Guilherme Marinho, Ascom|SEEDF
A manhã desta sexta-feira (27) fugiu da rotina na Escola Classe 52 de Taguatinga. A unidade recebeu a vista de três representantes da embaixada de Omã. O evento faz parte do projeto Embaixada de Portas Abertas. Participaram da atividade aproximadamente 170 estudantes do período matutino, que, no dia 12 de abril, foram até a sede diplomática conferir de perto um pouquinho do que o país tem para mostrar.
Sob a vista das bandeiras do Brasil e de Omã, todos os presentes se levantaram para homenagear os hinos dos dois países e também de Brasília. Cerca de 40 alunos do 4º ano mostraram um pouco da capital federal através de cartazes produzidos com desenhos de monumentos brasilienses como a Ponte JK, a Torre Digital e a Catedral. Embalados pela música “Brasília”, as crianças cantaram e dançaram. Já os meninos do 1º ao 5º ano do turno vespertino levaram os visitantes por diversos cantinhos do Brasil. Teve capoeirista, índia, baiana, sertanejo, bailarina, sambista e jogadores de futebol representados. Tudo para ilustrar a variedade que há nas terras tupiniquins.
A direção abriu as portas da EC 52 de Taguatinga e conduziu os visitantes por um tour pela unidade. E as impressões são as melhores. “Agradecemos a incrível recepção dos professores e alunos responsáveis pelo evento. Nos sentimos mais próximos dos brasileiros. Principalmente dos estudantes. É um prazer ver a alegria deles”, revela Said Al Said Al Riyani, representante do embaixador de Omã. “É uma retribuição do carinho que os estudantes receberam na embaixada”, conta Mirian do Carmo Silva, coordenadora central da Diretoria de Ensino Fundamental da Subsecretaria de Educação Básica da Secretaria de Estado de Educação do DF.
A Escola Classe 52 de Taguatinga, de 28 anos, atende 356 alunos do 1º ao 5º ano. O diretor da unidade, Manoel da Sousa Rocha, garante que por lá a iniciativa é um sucesso. “Fomos visitá-los e percebemos os costumes diferentes. Víamos o país somente no mapa e esse contato foi muito bom. É importante essa interação social com a cultura de outros países. As crianças começaram a pesquisar sobre o modo de vida e o idioma de Omã. Eles gostaram muito. Tomara que não acabe. Qual seria a chance dessas crianças conhecerem outro país? Ainda mais do Oriente Médio. Eles ficaram muito empolgados”, observa.
A escola recebeu a placa de parceiro do programa Embaixada de Portas Abertas. “O projeto tem o intuito de promover encontros e amizades”, ilustra Emiliano Diógenes Abreu, assessor internacional do Governo do Distrito Federal (GDF). “É inovador, trabalha os sonhos das crianças, de deslumbrar um futura melhor. Viver essa experiência mostra que o mundo é muito maior. Vai além da sala de aula, da escola, da cidade. É algo que os nossos estudantes são levar para a vida”, completa Mirian.
Para a orientadora educacional Ana Paula Vieira, empolgação seria a palavra para resumir o que o projeto levou até os estudantes. “Eles estão empolgados. Não tinham noção da existência de Omã. E da cultura de paz que existe lá”, atesta. A professora Madalena Santos diz que o programa possibilita desenvolver trabalhos interdisciplinares, tomando como ponto de partida o país estrangeiro.
“Trabalhamos a geografia e a cultura. O projeto é importante pois os alunos terão noção de outros povos, línguas e culturas”, aponta. “Aproveitamos tudo, na matemática, na história, na geografia.
Estudamos a diferença de valor entre as moedas do Brasil e de Omã e até a inflação dos dois países, além da questão da paz”, acrescenta Ariene Ferreira Machado da Silva, também professora da unidade.
Pedro Eduardo Santos, 8 anos, do 4º ano, concorda. “Foi muito legal. Não conheço o Omã ainda, mas quero ir no meu aniversário”, anuncia, com um sorriso tímido. “Aprendi sobre lugares fora do Brasil, sobre o globo terrestre e onde Omã fica”, avisa a pequena Pietra Miranda, de 6 anos e aluna do 1º ano.
O encontro terminou com um almoço oferecido pela escola aos visitantes. No cardápio, salada, arroz com baru, abacaxi grelhada na rapadura e farofa de banana marmelo com couve e ovos. E para finalizar, nossa sobremesa mais famosa, o ilustre brigadeiro de chocolate.
O Embaixadas de Portas Abertas começou, como piloto, em 2015 e foi instituído oficialmente em 9 de agosto de 2017. A iniciativa é uma parceria da Assessoria Internacional com a Secretaria de Educação e a Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB) — que leva os alunos às embaixadas. As atividades fazem parte do programa Criança Candanga, conjunto de políticas públicas voltadas para a infância e a adolescência em Brasília.
As representações diplomáticas estrangeiras interessadas em participar podem enviar e-mail para assessoria.internacional@buriti.df.gov.br.
É em Omã que aparece o primeiro raio de sol a tocar a Arábia (península que envolve os países Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes, Iêmen, Kuwait e Omã). Com área de litoral banhada pelo Golfo Pérsico, o país tem poucas chuvas e muito calor. A temperatura média é de 37 graus, com máxima de 50 graus.
A economia é baseada na venda de petróleo. Em 2017, foram 100 milhões de barris exportados. Também há investimentos em agricultura e turismo. Por ser um país que não se encontra em conflitos, Omã tem recebido imigrantes de nações vizinhas. De acordo com os dados da embaixada, 46% da população é formada por estrangeiros, vindo de lugares como Bangladesh, Filipinas, Jordânia e Paquistão.
A população é majoritariamente islâmica (85%). Além disso, Omã tem a quarta moeda mais valorizada do mundo, o rial. A cotação de 1 rial é equivalente a R$ 10. O maior lustre do mundo está na mesquita do sultão Qaboos. São 14 metros de altura revestidos de cristais Swarovski, com cerca de 600 mil peças.
Um dos incensos mais caros do planeta é fabricado em Omã. A essência é de uma árvore, olíbano.
Um quilo do produto pode custar R$ 1 mil.