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Educação debate protagonismo da criança em sala de aula

Tema foi norteador de palestra com docentes e gestores dos CEPIs e de instituições conveniadas durante toda esta sexta-feira (5). Mil profissionais da educação participaram do encontro realizado na Escola Parque

 


Por Elton Pacheco, Ascom/SEDF

Os professores e gestores da educação infantil devem trabalhar para que as crianças se tornem protagonistas em sala de aula. Esse é, segundo a especialista em metodologia e didática, Maria Aparecida Camarano, um dos grandes desafios do ensino infantil no País. “Ao darmos ouvidos, vozes e atendermos aos interesses de nossas crianças, deixamos o tradicional papel protagonista do professor de lado, e damos lugar para nossos alunos preenchê-lo. Os ganhos são significativos em autonomia, segurança e na formação de cidadãos mais preparados”, afirmou.

 

Camarano foi a convidada da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer do Distrito Federal para o Dia de Formação da Educação Infantil, evento promovido ao longo de toda a sexta-feira (5) pela pasta por meio da Subsecretaria de Educação Básica (Subeb), no auditório da Escola Parque 308 Sul. A professora aposentada e mestre em educação pela Universidade de Brasília (UnB) tratou do papel da criança como centro da organização curricular, a participação dos docentes, a inserção e adaptação da criança na escola, além de levar orientações para melhoria na qualidade da educação.

 

O encontro contou com a participação de mil profissionais – entre professores, diretores, coordenadores pedagógicos e dirigentes – das 59 instituições conveniadas e dos 42 Centros de Educação de Primeira Infâncias (CEPIs), que oferecem educação infantil para crianças de 0 a 5 anos no Distrito Federal. Os participantes foram divididos em dois grupos, um pela manhã e outro a tarde. O evento também tratou do currículo da educação básica e a estrutura da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, que tem a frente o professor Júlio Gregório. Ele acompanhou as atividades pela manhã.

Segundo Gregório, é preciso olhar com mais cuidado para a base. “O exemplo para educação no Brasil está no ensino infantil. O trabalho nos anos iniciais é fundamental para o país que queremos construir. Nosso sistema educacional precisa ser fortalecido de baixo para cima”, discursou. Para Regina Delgado, da Diretoria de Educação Infantil da SEEDF, momentos de formação continuada como este são importantes porque aproximam os gestores. “Os resultados são sentidos na ponta, por isso devemos primar pelo melhor atendimento”.

 

Além desse encontro, outros três estão previstos neste ano para os dias 13 de março, 13 de julho e 26 de outubro. Outra importante fonte para capacitação são os cursos da Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (EAPE), que, desde 2011, permite a participação dos gestores e professores dos CEPIs e instituições conveniadas. Ano passado, a EAPE criou cursos específicos para as conveniadas e para os CEPIs e vai repetir a oferta ao longo de 2016.

 

De acordo com dados da Secretaria Adjunta de Educação, a educação infantil do DF atende hoje quase 50 mil crianças de até 5 anos de idade, em 104 unidades com regime de horário integral e outros 242 centros de ensino convencionais. Somente nos CEPIs e nas instituições conveniadas, que funcionam em prédios próprios, são atendidas 15 mil crianças de 0 a 3 anos e de 4 e 5 anos. O custo que o Estado tem com cada criança atendida é de R$ 588 para 4 e 5 anos e de R$ 686 para até 3 anos. Em 2015, o total investido com a oferta educacional para a primeira infância foi aproximadamente de R$ 120 milhões.

 

Na prática

Exemplo desse protagonismo é o da professora Auricelia Sousa, da Creche Irmã Elvira, no Núcleo Bandeirante. Ao tornar os alunos a parte mais importante no processo de aprendizagem, ela descobriu novos caminhos para ensinar, como quando aprendeu a contar histórias sem, necessariamente, utilizar os livros, em um dos cursos oferecidos pela EAPE. “Quando me dei conta de que poderia utilizar o espaço, o ambiente em que estavamos inseridos, para criar e sair da caixinha, descobri novas formas para ensinar e aprender todos os dias”, afirma a docente. Auricelia acredita que os encontros de educação continuada ajudam a reforçar esse papel do professor em sala de aula e, por isso, faz questão de participar.

 

Graças ao empoderamento de Auricelia e os outros professores, os 300 alunos da Creche Irmã Elvira, que funciona na mesma estrutura de um lar dos velhinhos (o Instituto Integridade), passaram a olhar para as gerações futuras. “Tanto para os idosos como para os alunos, percebemos um novo brilho no olhar. As crianças certamente aprenderão a ter mais respeito pelos idosos ao longo de toda a vida, e eles, os mais velhos, podem conviver com o sorriso diário de uma vida em formação”, conta a professora, para quem o maior desafio da educação infantil é a compreensão dos pais. “As crianças são como livros. Elas te mostram o conteúdo, o que traz, o que tem a cada nova página. É preciso olhar com muito cuidado para cada uma dessas páginas e ajudar a escrever essas histórias”, ressalta.

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