Evento traz especialistas para debater a qualidade de vida no trabalho
João Gabriel Amador, Ascom/SEEDF
Identificar os desafios enfrentados no dia a dia e buscar ideias para solucioná-los são alguns dos objetivos do I Seminário Nacional sobre Bem-Estar e Qualidade de Vida no Trabalho dos Profissionais da Educação, realizado pela Secretaria de Educação do DF. O evento teve início nesta terça-feira (1º de outubro).
O seminário, sediado no Museu Nacional da República, contou com a participação de representantes da pasta, pesquisadores e agentes públicos que atuam na área da Educação. “Esse seminário é especial e deveria ser reproduzido em todos órgãos e em empresas privadas. Afinal, quando um responsável deixa a criança na escola, acredita que vamos cuidar bem do seu maior tesouro. Mas quem cuida dos educadores? Depende de cada um de nós promover um ambiente de trabalho saudável, harmônico, que gere prazer”, destacou o secretário de Educação do DF, João Pedro Ferraz.
A importância dos cuidados com o bem-estar também foi ressaltada pela subsecretária de Gestão de Pessoas e anfitriã do evento, Kelly Bueno. “Cada painel foi pensado cuidadosamente para que pudéssemos discutir, refletir e construir novos saberes a partir de experiências. Não é fácil o gestor sair do seu ambiente por dois dias consecutivos. Mas é necessário que estejamos abertos a esta reflexão para resultados cada vez mais positivos”.
Após a introdução, foi a vez das apresentações de especialistas. A psicóloga Amália Raquel Perez-Nebra subiu ao palco primeiramente e trouxe resultados de uma extensa pesquisa realizada com servidores da Secretaria de Educação do DF. Segundo os estudos da pesquisadora, fatores como autonomia e clareza de tarefas tendem a deixar os profissionais mais satisfeitos no trabalho. Em compensação, demandas físicas exaustivas e falta de suporte social criam ambientes de insatisfação, o que pode gerar o absenteísmo.
A educadora Regina Zanella Penteado, do Instituto de Biociência da Universidade Estadual Paulista, deu prosseguimento às apresentações com reflexões sobre a profissionalização da docência. “A origem do magistério, dentro de ambientes religiosos, criou uma ideia de que o professor tem um dom de ensinar e que o ofício não permite sequer que ele adoeça. Esse aspecto é sentido até hoje, com uma precarização do trabalho do educador”, argumentou a pesquisadora.
Segundo a professora Regina Zanella, é preciso que haja políticas públicas coletivas, com a participação dos próprios professores, para que a Educação entre na era da profissionalização. Assim, será possível criar ambientes mais saudáveis e propícios para o ensino de qualidade. Ao final, os presentes ainda puderam tirar dúvidas com as pesquisadoras.
O Seminário Nacional sobre Bem-Estar e Qualidade de Vida no Trabalho dos Profissionais da Educação continua nesta quarta-feira (2/10), no Museu Nacional da República. O início das atividades está marcado para 8h30 e seguem durante todo o dia, com a apresentação de três painéis de pesquisadores e especialistas. Mais detalhes e o credenciamento para o seminário estão disponíveis no site do evento.