Rossana Gasparini, Ascom/SEEDF
O pequeno Hugo Ghabriel Silva de Almeida tem três anos e logo cedo, por meio do teste da orelhinha, foi diagnosticado com surdez profunda bilateral. O primeiro passo para trabalhar a surdez do menino foi o implante coclear, que ativaria a audição e possibilitaria a oralização. No entanto, os pais, Paulo Cesar Coelho de Almeida e Eliania Pereira da Silva, contam que a adaptação ao implante foi muito difícil, tanto anatômica quanto cognitiva. Eles então optaram pela Educação Precoce Linguística, oferecida pela Escola Bilíngue de Taguatinga, da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.
Com a professora Roberta Gomes de Lima, que também é surda, Hugo está tendo o primeiro contato com a Libras, a Língua Brasileira de Sinais, que será a primeira língua do pequeno. Posteriormente, durante a alfabetização, ele aprenderá também o português escrito. Neste momento, o trabalho é voltado para o aprendizado de palavras simples, como “mamãe” e “papai” e , principalmente, ao contato visual com as outras pessoas. “Esse contato visual é o mais importante para a comunicação em Libras, porque é basicamente por ele que nos comunicamos utilizando os sinais. Além disso, trabalhamos ainda toda a parte cognitiva e afetiva para que o Hugo possa interagir e se inserir no meio social escolar”, explica Roberta.
Para Paulo, a evolução do filho foi imensa desde que chegou à Escola Bilíngue. “Ele está muito mais desenvolto, já consegue se comunicar e é muito interessante vê-lo aprendendo a falar por meio dos sinais”. Além de Hugo, toda a família também irá aprender a Libras na Escola Bilíngue de Taguatinga. A supervisora pedagógica Gisele Morisson Feltrini explica que o objetivo do programa de Educação Precoce Linguística é integrar todo o círculo familiar e ensiná-los a linguagem de sinais. “Para os familiares do Hugo, especificamente, disponibilizamos uma turma particular para que possam aprender a Libras”, disse.
Além da língua de sinais, a Escola Bilíngue também trabalha com os estudantes a alfabetização em português escrito. Desde a Educação Precoce, a familiarização com as palavras da língua portuguesa já é incentivada e, a partir da Educação Básica, os estudantes aprendem o Português escrito como segunda língua.
Mesmo com os serviços disponibilizados atualmente para atendimentos dos surdos e para a integração deles à sociedade, para a professora Roberta, ainda é preciso mais atenção às pessoas com deficiência auditiva. “É necessário que haja profissionais com proficiência em Libras nos bancos, hospitais, delegacias, além de intérpretes que sejam fluentes na língua de sinais”, afirma.
A Escola Bilíngue de Taguatinga oferece curso de Libras para a comunidade em geral. As aulas acontecem às quintas-feiras, pela manhã, às 8h30, e no período da tarde, às 16h30. Os interessados podem procurar a unidade pessoalmente ou pelo telefone (61) 3901-6741.
A supervisora Gisele explica que, para a Educação Precoce, quanto mais cedo os estudantes ingressarem, mais fácil será o aprendizado. “Também temos vagas disponíveis para a precoce. Basta os pais ou responsáveis procurarem nossa escola. O atendimento começa nos primeiros anos das crianças e vai até o ensino médio”.
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