Construído de maneira colaborativa, estudantes e professores apreciam as sessões semanais
Aldenora Moraes, Ascom/SEEDF
A prática dos cineclubes tem resistido ao tempo e às inovações tecnológicas no Centro de Ensino Médio Escola Industrial de Taguatinga (CEMEIT). Esse tipo de associação, sem fins lucrativos, surgiu na França, por volta de 1920, e estimulava a reflexão a partir do cinema. De lá para cá, em escolas da rede pública de ensino do DF, como o CEMEIT, ainda há espaço para a diversidade das experiências cinematográficas.
Já são 10 anos de cineclubismo na unidade, uma iniciativa que desperta o protagonismo juvenil e contribui para a formação de público. A coordenadora do projeto “Cineclube Cine Teatro EIT – cineclubismo, cultura e educação”, Flávia Felipe, se descreve como “apaixonada por cinema”. Para ela, o êxito do projeto não se restringe à experiência audiovisual. “Por ser um espaço de encontro, a necessidade de estar junto permanece. Embora o filme seja debatido, outros temas se desdobram a partir das conversas. É um momento de escuta, de empatia”, explica.
A estudante Vitória Araruna, do 3º ano do ensino médio, está há três anos no projeto. “Fazemos reunião para escolhermos os filmes e, às vezes, abordamos alguma temática específica. Mas geralmente o tema é ligado aos direitos humanos. Assistimos a curtas, por conta do horário e para que os alunos do turno matutino e vespertino possam participar. Essa experiência nos possibilita um olhar novo sobre o mundo”, esclarece Vitória.
Também aluna do 3º ano do ensino médio, Geovana Costa vê o Cineclube como um espaço descontraído e leve “em meio às dificuldades do ensino médio” e que proporciona grandes descobertas. “A gente se desconstrói”, analisa. A estudante Ester Albuquerque, do 3º ano do ensino médio, reitera que a experiência com o cineclube permite que temas importantes sejam discutidos. “Falamos sobre questões de gênero, sobre a vida. Neste espaço, podemos questionar”, afirma Ester.
O projeto “Cineclube Cine Teatro EIT – cineclubismo, cultura e educação” foi um dos vencedores da 8ª edição do Prêmio Professores do Brasil, em 2014. “Foi um momento de muito diálogo com a comunidade. O Festival de Cinema de Taguatinga se aproximou da escola, houve oficinas de teatro e vídeo”, relembra a coordenadora Flávia Felipe.
“Embora tenha facilitado o acesso aos materiais audiovisuais e nossa relação com a tecnologia tenha mudado, há espaço para o cineclubismo” acredita Flávia. Ela é uma das participantes, nesta quarta-feira (28), da Roda de Conversa “Cineclubismo nos tempos de streaming”, na Universidade de Brasília. Na ocasião, ela apresentará o Cine Clube EIT, desenvolvido no CEMEIT.
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Serviço
Roda de Conversa Cineclubismo nos tempos de streaming
Data: 28 de agosto
Horário: 11h
Local: Auditório Cassiano Nunes, na UnB