Comunidade escolar aprovou a proposta com 77% dos votos neste sábado (19)
Málcia Afonso | Ascom/SEEDF
O Centro de Ensino Fundamental (CEF) 04, de Planaltina, tornou-se, neste sábado (19) a 15ª escola da rede pública do Distrito Federal a aderir ao projeto de Gestão Compartilhada. Foram 77% dos votos favoráveis na assembleia da qual participaram equipe gestora, pais e professores. Com isto, a unidade passa a fazer parte dos colégios cívico-militares, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), por meio das Forças Armadas.
Regina Flauzina Dias, mãe e também professora da rede pública há 25 anos, comemorou o resultado. “É uma tranquilidade maior para os pais, porque nossos filhos terão ainda mais segurança no ambiente escolar”, disse. “Sei o quanto o novo sistema vai contribuir com o trabalho docente, porque a atenção ficará no estudante”, completou a professora, que, atualmente, leciona na Escola Técnica de Ceilândia.
A adolescente Agnes Esther, do 7º ano, é filha de Regina e procura ser aplicada nos estudos. Ela acredita que, agora, tudo vai melhorar. “Minha turma não é bagunçada, mas gosto de estudar e acho que vai ter ainda mais disciplina, organização, vou me concentrar melhor”, garante.
A escola
O CEF 04 atende 1.200 estudantes do 6º ao 9º ano, que serão contemplados pelo projeto. Recebe, ainda, 400 pessoas na Educação de Jovens e Adultos.
Diretor da unidade há cinco anos, Ronaldo Xavier da Silva, busca melhorar a qualidade do ensino. E vem alcançando êxito. Em 2017, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da escola foi de 3,2. O Ideb seguinte, de 2019, pulou para 4,3. Embora ainda tenha ficado abaixo da meta, que era de 4,8, o resultado mostrou que vem acontecendo um avanço.
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“Desde 2019, muitos pais me procuraram para saber sobre a proposta, trazê-la para cá”, conta. “Será uma oportunidade de um ambiente mais saudável para o aprendizado. É uma região vulnerável, onde há violência. E essa situação acaba tendo reflexo dentro da escola. De outro lado, um conflito no ambiente escolar acaba tendo continuidade fora da escola. O projeto contribui para pôr fim a este ciclo”, avalia.
Para a professora Silvana de Souza Ramos, que atua na sala de recursos da escola a gestão compartilhada é um alívio. “Vai sobrar tempo e energia para o professor focar nas questões pedagógicas, no processo de ensino aprendizagem. Como a proposta é voltada para a disciplina, também é uma oportunidade de resgate de valores, especialmente a importância dos estudos e o valor da escola para a vida. Hoje, nossos jovens têm muitas referências negativas no mundo e precisam de referências positivas.”
Estância III
Esta é a segunda escola de Planaltina a fazer parte da Gestão Compartilhada. Em 2019, a proposta foi aprovada no Centro Educacional Estância III, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), por intermédio da Polícia Militar (PM). No ano seguinte, veio a pandemia e a implementação das aulas on-line.
O coordenador da regional de ensino de Planaltina, Bento Alves dos Reis, revela que a PM teve um papel inestimável naquele período de atividades remotas. “Muitos estudantes não estavam participando das aulas remotas e a PM fez uma busca ativa, foi na casa de um por um, e trouxe os estudantes de volta à escola, no modelo on-line. Graças a este trabalho, o CED Estãncia III foi uma das unidades com menos evasão na região.”
Gestão Compartilhada
O projeto Escolas de Gestão Compartilhada – EGCs começou em 2019, em parceria entre a Secretaria de Educação e a Secretaria de Segurança Pública, por intermédio da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Hoje, são 11 escolas beneficiadas, mais de 16 mil estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio.
Atualmente, estas unidades são denominadas de Colégios Civico-Militares. Enquanto os profissionais da educação são responsáveis pela área pedagógica, os parceiros cuidam da disciplina e desenvolvem atividades lúdicas, com as bandas marciais.
Em parceria com o MEC, a proposta está em outras três escolas, além da que aderiu hoje. Para estas, as Forças Armadas enviam militares da reserva para desenvolver as atividades.