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31/03/23 às 10h12 - Atualizado em 17/05/23 às 15h10

No DF, inclusão se aprende na escola

Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo lembra que é possível uma educação pública de qualidade

Thaís Rohrer, Ascom/SEEDF

 

Escola Classe 45 de Ceilândia mistura na mesma sala alunos sem deficiência e aqueles diagnosticados com TEA | Foto: André Amendoeira, Ascom/SEEDF

 

Um exemplo de escola inclusiva, acessível e com educação humanizada. Assim é o trabalho da Escola Classe 45 de Ceilândia. A unidade lembra da importância do Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, celebrado neste 2 de abril (domingo), e mostra, por meio de ações desenvolvidas cotidianamente, o que é inclusão.

 

A unidade tem 775 estudantes, destes 37 diagnosticados com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). O local atende alunos da educação infantil e do 1° ao 5° ano do ensino fundamental.

 

Nas turmas inclusivas, a equipe pedagógica da EC 45 observa certas peculiaridades ao longo do ano letivo. No início das aulas, por exemplo, a escola opta por manter as mesmas turmas ao longo dos anos. Isso ajuda na adaptação do estudante e no relacionamento entre os estudantes. As professoras dos anos anteriores também conversam e fazem um trabalho integrado na adaptação com a professora que vai assumir a turma.

 

O estudante Vitor Sousa, 10 anos de idade, cursa o 5° ano e está numa turma inclusiva. Crianças do ensino regular e alunos diagnosticados com TEA, como ele, estudam juntos. “O que importa é que todo mundo é amigo aqui. Eu gosto de todas as matérias e da escola”, afirma Vitor.

 

Vitor Sousa, 10 anos, mostra sua escultura no meio do recreio, rodeado pelos colegas | Foto: André Amendoeira, Ascom/SEEDF

 

Ele estuda no local desde os 4 anos de idade e gosta da integração com as outras crianças, dos momentos culturais na escola e da convivência. Recentemente, descobriu um novo talento: de produzir esculturas.

 

Durante a entrevista, ficou animado, fez uma escultura utilizando fita adesiva de um dos seus personagens preferidos, o Sonic e mostrou o trabalho no pátio da escola, no meio do recreio, rodeado pelos colegas.

 

A Escola Classe 45 também tem acessibilidade física em toda estrutura da escola. O local também atende estudantes com outras necessidades especiais e deficiências, como a Síndrome de Down.

 

“A inclusão de todos é importante, seja em uma local que esteja fisicamente acessível ou adequando as atividades pedagógicas do currículo escolar às necessidades de cada estudante”, destaca Fernando Tiago, diretor do local há 24 anos.

 

Cada estudante importa

 

O ensino humanizado é uma missão realizada a cada dia na EC 45 de Ceilândia. Ianê Rodrigues é professora na unidade e vive essa experiência há 26 anos. “Cada aluno é único, especialmente os autistas. Temos que ter esse olhar individualizado nas turmas inclusivas e ter uma observação direta. Os cursos e capacitações são importantes, mas você tem que observar a criança e seus hábitos para começar a relação e evoluir ao longo do ano com processo de aprendizagem”, descreve Ianê.

 

Carlos Eduardo é comunicativo, gosta de ler e sente integrado aos demais colegas de classe | André Amendoeira, Ascom/SEEDF

 

Carlos Eduardo Soares, 6 anos, está na turma de alfabetização da professora Ianê. E o autismo não impede seu processo de aprendizagem. “Eu me sinto integrado com meus amigos e já sei ler. Gosto da Turma da Mônica e da Bíblia”, relata Carlos. A semente da conscientização e inclusão já mostra frutos. Um dos colegas de turma de Carlos, Heitor, conta que não há nenhum problema em ter estudantes autistas na mesma sala, que todos se dão bem: “Carlos mesmo é meu amigo. Eu gosto dele. Nós nos ajudamos aqui na escola”, fala.

 

Dia Mundial da Conscientização do Autismo

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