Rossana Gasparini, Ascom/SEEDF
Você sabia que a partir da teia de uma aranha pesquisadores descobriam que é possível produzir coletes a prova de balas e para-choques de carros mais leves e flexíveis? O estudo, realizado pela Embrapa, foi apresentado na III Virada Pedagógica, nesta quarta-feira (5), pela doutora em ciência agroeconômica e ecológica e professora da rede pública do Distrito Federal, Michelle Cotta.
No encontro, que envolveu professores e orientadores das coordenações regionais de Santa Maria, Recanto das Emas e Gama, Michelle apresentou diversas formas de abordar os conhecimentos da bioeconomia, tema da III Virada, em sala de aula. A intenção é fazer os estudantes se interessarem pelo tema e levá-lo para além dos muros da escola, espalhando os conhecimentos também para a comunidade em que vivem. A Virada no Gama foi no auditório da Uniceplac.
E é justamente o que já acontece no CED Agrourbano Ipê, no Riacho Fundo II. A escola possui uma exposição permanente de tecnologias sustentáveis com mais de 20 projetos realizados pelos estudantes e seus professores, desde captação de água da chuva até sistema de saneamento básico para toda a escola. A diretora Sheila Melo conta que as atividades vão além do empenho em produzir metodologias ativas e bioeconomia. “Desenvolvemos trabalho em equipe, valorização do estudante, dos professores e conseguimos o comprometimento de toda a escola e comunidade nos projetos”.
O professor de biologia e ciências do CED Agrourbano Ipê Leonardo Hataro explica que todos os projetos começam com uma problemática que é lançada para os estudantes. A última delas era pintar o tanque de peixes que a escola possui com uma tinta sustentável. Lançado o desafio e com a ajuda dos professores de artes e química, os alunos pesquisaram e conseguiram desenvolver uma tinta a partir da terra e que não possui elementos contaminantes. “Pintamos todo o tanque e agora eles já estão trabalhando para montar uma biostartup para vende a tinta que é feita apenas com pigmento, aglutinante e solvente”.
A Bioeconomia é um conjunto de atividades econômicas baseadas na utilização sustentável e inovadora de recursos biológicos renováveis em substituição a outros não-renováveis. Por isso, o doutor em ciência da informação e coordenador do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), Tiago Braga, explicou a importância dos professores abordarem o assunto junto aos estudantes a fim de que sejam formados cidadãos conscientes e sustentáveis.
A Virada no Gama teve uma participação especial. O violeiro Chico Nogueira se apresentou durante a abertura do evento, juntamente com o estudante da escola Meninos e Meninas do Parque Davi Santos.
O subsecretário da Subsecretaria de Educação Básica (Subeb), Helber Vieira, ressaltou a importância do evento para a valorização dos professores e dos profissionais da educação e do aperfeiçoamento da aprendizagem. “Tenho convicção de que a rede pública do DF possui os melhores professores do país. Por isso, nesses encontros, queremos nos aperfeiçoar ainda mais, de forma que nos importemos de forma veemente com nossos estudantes e com o efetivo aprendizado deles”.
A III Virada Pedagógica conta com a parceria da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e da Universidade de Brasília (UnB). Neste terceiro encontro, que ocorreu simultaneamente em todas as regionais de ensino, o tema abordado foi “Bioconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável”, o mesmo do Festival de Tecnologia, Inovação e Ciência 2019 (Festic) e da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNTC).
Na noite desta terça-feira (4), a III Virada foi realizada também para professores de ciências exatas e da natureza do Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Profissional que atuam no noturno. O encontro foi no auditório do Edifício Phenícia, no Setor Bancário Norte, sede da Secretaria de Educação.