Publicação é um instrumento para aferir o ensino infantil oferecido pela rede e instituições parceiras
Guilherme Marinho, Ascom/SEEDF
Nesta sexta-feira (11), a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) lançou o caderno de indicadores de qualidade da educação infantil. O objetivo da publicação é traçar parâmetros para aferir fatores que refletem no ensino ofertado para o público da primeira infância, como formação de professores, gestão da instituição educacional, limpeza do ambiente, participação das crianças, entre outros.
O próximo passo será desenvolver como se dará a aplicação da avaliação dos indicadores. Com o resultado, a SEEDF poderá traçar novas políticas com foco na qualidade e na oferta da educação infantil, que abrange creche e pré-escola.
Durante o evento, realizado no auditório do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o subsecretário de Educação Básica, Helber Vieira, ressaltou que a participação das instituições de ensino na formação cidadã é fundamental. “O que realmente importa é levar uma educação de excelência para nossas crianças. É uma oportunidade de futuro em um país tão desigual. Eu tenho certeza que no dia a dia dessas escolas acontece o futuro da nossa nação”, afirmou.
A gerente de Avaliação da Aprendizagem (Diav) da SEEDF, Lukelly Fernanda Amaral Gonçalves, explicou que o contexto no qual a criança começa a vida escolar é definidor para o processo de aprendizagem. “Pensar em qualidade, pensar na educação que queremos, não começa quando a gente aplica prova no 2º ano [do ensino fundamental] Ela começa na educação infantil. Somos uma rede e essa atenção vem desde antes da alfabetização”, destacou.
Carol Velho, a palestrante do encontro, trabalha com políticas publicas para a primeira infância na Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI). A especialista defendeu que é necessário ter referências básicas na educação. “Estes indicadores são os que a gente, minimamente, precisa ter para um índice de qualidade no contexto das crianças pequenas”, afirmou. Ela lembrou sobre o que disse o estudioso Peter Moss, para quem “a qualidade está longe de ser um termo neutro, é carregado de valor e produzido em um determinado contexto histórico e cultural”. Ou seja, o que é qualidade numa escola rural, pode não traduzir qualidade em uma urbana. Dessa forma, para Carol, é preciso garantir que as crianças tenham plenos direitos em qualquer lugar”.
Para Hellen de Paula Mota, representante da OSC Centro Comunitário da Criança, os indicadores são um instrumento significativo de melhoria dos resultados educacionais. “É de grande valia que se dê a devida importância à primeira infância. Trabalhar para que todas as instituições, parceiras ou da rede, cheguem à educação de excelência é um avanço enorme para a sociedade em geral”, disse. A instituição, que é parceira da SEEDF desde 2009, mantêm quatro unidades em Ceilândia e atende 793 crianças de 0 a 5 anos.
Na ocasião também foram distribuídos aos presentes o caderno com as orientações às comissões gestoras para o acompanhamento, monitoramento e avaliação do atendimento à educação infantil nas instituições educacionais parceiras e o caderno com as diretrizes pedagógicas e operacionais, voltado para as mantenedoras.
Atualmente, a SEEDF conta com 117 OSC parceiras, onde são atendidas cerca de 20 mil crianças, sendo que 16 mil têm até 3 anos. A pasta também oferece o ensino infantil em 271 escolas da rede para aproximadamente 42 mil crianças de 3 a 5 anos. Às mantenedoras é repassado, mensalmente, o valor de R$ 803,57 por criança.