Provas são de 4 a 8 de novembro. Na edição anterior, o engajamento foi baixo. Resultados definem políticas públicas
Málcia Afonso, Ascom/SEEDF
Mais de 83 mil estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal devem fazer as provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) entre os dias 4 e 8 de novembro. Os testes de Língua Portuguesa e de Matemática serão para todos os estudantes do 5º e do 9º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio. A Educação Infantil pública e conveniada e a rede privada também serão avaliadas, mas por amostragem.
Um dos desafios no DF começa pelo engajamento. Na edição de 2017, os estudantes do Ensino Médio foram avaliados de forma censitária pela primeira vez. Entretanto, de 92 escolas, apenas 11% obtiveram quórum suficiente para ter as notas divulgadas. Nos anos finais do Ensino Fundamental, de 204 unidades, 50% tiveram nota. Nos anos iniciais, a participação foi expressiva – de 380 escolas, 90% tiveram nível de participação suficiente para divulgação dos resultados.
Desde o primeiro semestre, a Secretaria de Educação visitou escolas e regionais de ensino para mostrar a importância do Saeb, que tem como principal objetivo fazer um diagnóstico da Educação Básica ofertada no país. Os resultados somados aos dados de aprovação, reprovação e abandono aferidos pelo Censo Escolar são usados para calcular o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
“É um importante subsídio à elaboração e à execução de políticas públicas em educação, porque mostra onde as escolas e as redes de ensino apresentam fragilidades e quais habilidades precisam ser alcançadas para melhorar o desempenho dos estudantes. Sem que se conheça o nível de aprendizagem é praticamente impossível colocar em prática qualquer projeto educacional com o mínimo de segurança em relação à efetividade”, destaca o subsecretário de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação, Cláudio Amorim.
A partir desta edição, o Saeb passa a ser único, abrangendo todo o percurso escolar dos estudantes da Educação Básica. Deixaram de existir as siglas ANA (Avaliação Nacional de Alfabetização), Aneb (Avaliação Nacional da Educação Básica) e a Anresc (Avaliação Nacional do Rendimento Escolar, também conhecida como Prova Brasil).
• De forma censitária, estudantes do 5º e do 9º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio da rede pública fazem provas de Língua Portuguesa e de Matemática, ainda pelas matrizes de referência anteriores à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada em 2017 e que está em fase de implementação;
• Por amostragem, estudantes do 5º e do 9º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio da rede privada também serão submetidos ao mesmo teste aplicado na rede pública;
• Estudantes do 9º ano de escolas públicas e privadas fazem, por amostra, os exames de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e de Ciências Humanas (História, Geografia, Sociologia e Filosofia), já alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que dividiu as habilidades (conteúdos essenciais) por área de conhecimento;
• Estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental das redes pública e privada, também por amostra, fazem os testes de Língua Portuguesa e de Matemática, tomando como referência a BNCC. Até então, as provas da antiga Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) eram realizadas censitariamente por alunos do 3º ano;
• Para conhecer as condições de acesso e da oferta da Educação Infantil (creche e pré-escola) nas redes pública ou conveniada, o secretário de educação, diretores e professores respondem a questionários, de forma amostral;
• Os estudantes matriculados na educação especial e que façam parte do público-alvo do Saeb também participam e contam com atendimento especializado, desde que registrados no Censo Escolar e que a escola tenha feito a solicitação à empresa aplicadora.
O Saeb é realizado pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC, a cada dois anos, nas redes municipais e estaduais de educação. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), esta edição é a maior da história do exame, com previsão de mais de 7 milhões de participantes em todo o País, nas áreas urbana e rural.
Cabe a cada rede de ensino definir o período de provas, desde que dentro do calendário proposto pelo Inep. Já o dia exato de realização do exame é acertado diretamente entre a escola e a empresa responsável pela aplicação contratada pelo Inep.
Além das provas, estudantes, diretores, professores e secretários de educação respondem a questionários. São instrumentos que possibilitam conhecer a formação, as práticas pedagógicas, o nível socioeconômico e cultural, os estilos de liderança e as formas de gestão dos profissionais da educação, tornando possível realizar estudos de fatores associados que interferem na qualidade.
São divulgados apenas os resultados das escolas públicas que registrem, no mínimo, dez estudantes presentes às provas e que, concomitantemente, tenham participação de pelo menos 80% dos matriculados realizando o exame.
As unidades que participam de forma amostral não têm notas por escola e nem seus nomes divulgados. Os seus resultados são usados apenas para atribuir as notas do País, da região geográfica e da unidade da federação.
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Veja também:
Vídeos sobre a importância do Saeb
Helber Vieira – Subsecretário de Educação Básica
Michelly Vaz – Diretora de Acompanhamento da Oferta Educacional
• Série histórica do Ideb no Distrito Federal