Especialistas reforçaram a importância do aprendizado nos primeiros anos de vida
João Gabriel Amador, Ascom/SEEDF
A Educação foi o foco no segundo dia do I Seminário de Primeira Infância do Programa Criança Feliz Brasiliense. Reunidos no auditório da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) nesta terça-feira (22/10), pesquisadores e especialistas destacaram a importância do ensino nos primeiros anos de vida.
Representando a Secretaria de Educação do DF, a assessora de Gestão Estratégica e Projetos da pasta, Vanêssa Paula Garcez de Carvalho, coordenou a mesa sobre o tema e apresentou as ações realizadas pela SEEDF para atender as crianças de 0 a 5 anos. “Buscamos unir estratégias pedagógicas e de infraestrutura para melhor atender esse público. No pedagógico, temos a implementação do currículo em movimento e da base nacional curricular comum para a etapa, por exemplo. Em relação à expansão da rede, temos como meta a construção de 40 creches, além da ampliação de parcerias com instituições conveniadas”, afirmou.
A diretora de Ensino Infantil da Secretaria de Educação, Andreia Martinez, deu prosseguimento às apresentações, destacando a importância das creches na Educação. Após um breve histórico sobre os direitos das crianças, a especialista focou nas concepções do ensino infantil, com suas particularidades. “Há quem pense que o trabalho se resume a apenas cuidar de bebês. Mas as crianças, mesmo pequenas, têm condições de serem iniciadas em conteúdos como matemática, ciências e linguagens”, argumentou a educadora.
Em seguida, foi a vez da pesquisadora Carolina Velho usar a palavra. Representando a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) para Educação, Ciência e Cultura, a educadora trouxe a importância da brincadeira no ensino infantil. “Além de um direito previsto em tratados internacionais e diretrizes da Educação em nosso país, a brincadeira é a linguagem das crianças. Ao brincar, elas desenvolvem aspectos motores, cognitivos, emocionais e sociais necessários no cotidiano”, apontou a especialista, que também reforçou o papel fundamental da leitura de forma cotidiana como forma de incentivo aos pequenos. “Os bons hábitos devem ser estimulados desde a primeira infância. As histórias devem fazer parte do dia a dia das crianças”.
Psiquiatra da infância, Tatiana Valverde da Conceição apresentou aos participantes como o afeto molda o cérebro dos bebês. A médica mostrou estudos que comprovam que as experiências sensoriais nos primeiros anos fortalecem o desenvolvimento cerebral das crianças. “Entre 0 e 5 anos de idade é o período mais ativo e sensível a influências ambientais do cérebro. Quando bebês, as reações dos adultos, o carinho e os cuidados conduzem esse desenvolvimento”, afirmou a pesquisadora.
Para finalizar a mesa de debate, a pedagoga Gabriela Mieto explanou sobre o desenvolvimento de habilidades socioemocionais na escola como caminho para a cultura de paz. Segundo a pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), a violência gera marcas e deve ser evitada desde cedo. “As pessoas se tornam violentas a partir de situações conflituosas não resolvidas. Até mesmo microviolências, como privar as crianças de afeto, de brincadeiras ou de aprendizagem devem ser consideradas importantes nessa fase da infância”, destacou.
Iniciado nesta segunda-feira, o I Seminário de Primeira Infância do Programa Criança Feliz no DF abrigou mesas redondas sobre assuntos variados, como os avanços no Legislativo e Judiciário das políticas públicas de primeira infância e de programas de primeira infância; planos pela primeira infância, monitoramento e avaliação.
Além da Educação, na terça-feira (22/10), os temas abordados foram Saúde, Assistência Social e Cultura no contexto do Programa Criança Feliz Brasiliense.