Rossana Gasparini
No Dia Mundial da Conscientização do Autismo, o Jardim de Infância 303, na Asa Sul, teve uma programação especial. As crianças de 4 a 5 anos das classes especiais e regulares participaram de uma caminhada, junto com professores e pais, para conscientizar a comunidade sobre o autismo, síndrome que atinge quase dois milhões de brasileiros.
Vestidos com camisetas azuis, cor que simboliza o dia, os pequeninos caminharam ao redor da quadra onde a escola está localizada e distribuíram panfletos que traziam informações sobre as características do Transtorno do Espectro Autista (TEA), entre elas, a hipersensibilidade auditiva, a realização de movimentos e sons peculiares e a dificuldade no contato social que as crianças com esse diagnóstico podem apresentar.
“É um momento para ensinarmos as crianças das classes regulares a entenderem o que se passa com os colegas que têm TEA e também de mostrar para a comunidade próxima da escola o que é a síndrome e como lidar com ela”, explicou a diretora do Jardim de Infância 303 da Asa Sul, Rúbia Carla dos Santos Lopes.
Hoje, o Jardim de Infância 303 possui 12 estudantes com autismo em classes especiais e outros nove inseridos nas classes regulares. No total, são oito turmas inclusivas e duas especiais. A professora Márcia Oliveira explica que o objetivo da classe especial é preparar os alunos com Transtorno do Espectro Autista para ingressarem nas classes regulares. “Trabalhamos de todas as formas para que eles tenham convívio social e possam interagir com as outras crianças”, disse.
Trabalho integrado
Davi Alves Stabile, de quatro anos, começou a frequentar a classe especial da escola este ano. A mãe do pequeno, Naiana Alves, conta que ele já avançou no desenvolvimento social e cognitivo. “O Davi está super integrado na escola. A socialização com outras crianças, inclusive fora da sala especial, tem sido boa. Ele se diverte bastante, como todas as outras crianças. A ideia é que, nessa fase inicial, ele tenha uma supervisão mais focada dos profissionais para desenvolver habilidades e depois ser inserido em uma classe de neurotípicos”, afirmou.
Tiago Pilone conta que o filho, Heitor de Paula Pilone, agora com sete anos, estudou no Jardim de Infância da 303 durante dois anos, que foram fundamentais para o desenvolvimento dele e para que a família compreendesse como lidar com a síndrome. “Fomos muito bem acolhidos, tanto do ponto de vista técnico quando do acolhimento pra lidar com a TEA em relação ao meu filho. Na época, tivemos a oportunidade de conversar com outros pais que estavam vivendo experiências parecidas e entender um pouco melhor a lidar com as diferenças trazidas pela síndrome”, disse.
Números Gerais
A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) atende cerca de mil estudantes com Transtorno Global do Desenvolvimento/Transtorno do Espectro Autista (TGD/TEA), de acordo com as especificidades de cada estudante, em turmas reduzidas, classes especiais ou em Centros de Ensino Especial.
Segundo a diretora de Ensino Especial, Cláudia Madoz, a secretaria promove a formação continuada dos profissionais que atuam junto aos estudantes TGD/TEA e orienta que as unidades escolares promovam ações voltadas à sensibilização da comunidade escolar quando às questões relacionadas ao TGD/TEA.