A etapa desta segunda-feira (2) aconteceu em Santa Maria e selecionou duas participantes para a semifinal
Tainá Morais, Ascom/SEEDF
Durante o evento repleto de sabores, o concurso gastronômico “Sabor de Escola” trouxe à luz uma realidade frequentemente esquecida: os homens merendeiros que desempenham um papel essencial na alimentação dos estudantes da rede pública do Distrito Federal têm dons culinários incríveis para compartilhar. Na etapa de Santa Maria, que aconteceu nesta segunda-feira (2), dois homens participaram da competição, deixando sua marca na cozinha e desafiando estereótipos. Nesta região, 14 profissionais se inscreveram.
Um dos homens inscritos no concurso, o merendeiro Sheldon Willian, do Centro Educacional 416 da região, contou sobre suas motivações. “Trabalhar como merendeiro é uma honra. Eu sempre tive uma paixão pela cozinha. Este concurso é uma oportunidade incrível para mostrar que os homens também têm talento culinário e podem fazer refeições deliciosas e saudáveis para nossos estudantes”.
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Ao lado dele, José Ramos, outro participante orgulhoso, comentou sobre a oportunidade em poder concorrer. “Muitas vezes, os homens merendeiros são subestimados, mas temos um amor genuíno pela comida e pelo bem-estar dos estudantes. Estamos aqui para provar que podemos fazer a diferença na alimentação escolar”, afirma. O merendeiro representou a Escola Classe 01 do Porto Rico e trouxe a proposta da receita mineira preparada com cuscuz e especiarias.
Apesar de não serem selecionados pra a próxima etapa, a presença dos homens na competição não apenas acrescentou diversidade ao “Sabor de Escola”, mas também desafiou preconceitos arraigados sobre gênero e culinária.
Santa Maria é a cidade da vencedora da primeira edição do concurso. Agora, em 2024, a etapa regional da competição revelou mais dois talentos culinários: Francilene Ferreira, da Escola Classe Porto Rico, e Cristiane Nogueira, do Centro de Ensino Fundamental 201. Ambas são ex-alunas de escolas públicas e não só mostraram o amor pela culinária, mas também a dedicação em trazer um toque especial para a mesa dos estudantes.
Francilene Ferreira, com seu escondidinho de carne com mandioca, encantou os jurados e emocionou a todos com sua história. Ela compartilhou, com um brilho nos olhos sobre o histórico de sua receita. “Essa receita é um legado da minha avó. Ela me ensinou cada detalhe, e agora, poder reproduzi-la para os estudantes é uma honra e um orgulho imenso. É como compartilhar um pedaço das minhas raízes com eles”, destaca.
Cristiane Nogueira, por sua vez, conquistou os paladares com seu bobó de tilápia com mandioca amarela. Ela também é uma ex-aluna da rede pública de ensino e revelou como sua educação a inspirou. “Estudar em escolas públicas me deu a base para chegar até aqui. O bobó de tilápia acaba sendo uma inovação e quero que os estudantes experimentem um pouco do meu talento através da comida.”
Ambas as merendeiras demonstraram que, além de alimentar o corpo, podem alimentar a alma dos estudantes com pratos que carregam histórias e tradições. A conquista para a semifinal não celebra somente a questão culinária, mas também a importância da educação pública na formação de talentos e bons profissionais.