Visão de educação humanista e crítica do educador inspira gerações
Thais Rorher, Ascom/SEEDF
Um legado para o ensino no Brasil foi deixado por Paulo Freire, por meio da educação crítica a serviço da transformação social. As contribuições do educador para a educação no país foram reconhecidas e homenageadas pela Lei n º 12.612/2012, que o oficializou como Patrono da Educação Brasileira. O educador completaria 99 anos neste sábado, 19 de setembro, dia que também é lembrado no calendário escolar da rede pública de educação do Distrito Federal.
Os ensinamentos do mestre continuam atuais e influenciam o dia a dia de inúmeros profissionais da educação e de instituições de ensino. “Na rede pública do Distrito Federal Paulo Freire está mais presente do que nunca. O contexto imposto pela pandemia, o ensino remoto como alternativa às atividades presenciais, nos distanciam fisicamente e podem aprofundar desigualdades. Com base no legado de Paulo Freire, devemos criar e recriar as condições necessárias para que todos os nossos estudantes tenham educação de qualidade”, afirma o secretário de Educação, Leandro Cruz.
“A inspiração do Paulo Freire torna a escola um ambiente mais humanizado. Nosso grupo de professores se dedica por uma educação de qualidade, pensado sempre em acolher a todos da melhor maneira, especialmente aqueles estudantes vindos de realidades menos favorecidas”, avalia Mauro Romão, diretor do Centro de Ensino Médio Paulo Freire.
A escola foi inaugura na década de 1970 e recebeu nova denominação em 1997, para homenagear o educador. “Buscamos motivar os estudantes todos os dias, por meio de visões de educação, como a de Paulo Freire, que contribuem para o crescimento desses jovens, e, assim, estamos colhendo frutos. Melhoramos a estrutura da escola, as técnicas para o aprendizado e outros fatores que impactaram no desempenho dos alunos. Em 2019, fomos a terceira escola da rede pública com melhores resultados no Enem”, completa Romão.
Paulo Freire nasceu em Recife e trilhou os primeiros caminhos como educador no Nordeste. Cursou Direito, mas não chegou a exercer a profissão, preferindo dar aulas de língua portuguesa numa escola de ensino médio da cidade.
O trabalho com alfabetização de adultos e educação popular começou na década de 1940, quando assumiu o cargo de diretor de Educação do Serviço Social da Indústria (Sesi), também no Recife. Nos anos seguintes, foi professor universitário e concluiu o doutorado em Filosofia e História da Educação.
Também atuou com movimentos de educação popular e, no governo de João Goulart, coordenou o Plano Nacional de Alfabetização, com objetivo de tirar 5 milhões de pessoas do analfabetismo. O modelo conhecido como “pedagogia da libertação” idealizava indivíduos chamados à reflexão e à formação de uma consciência política.
Em 1964, depois da ascensão dos militares ao poder, Paulo Freire foi preso e exilado. Naquele período, desenvolveu projetos na África, Ásia e Oceania.
O educador faleceu em maio de 1997, aos 76 anos.