Desde 1986, programa da Secretaria de Educação impulsiona a prática de atividades físicas e culturais à comunidade em geral
Aldenora Moraes, Ascom/SEEDF
Há 16 anos, a síndrome da fibromialgia levou Marta Teixeira a fazer uma escolha: aceitar a doença ou buscar formas de viver de maneira mais saudável. Marta optou pelo bem-estar. Matriculou-se em uma das turmas do Programa Ginástica nas Quadras (PGINQ), no Núcleo Bandeirante. “O pior sintoma da fibromialgia é a dor difusa. Isso me fez ingressar no programa e possibilitou a convivência com outras pessoas e a descoberta de novas possibilidades”, explica.
O PGINQ foi instituído em 1986 para promover a melhoria da qualidade de vida da comunidade pela oferta de práticas esportivas e atividades sociais gratuitas. Diversas modalidades como ginástica localizada, natação, hidroginástica, yoga e condicionamento físico são ofertadas em todas as coordenações regionais de ensino (CREs) do DF. Os interessados devem ter a partir de 15 anos e fazer a inscrição ao longo do ano letivo em uma das CREs.
O podcast EducaDF desta semana aborda os ganhos sociais e pessoais que a atividade física propicia. Para isso, o professor Luciano Lopes, instrutor do programa no Núcleo Bandeirante há 14 anos, e Marta, sua aluna, participam de uma conversa descontraída e informativa. O podcast EducaDF está disponível nas plataformas de áudio.
Com a pandemia, a dinâmica das aulas precisou ser alterada, conta professor Luciano. Ele passou a gravar as aulas que são realizadas às segundas, quartas e sextas e as disponibilizou no Youtube. “O retorno tem sido incrível e o alcance até aumentou. Como as alunas podem acessar as aulas de qualquer lugar, atendo pessoas de outros estados, como o Ceará e tenho alunas até na Suíça. No entanto, o início não foi tão fácil, precisei gravar tutoriais para que pudessem acessar da maneira mais simples possível porque o programa conta com muitas idosas”, diz.
Acolhimento à terceira idade
O atendimento e o cuidado, principalmente com a população idosa, fez com que Maria Alzenir de Araújo, 72 anos, ingressasse no programa. “Minha filha me incentivou e o professor Luciano já era conhecido por ser muito comprometido com os idosos. Com o coronavírus passei a acessar as aulas de casa e continuei as atividades. Quando comecei, descobri que tinha diabetes, mas com as atividades físicas consegui estabilizá-la”, comemora.
As atividades integradas entre as escolas públicas e a comunidade ultrapassam os limites da escola e o PGING ocupa os mais diversos territórios da cidade como espaços públicos, clubes comunitários e parques. Além disso, com o tempo, a participação ativa de idosos no programa indica a necessidade de atender uma demanda de cuidado com a saúde de maneira mais ampla o que implica em contribuir para o envelhecimento com mais qualidade de vida.
A pedagoga Ada Lima participa do PGINQ, em Taguatinga, e destaca a importância do programa. “Há uma relação entre atividade física e a melhoria da condição de saúde e qualidade de vida. Não se trata apenas de cuidar do físico, mas buscar estar em harmonia com as pessoas, estar bem consigo mesma. No programa participamos de eventos culturais e esportivos que muitos não teriam acesso se não tivessem sido acolhidos pela proposta”, diz.