Há mais de duas décadas enfrentando alagamentos quando chove, a escola, somente agora, terá o problema resolvido
Agência Brasília
Tão logo teve cortada sua fita inaugural, em 1999, o Centro de Educação Infantil (CEI) 304 do Recanto das Emas já revelou um grave defeito: a parte em que se localizam as seis salas de aula e o pátio fora construída a um metro e meio abaixo do nível da rua que passa em frente. Desde então, sempre que chove, a água escoa para esses compartimentos, formando uma imensa piscina.
Este ano, enfim, vai ser diferente. Acionada pela Coordenação de Ensino Regional (CRE) do Recanto das Emas, a Construtora Burity, responsável pelo contrato de manutenção da escola, sem nenhum custo adicional, começou a fazer o alargamento da rede pluvial. Isso aumentará a capacidade de vazão da água e acabará com o alagamento.
Ao longo desses mais de 20 anos, o problema ocorre de forma sazonal: sempre nos períodos de chuva, as salas e o pátio precisam ser interditados, devido ao acúmulo de água. “É angustiante ter 500 crianças sob sua responsabilidade e precisar sair correndo com elas no colo quando chove”, descreve a diretora do CEI 304, Eneida Pessoa.
A empresa vai substituir toda a encanação e instalar canos de 250mm no lugar dos de 150mm. Serão mais de 40 metros de rede. “O escoamento não era suficiente”, explica o engenheiro Gabriel Morais, da construtora. “A tubulação é muito estreita, tem diâmetro bem inferior ao que o volume de água pede para dar vazão ao local certo – que é a área verde aqui do lado”.
Enquanto as aulas estão suspensas em função das medidas de proteção contra o coronavírus, funcionários da Burity trabalham em tempo integral para entregar o serviço. “Até o retorno das aulas, a obra estará totalmente concluída; esse problema ficará no passado”, assegura o titular da CRE do Recanto das Emas, Leandro Freire.
O drama se mostrava mais grave ainda pelo fato de a escola acolher, além dos 440 estudantes, 81 alunos com algum tipo de deficiência. Eles estão concentrados nas turmas de educação precoce. Os demais, que têm de três meses a seis anos de idade, frequentam outras séries da educação infantil.
“Vou terminar minha carreira com o dever cumprido”, comemora a diretora Eneida Pessoa, que dedicou os últimos 20 anos de seus 32 de magistério à escola e, agora, aguarda a aposentadoria. Preocupada com o surto de coronavírus no DF, ela ressalta a importância da suspensão das aulas e a oportunidade para executar o serviço. “Quando tudo isso acabar, poderemos estar todos juntos novamente em uma nova escola”, diz, esperançosa.
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