Unidades passam por obras de médio e de grande portes desde junho. Meta é zerar demanda. Investimento é de cerca de R$ 2 milhões
Lúcio Flávio, da Agência Brasília | Edição: Freddy Charlson
A sentença “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo” está estampada em um dos muros da Escola Classe 10, de Ceilândia, que passa por reforma, desde junho passado, assim como outras 38 instituições de ensino da região administrativa. Tal frase e filosofia – do educador Paulo Freire – tem relação com a gestão do coordenador de ensino regional, Marcos Antônio de Sousa.
“A escola tem que mudar a vida do aluno e para isso ele tem que ter tanto um ambiente de aprendizado adequado, quanto um espaço que dê condições melhor para evoluir”, defende.
Para isso, o gestor, com a colaboração de diretores e supervisores das escolas, tem trabalhado, durante a pandemia, para deixar os espaços bonitos, limpos e bem arrumados. Com verbas de emenda parlamentar, do GDF (via Secretaria de Educação) e do Programa de Descentralização Financeira e Orçamentária (PDAF) – disponibilizado por meio da Lei Distrital nº 6.023/2017 -, na ordem de R$ 1,8 milhão, a ação está fazendo a diferença nas 39 das 97 escolas que fazem parte da Coordenação Regional de Ensino. Com isso, pelo menos 350 empregos diretos e indiretos foram gerados.
“Tenho 25 anos na Secretaria de Educação e digo este é o maior investimento que já foi feito em manutenção de escolas”, afirma Marcos Antônio de Sousa. “Em um curto período de tempo conseguimos fazer muitas obras. No que diz respeito às escolas, Ceilândia é outra cidade. Ela se transformou”, constata.
“A escola tem que mudar a vida do aluno e para isso ele tem que ter tanto um ambiente de aprendizado adequado, como um espaço que dê condições melhor para evoluir”, disse Marcos Antonio de Sousa, coordenador regional de ensino de Ceilândia.
O segredo está na administração rápida, séria e bem empregada dos recursos. Assim, entrando no clima de combate ao vírus da Covid-19, todas as 39 escolas que fazem parte dessa etapa de revitalização em Ceilândia vão ganhar lavatórios de granito com torneiras de pressão para a higienização das mãos dos estudantes e serão instalados termômetros infravermelhos e totens de álcool gel.
No campo virtual, como a maioria das instituições terá o sistema elétrico completamente restaurado, todas as escolas urbanas de Ceilândia terão internet de fibra de ótica e antenas para captação de wi-fi.
Em algumas escolas será feita a substituição do piso antigo pelo de granitina e o forro também será trocado. “A meta é fazer esse trabalho até o final de outubro nas unidades que não haviam passado por essa reforma antes. Assim, todas elas terão passado pela obra”, planeja o coordenador.
Em visita a três instituições de ensino do Setor Sul de Ceilândia, a equipe da Agência Brasília conferiu os trabalhos de recuperação. Na Escola Classe 10, por exemplo, com capacidade para 450 alunos – do pré ao 5º ano -, e 42 anos de existência, as paredes externas foram pintadas e os banheiros foram reformados com estrutura similar aos de shoppings. Um estacionamento foi feito para os professores.
“Escolas nessa idade precisam de um atrativo a mais para as crianças, para que elas se sintam motivadas a frequentar as aulas”, comenta a diretora Michele Ribeiro de Morais. Há cinco anos merendeira do lugar, Rosilei Pereira de Jesus, 44 anos, ficou encantada com a revitalização da cozinha, com enorme fogão industrial e quatro pias metálicas. “Ah, bem melhor agora, tem mais espaço e estrutura, antes era bem difícil, era tudo velho”, compara, feliz.
A cereja do bolo será o novo playground, que ficará pronto em setembro, e contará com um circuito lúdico que terá piscina de bolinha e pista de corrida. “Vai ser um show”, antecipa, animado, o coordenador de Ensino de Ceilândia, Marcos Antônio.