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24/02/23 às 16h14 - Atualizado em 24/02/23 às 16h16

Escola do Paranoá abre as portas para artistas da cidade

Moradora da região, Martinha do Coco é referência artística para estudantes

Ícaro Henrique, Ascom/SEEDF

 

Na entrada principal da Escola Classe Comunidade de Aprendizagem do Paranoá (EC CAP), o rosto de uma artista local que se tornou referência na comunidade colore o muro. Marta Leonardo de Oliveira, 61 anos, mais conhecida como Martinha do Coco, é fonte de inspiração para os alunos por conta de uma série de atividades desenvolvidas na escola, entre elas, participações musicais, presença em saraus, oficinas e outros eventos realizados ao longo do ano.

 

O trabalho desenvolvido em conjunto com a comunidade escolar está sendo muito gratificante pelo reconhecimento do meu trabalho. Os alunos vêm uma artista desenhada no muro da escola e sabem que aquela pessoa mora próximo da casa deles, frequenta a escola onde eles estudam. O melhor é que essa mesma artista está ali ensinando e se ressignificando junto de cada um”, diz Martinha.

 

Para a diretora da escola, Renata Rezende, a iniciativa de trazer referências culturais da cidade para os alunos ensina as crianças a valorizarem mais a cultura, a arte, o artista local e todo o trabalho que é realizado pela comunidade. “A escola busca trazer referências da própria cidade começando pela entrada, onde o aluno se depara com ilustrações das quadrilhas juninas, da figura ilustre do Paranoá, Martinha do Coco e as famosas Pipas que invadem o nosso céu no período das férias”, destaca Renata.

 

A cantora Martinha do Coco auxilia na aprendizagem dos alunos por meio das oficinas de arte, danças de ciranda, maracatu, samba de coco e cantos regionais. André Amendoeira, Ascom/SEEDF

 

Renata explica ainda que a inclusão de artistas da cidade como Martinha ajuda na aprendizagem uma vez que busca pela valorização do pertencimento e o reconhecimento cultural regional. Além da cantora, outros artistas da cidade também participam das atividades que são desenvolvidas na escola, como Eliana do Boi, uma contadora de história do Itapoã, que todos os anos desenvolve atividades lúdicas com os estudantes.

 

A CAP atende atualmente 456 alunos do segundo período da Educação Infantil ao quinto ano do Fundamental. Entre os maiores festejos da escola estão as tradicionais festas juninas, o Sarau Cultural e oficinas de arte. Os eventos são realizados pelos professores e alguns contam com o apoio das famílias dos alunos.

 

Buscamos dar autonomia para essas crianças, nas festas juninas, por exemplo, elas fazem as próprias prendas, criam brincadeiras e os pais podem fazer as comidas típicas para vender na escola. Enquanto isso, nos saraus, elas têm livre escolha para os temas, músicas e outras atividades”, explica a diretora.

 

Martinha do Coco participa de todas as festas da escola e se tornou uma figura artística importante para as crianças. Em suas participações, auxilia nas oficinas de arte ensinando danças de ciranda, maracatu, samba de coco e cantos regionais que vão desde as referências de sua cidade de origem, em Olinda (PE), às suas músicas autorais.

 

Moradora do Paranoá, a artista Martinha do Coco recebeu uma homenagem e tem seu rosto ilustrado no muro da escola. André Amendoeira, Ascom/SEEDF

 

A relação da cantora não está só nas atividades da escola. Segundo ela, o sonho da CAP começou cedo quando o espaço era uma “escola sem paredes”. “Me sinto muito orgulhosa em fazer parte da história da CAP, pois ainda quando ela era uma escola sem paredes, isso em 2014, eu já sonhava junto com alguns professores pela idealização desse espaço escolar“.

 

Escola diferente

 

A EC CAP é uma escola com uma proposta diferenciada que propicia o protagonismo dos estudantes e a participação das famílias em espaços educativos. A ideia é que os estudantes proponham temas e os desenvolvam por meio de projetos, oficinas e roteiros de estudo. Os alunos são instigados a aprender diante de problemas da comunidade que, por sua vez, deve se envolver com o cotidiano escolar.

 

As decisões são tomadas em conjunto com a comunidade, onde valores como respeito e autonomia são praticados dia a dia e o próprio espaço é criado para facilitar a aprendizagem. A CAP propõe novas formas de aprender, a partir de estímulos a princípios como amorosidade e responsabilidade. A proposta ainda contempla uma nova forma de participação da escola na comunidade e da comunidade na escola. A ideia é dar autonomia aos estudantes e ter a participação da comunidade nas decisões escolares.

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