Cinco escolas rurais se unem para mostrar educação, expressão cultural e formação em evento do Dia do Campo
Thaís Rohrer, Ascom/SEEDF
Em comemoração ao Dia do Campo, representantes de cinco escolas rurais da rede pública se reuniram nesta quarta-feira (19) para mostrar a qualidade da educação na zona rural do Distrito Federal. Também foi um momento de celebrar a vida camponesa, a cultura e a expressão da comunidade rural. O encontro aconteceu na sede Escola Classe Kanegae, localizada no Riacho Fundo I.
A data do Dia do Campo, celebrado em 17 de abril, foi incluído no calendário escolar da rede pública do DF oficialmente em 2023 e faz parte das atividades nas escolas para valorizar essa temática.
O Dia do Campo organizado pela Coordenação Regional de Ensino do Núcleo Bandeirante ocorre desde 2014 e tem a participação das cinco escolas rurais da região: Escola Classe Kanegae, Escola Classe Agrovila, Centro Educacional Agrourbano, Escola Classe Riacho Fundo e Escola Classe Ipê. É um momento em que as unidades se reúnem para formação, troca de experiências, apresentação dos projetos dos estudantes, apresentações culturais e exposição de produtos da comunidade.
A secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, fez questão de valorizar as escolas rurais durante a abertura do Dia do Campo. “Para mim a melhor agenda de compromissos é estar na escola. É aqui repomos as baterias e vemos para quem a gente trabalha, nossos estudantes. O trabalho das escolas do campo é fundamental para o desenvolvimento das crianças”, destacou.
A secretária de Educação relembrou ainda de suas raízes como professora com 45 anos dedicados ao magistério e do quanto a educação é transformadora. “Nada é mais mágico do que o descortinar das letras diante da gente. Ver o milagre da alfabetização, da leitura, da matemática e da interpretação do texto. Por isso, eu relembro aqui toda a minha admiração pelos meus colegas da rede pública”, completa.
Secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, destaca importância da educação no campo para a rede pública | Mary Leal, Ascom/SEEDF
Esse ano, o tema do encontro foi os quatro elementos e a vida no campo. A ideia foi abordar o quanto água, o fogo, a terra e o ar são relevantes nesse contexto rural e, consequentemente, para toda a sociedade.
A água teve um destaque especial com a contribuição do projeto Adasa na Escola, que levou aos estudantes lições de educação ambiental e conscientização sobre o uso racional da água. O diretor-presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa), Raimundo Ribeiro, levou bonés de Guardiões da Água para os estudantes para incentivá-los a atuarem como multiplicadores de práticas de uso racional de recursos hídricos e destinação correta de resíduos.
Legado para educação
O Dia no Campo na Escola Classe Kanegae foi recheado de história e emoção. A primeira diretora e professora da unidade, Maria José Roriz. esteve na celebração e se emocionou no evento. Ela participou da fundação da escola em 1972 e vê muitos frutos formados a partir da educação no auge dos seus 79 anos de idade. “Venho aqui hoje tão emocionada. A escola está linda, cheia de espaço e com ótima estrutura. Quando comecei aqui era uma sala de aula apenas e tinha que me desdobrar em várias funções. Tenho orgulho de ter trabalhado numa escola do campo e ver que muitos dos estudantes que fui professora se formaram, tem uma profissão e são pessoas de bem”, relembrou.
O trio de estudantes do 4º ano do ensino fundamental Alícia Fernandes, Davi Guilherme e João Miguel, todos de 9 anos, falou com orgulho que gosta, de estar ali todos os dias e mostraram que o trabalho iniciado na década de 70 rende frutos até hoje. “Aprendemos na escola do campo a importância de cuidar da natureza e jamais poluir”, conta Alícia. “Sentimos o ar puro aqui e gostamos da nossa escola”, destaca Davi.
Crianças contam riquezas de estar em uma escola do campo e mostram suas obras de arte valorizando a sustentabilidade | Foto: Mary Leal, Ascom/SEEDF
Os estudantes mostraram alguns dos trabalhos expostos em que aproveitaram latas e garrafas para explorar a veia artística da pintura e transformá-las em vasos para plantas. “A educação no campo é forte e expressiva aqui no Núcleo Bandeirante. Sabemos que as escolas rurais são importantes em todo o DF e merecem ser valorizadas. É uma educação de qualidade e que tem a forte participação das famílias no dia a dia escolar”, afirmou Mauro Rocha, coordenador da Coordenação Regional do Núcleo Bandeirante.
