e a correção de provas, o que reduziu a carga extra de trabalho dos professores.
A disponibilidade de wi-fi e a gamificação nas salas de aulas também foram outros pontos que chamaram a atenção dos visitantes, por facilitar o contato do aluno com abordagens e pesquisas mais diversas sobre um tema.
Há, ainda, diversas outras iniciativas estabelecidas na escola e que, de um em um, foram apresentadas aos visitantes com uma abordagem atenta para a sustentabilidade e a valorização da diversidade.
Dentre elas, estão: o grêmio estudantil, oficinas de redação, a rádio comunitária, o projeto Afro-Obara, aulas de reforço para o vestibular, pintura de murais, o laboratório de ciências, oficinas de compostagem e carpinagem, a criação de aves no perímetro escolar e a horta orgânica.
Sendo parte integrante da proposta político-pedagógica (PPP) da instituição, esses projetos buscam traduzir, na prática, o oferecimento de currículo transversal e interdisciplinar para um processo de ensino-aprendizagem mais atrelado à realidade dos alunos.
Outros eventos pontuais são conduzidos para incentivar o protagonismo jovem e a inserção dos estudantes no mundo da ciência e tecnologia como, por exemplo, o Circuito de Ciências das Escola Públicas do DF.
Ao final da visita, a delegação sul-africana manifestou seu interesse em realizar um intercâmbio entre professores do país e do Brasil para juntos aprender formas inovadoras de gestão escolar. “É impressionante como usam a tecnologia no ambiente de aula e como a comunidade faz parte desse sistema escolar. A inovação também impressiona, porque é ela que faz a escola funcionar”, relata Mac Jack, membro do Conselho Executivo de Educação da Northern Cape. “Realmente é uma escola que está preparando as crianças para a vida adulta”.
Relembrando os acordos e parcerias já existentes entre o Brasil e a África do Sul, PHI Makgoe, membro do Conselho Executivo de Educação da Free State, reforçou o convite para que a escola e os alunos visitem as instituições de ensino de seu país. “Somos o país de Nelson Mandela, com diferentes raças, música e esportes. Vocês são o futuro do mundo, por isso nunca permitam que vocês sejam carregados pelo o que aconteceu no passado”, completou ao direcionar sua fala para os alunos brasilienses.
O trabalho desenvolvido com a educação inclusiva na rede pública do DF também chamou a atenção da delegação. Vera Barros, subsecretária de Educação Integral e Inclusiva da SEEDF, explicou que os estudantes com deficiência e altas habilidades são inseridos nas classes escolares com os demais na perspectiva de integração social contínua. Em concomitância a isso, também são desenvolvidos programas para aqueles que necessitam de atendimentos especializados.
“Todo o trabalho da educação especial é desenvolvido integrando família, escola e estudantes no processo. Além dos aspectos educacionais e formadores, trabalhamos a perspectiva de que os estudantes com deficiência e de altas habilidades podem desenvolver as atividades que desejarem e escolherem as profissões que têm vontade. Mostramos que todos são capazes e buscamos disponibilizar uma equidade de oportunidades. Incentivamos o ingresso na universidade com o projeto Enem Inclusivo e ações voltadas à capacitação para o mercado de trabalho”, frisou Mirian Barros.
A rede pública tem atualmente 18 mil estudantes deficientes e com altas habilidades.