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19/06/18 às 19h42 - Atualizado em 6/10/22 às 19h03

Educação Precoce: 130 crianças em Santa Maria

Rossana Gasparini, Ascom/SEEDF

 

Pelo menos duas vezes por semana, o pequeno João Lucas de Lima Souza, de dois anos, diagnosticado com Síndrome de Down, é atendido pela Educação Precoce oferecida pelo Centro de Ensino Especial 01 de Santa Maria. Durante 50 minutos, o trabalho é feito na piscina, rasa e aquecida, com a professora de educação física Emilene Garcia Medeiros. Como o João ainda não consegue andar, nem firmar os pés no chão, a atividade na água envolve equilíbrio, fortalecimento da musculatura e é onde o menino pode treinar os movimentos com mais facilidade para posteriormente desenvolver o andar no chão.

 

Foto: Luis Tavares, Ascom/SEEDF

Depois da piscina, João segue para a sala de agrupamento, onde, durante outros 50 minutos, são desenvolvidas atividades lúdicas, com a pedagoga Eliane Cândido dos Santos. Nesse ambiente, são trabalhadas questões como o desenvolvimento da fala, a identificação de objetos, a correlação entre nomes e cores. Todo o ambiente da Educação Precoce de Santa Maria foi pensado com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento global das crianças.

 

No total, são atendidas 130 crianças de 0 a 3 anos e 11 meses com algum tipo de deficiência, prematuridade, síndrome ou Transtorno do Espectro Autista (TEA). A Educação Precoce de Santa Maria possui 14 professores, sete de educação física e sete de atividades. Algumas crianças são atendidas individualmente, porém, também há atendimento em grupo. Assim, são formadas sete turmas de até 18 alunos, sendo quatro delas pela manhã e três à tarde.

 

A pedagoga da Educação Precoce Maria Cristina Santos explica que, dentro das turmas, são feitos pequenos agrupamentos a fim de atender cada criança de acordo com a necessidade específica que ela possui. “Nosso trabalho é preventivo e o maior objetivo é facilitar o processo de ensino das crianças e trabalhar a adaptação delas ao ambiente escolar, para que possam ser inseridas no ensino regular”, conta.

Prematuridade

Enzo Carvalho de Melo Souza, de três anos, chegou à precoce com apenas sete meses. O pai, Adelino Batista de Souza Júnior, conta que o menino nasceu prematuro, com apenas 26 semanas e teve de ficar por quatro meses na incubadora. Depois disso, passou por uma cirurgia cardíaca e logo que saiu do hospital, desenvolveu uma broncodisplasia e teve que viver por um ano com auxílio de um cilindro de oxigênio.

 

O trabalho preventivo da Educação Precoce foi fundamental para o desenvolvimento do pequeno, que deve seguir para o ensino regular no próximo ano. “As atividades feitas com meu filho pelos profissionais da Educação Precoce foram muito importantes para o desenvolvimento dele. Foi um trabalho maravilhoso e surpreendente. Hoje, o Enzo praticamente não tem nenhum atraso cognitivo ou motor. Eles nos ensinaram a fazer todas as atividades em casa também, e como eu trabalho a noite, pude acompanhar de perto todo o desenvolvimento dele”, disse.

Atendimento

A Educação Precoce de Santa Maria atende tanto a comunidade local como de outras regiões do Distrito Federal, por ter uma infraestrutura pensada e construída especialmente para atender preventivamente as crianças que necessitam e para que elas sejam encaminhadas, posteriormente, para o ensino regular ou para algum outro seguimento dentro  Secretaria de Educação.

 

O ambiente possui duas piscinas aquecidas, sala de atendimento a bebês, sala de pscicomotricidade, sala de agrupamento, área de convivência, parquinho, além de outros espaços externos.

Desenvolvimento

A coordenadora da Educação Precoce de Santa Maria, Manuelina Vieira Amaral de Paula, explica que logo que as crianças são encaminhadas pelo médico para a precoce, é feita uma anamnese, ou seja, uma espécie de entrevista para descobrir quais são os principais pontos – cognitivos e motores – que deverão ser trabalhados. “Além disso, cada criança possui uma Ficha Evolutiva de Desenvolvimento Infantil, onde os professores elencam todo o progresso alcançado e com a qual o profissional pode comparar os ganhos obtidos. Com isso, são feitos relatórios semestrais, posteriormente encaminhados para os pais, a fim de que eles saibam como está sendo o trabalho realizado com os filhos”.

Orgulho

A professora de educação física Emilene Garcia Medeiros está há 12 anos na Educação Precoce e conta como é gratificante trabalhar nessa área educacional. “É um trabalho de formiguinha, cada dia vamos contribuindo um pouco mais para o desenvolvimento desses pequenos. Por isso, temos sempre que nos capacitar para podermos atendê-los da melhor maneira e com as melhores técnicas. Quando vemos todo o ganho motor e cognitivo que eles adquiriram, é muito emocionante”, afirma.

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