Nesta quarta-feira, 3/6, o secretário de Educação, João Pedro Ferraz, e o professor David Nogueira, coordenador do Escola em Casa DF, anunciaram em live, no canal educaDF no YouTube, o planejamento para a retomada das aulas no próximo dia 29 de Junho, neste momento, de forma mediada por tecnologia para todas as etapas de ensino, com pacote gratuito de Internet para quem acessar a plataforma Google Sala de Aula.
Na abertura, Ferraz falou sobre o desafio de se buscar soluções para a educação em um curto espaço de tempo. “Em todas as dificuldades que os senhores conhecem, para que se possa realizar qualquer atividade dentro da estrutura burocrática do serviço público, para se contratar, para se modificar estruturas, tudo que depende de uma série de providências, às vezes até legislativas e que nem sempre dependem apenas diretamente do gestor. Mas nós fomos buscar todas essas providências e, de certa forma, conseguimos contornar muitas dificuldades que a burocracia nos impõe”, afirmou.
A equipe da Ascom decupou a gravação da live – que registrou ampla presença da comunidade escolar, com mais de 14 mil presenças online e em torno de 44 mil reproduções do programa – para facilitar o acesso aos conteúdos anunciados por Ferraz e David.
Eles responderam a muitas questões apresentadas pela comunidade escolar durante a semana que precedeu o programa. Foram 1383 perguntas e sugestões de mudanças do Plano de Volta às Aulas. A Ascom esclarece que o plano tem duas partes. Uma, a pedagógica, coordenada por David; e outra, inteiramente voltada para o retorno das aulas presenciais, com medidas de proteção à comunidade.
As aulas presenciais só retornarão por decisão do governador, quando ele tiver certeza de que a pandemia está sob controle e não oferece mais riscos à comunidade escolar.
David conta de início que o plano originalmente apresentado mudou um pouco porque a Secretaria ouviu os anseios da comunidade escolar e então fez algumas alterações.
Ele lembra um caso engraçado. A professora Nívea, da EC Canegário Riacho Fundo, falou com ele pelo Instagram defendendo o ponto de vista de que as atividades deveriam ser descentralizadas. David defendia que não, deveriam ser centralizadas. Por fim, foram tantas opiniões como a da professora que o plano mudou, atendendo ao anseio dos profissionais. A comunidade escolar convenceu que, de fato, descentralizar era o melhor a fazer.
Para ter as notícias completas da Secretaria em primeira mão, basta nos entrar nos canais oficiais da rede pública de ensino entrar, que são o nosso site e nossas redes no Facebook, Twitter e Instagram. São todas @educadf.
A partir daqui, acompanhe a decupação tópica, por temas, da live.
► Ferraz – “A Secretaria de Educação em momento algum terceirizou, usou trabalho de outros profissionais, para apresentar qualquer pedaço desse plano.
Quero fazer esse registro importante. Ouvimos críticas e estamos abertos a ouvir. Podemos tentar entregar tudo que for possível, mas sempre vai faltar alguma coisa.
Podem criticar o secretário, mas não critiquem os profissionais da secretaria, os professores, porque tudo foi feito por eles, e um plano da melhor qualidade. Ontem assisti uma reunião do Conselho de Educação, onde os conselheiros elogiaram não somente a qualidade do plano, mas como também elogiaram de forma reiterada o profissionalismo dos nossos profissionais da Educação e professores que se engajaram nesse plano.”
👉 Veja a fala de abertura completa do secretário de Educação
► David – Queremos agradecer a comunidade escolar pela participação e informar os pontos principais que mudaram. A principal mudança tem a ver com as atividades. Então, em um primeiro momento, colocamos as atividades feitas em um nível central e, a partir daí, para as escolas e para as regionais, onde os professores aplicariam essas atividades. Mas houve muita reclamação sobre isso.
Então, as atividades serão descentralizadas. O que significa que cada professor, cada escola, vai fazer as suas atividades. É claro, seguindo o modelo – a Eape vai fazer a formação sobre qual é a melhor forma de fazer essa atividade. Precisa estar dentro daquele conteúdo que citamos, aula a aula. A atividade precisa estar em um conteúdo que todos andem juntos.
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Priscila Pereira – A escola precisa manter as turmas que já foram criadas ou podem criar turmas separadas para cada disciplina? É obrigatório o uso das aulas que serão inseridas ou são apenas sugestões de conteúdos?
► David – Essa pergunta é interessante porque é um ponto que a gente precisa deixar mais claro. Na plataforma, nós colocamos para o Ensino Médio, por exemplo, algumas salas com todos os estudantes. Você entra em uma turma X e todos os estudantes da 1ª série da escola estão na mesma sala.
A escola pode e deve dividir esse grupo. Não conseguimos fazer isso por conta de problemas técnicos no i-Educar. Os professores sabem do que se trata. Então, houve uma inconsistência entre o i-Educar e a plataforma, assim, não foi possível dividir as turmas certinhas como ela é na escola. Se a escola tiver essa expertise, o que não é muito difícil no Google Sala de Aula, ela pode, sim, fazer essa divisão.
O que a gente quer é que a escola faça o trabalho da melhor maneira para ela, desde que utilize essas ferramentas. Porque essas ferramentas dão uma certa unificação para a gente.
Não é obrigatório o uso das matérias que já foram inseridas. Mas pensamos o seguinte: o professor chega sem saber como utilizar a plataforma, mas se ele souber e quiser criar as atividades dele, desde que alinhadas ao conteúdo, pode fazer isso e inserir no Google Sala de Aula. A melhor pessoa para planejar as atividades dos estudantes é o professor, que é quem conhece a turma bem. Também as escolas podem, dentro da plataforma, reorganizar as turmas de uma maneira mais próxima e factível do presencial possível para a realidade.
Então, o primeiro ponto bastante abordado pela comunidade foi em relação ao ensino especial, que estava muito defasado. Não estava muito detalhado ou explicativo. Nós fizemos uma revisita ao plano e agora ele já está mais detalhado. Entretanto, o que percebemos foi que, tanto o Ensino Especial quanto a Educação Profissional, vão precisar de um plano à parte. O plano do profissional já está pronto e pode ser acessado pelas escolas e o plano do Ensino Especial também sairá em breve com as especificidades, que são muitas.
Há um problema com a questão da impressão. Parte dos estudantes vão fazer as atividades na plataforma, mas uma parte significativa talvez não tenha acesso à plataforma e vai precisar do material impresso. Hoje eu já tive uma reunião com os coordenadores regionais, dia 11 (Junho) vamos disponibilizar 77 mil resmas de papel para impressões e, ainda nas regionais, rever a situação de tonners e impressoras, para que o material possa ser impresso nas escolas e nas regionais, que são os espaços que realmente conhecem os estudantes, sabem exatamente quantos vão precisar de material impresso e podem fazer uma atividade mais específica e voltada às fragilidades e às forças de seus estudantes.
“Portanto, as escolas terão conteúdo e material para imprimir e elas próprias encaminharem aos estudantes que precisarem”
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Mirelle Rocha – Os alunos que não têm acesso à Internet vão poder buscar esses materiais impressos na escola? Como será feita a produção e distribuição dos materiais?
► David – A distribuição desse material impresso, ainda mais agora que a impressão vai acontecer nas pontas, nas escolas, será combinada entre cada regional e unidades. Porque as realidades são muito diferentes. Por exemplo, existem escolas que estão no Plano Piloto, mas os estudantes são do Paranoá. Então, talvez seja mais complicado para esse estudante ir buscar o material na escola.
A secretaria não quis engessar o tipo de entrega. Então, isso vai ficar a cargo das regionais com os diretores das escolas e com a comunidade escolar, para fazer da maneira que faça mais sentido para eles.
Ellen Campos – Todos os estudantes da rede poderão optar pelo material impresso mesmo com internet para acessar o Google Sala de Aula?
► David – O estudante é quem vai dizer se precisa ou não do material impresso. É claro que é muito mais fácil para a gente, em um momento de pandemia, que quem tiver acesso à plataforma opte por ela, por uma questão de segurança, mas também de economia e meio ambiente. Quanto menos papel utilizarmos, melhor. Mas é o estudante que vai declarar isso. Se ele disser que não tem acesso à internet, a gente vai entregar o material impresso.
Valquíria Teodoro – O ensino mediado será implementado em toda a rede de ensino, com a participação de todos os professores ou se manterá no atual modelo, com a participação facultativa?
► David – Relembrando as datas que o secretário passou para a volta on-line. Lembrando que não será presencial, que ainda não há previsão para a abertura das escolas e que estamos falando em encontros virtuais. Então, os gestores das escolas já podem estar on-line, à disposição dos coordenadores regionais, para estabelecerem as estratégias, verem exatamente o que fazer e como fazer. No dia 5 de junho, na sexta-feira, os gestores já podem entrar em contato com os professores.
“É muito importante lembrar que não estamos falando na volta das férias.”
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Estamos em um momento delicado de pandemia, com as pessoas fragilizadas. Por isso, nesse primeiro contato, em junho, peço aos gestores que tenham isso em mente quando forem contatar os professores.
De 8 a 12 de junho, a gente continua com essa campanha de acolhimento dos professores que estão voltando, os profissionais da Educação, orientadores, psicólogos e de formação. A Eape já fez todo um cronograma de formação, que também poderá ser repassado, com as formações tanto para a plataforma Google, que será utilizada pelos professores, a plataforma Moodle, que será utilizada pelas Escolas Técnicas.
De 15 a 19 de junho, nós, professores e escolas, vamos continuar trabalhando internamente. Agora, nas atividades. E, respondendo a pergunta da Valquíria, serão todos os professores. Todo mundo a partir já do dia 5.
Na outra semana, de 22 a 26 de junho, os estudantes voltam, mas sem a obrigatoriedade da presença. Será um primeiro contato do professor com os estudantes para verificar os que estão e os que não estão acessando a plataforma. Os estudantes que tiverem dificuldade de acesso vão poder ligar no 156, os professores que tiverem dificuldade de acesso vão ligar no 0800 que vamos divulgar no momento oportuno ou mandar e-mail para a nossa subsecretaria de Inovação (Sinova), para que tudo esteja “redondinho”.
No dia 29 de junho, aí sim, todos voltam ou pela plataforma Google ou pelo trabalho impresso. E 29 de junho é a data em que teremos internet patrocinada para professores e estudantes. Isso significa que todos os estudantes e professores que acessarem a plataforma nessa data não será cobrada a internet dele, só vai consumir o pacote de dados dele.
Então, a partir de 29 de junho é quando todos estarão para valer na plataforma, estudantes e professores. Mas os professores estarão se preparando desde o dia 5.
A interação funciona da seguinte maneira. O conteúdo das teleaulas é o conteúdo das atividades daquela semana. Por isso que eu disse que a gente vai precisar andar muito certinho nesse sentido.
Explicando a pasta:
A Secretaria de Educação é subdividida em subsecretarias, cada uma com as suas atividades, mas todas correlatas. Então, a Subeb é a Subsecretaria de Ensino Básico e cuida de toda parte pedagógica, do nosso currículo. É como se fosse a guardiã do nosso currículo.
A Sinova é a Subsecretaria de Inovação, então, é ela que cuida dessas ferramentas inovadoras da plataforma, dados patrocinados, esse tipo de coisas.
Nós temos também a Suplav, Subsecretaria de Planejamento e Avaliação, que faz o nosso calendário escolar.
Temos a Subin, que cuida do Ensino Integral e também do Ensino Especial.
E outras subsecretarias também que cuidam das partes mais administrativas.
Então, a Subeb dividiu e readequou o nosso currículo a essa nova realidade. As aulas foram divididas semana a semana. O conteúdo do nosso currículo semana a semana, baseada na avaliação que a Suplav fez sobre as maiores fragilidades dos nossos estudantes.
Por exemplo, nossos estudantes têm muitas dificuldades com fração. A gente sabe disso. Então, a Subeb, quando fez a readequação do currículo, prestou bastante atenção para que fração seja algo que apareça bastante no currículo.
Quando os professores retornarem no dia 8, eles vão receber esse planejamento aula a aula para seus conteúdos e anos e séries. Eles vão poder preparar as suas atividades baseados nesse currículo.
Margô Menezes – As aulas na TV estarão alinhadas aos objetivos de aprendizagem conforme cronograma já enviado para as escolas?
► David – Sim, vão estar alinhadas com os objetivos de aprendizagem do nosso currículo readequado pela Subeb.
Marcela Lima pergunta pelo Facebook – As aulas ministradas na TV estarão disponíveis aos professores com antecedência? Caso sim, como o professor vai poder acessar esses conteúdos?
► David – Infelizmente, não com antecedência, porque as aulas são ao vivo e, depois que vai ao ar, ficam disponibilizadas na plataforma. O professor vai saber sobre o que será a aula naquela semana.
Faremos coordenações em que os professores das teleaulas também vão contar um pouco sobre como estão pensando aquela aula.
Então, o professor não terá acesso à aula em si, mas ao conteúdo, previamente, e acesso também à ideia de como a teleaula foi montada para aquele conteúdo e para que seja possível planejar melhor a atividade.
Sheila Cristina – As escolas vão poder dar continuidade às metodologias e projetos que já foram implementados e vêm dando certo?
Há questões e especificidades que a gente precisa levar em consideração. As escolas podem fazer o que está dando certo, mas, para validar as horas letivas, vamos precisar que sejam feitas as atividades que os professores vão criar.
Café sem Troco eu conheço bem, é uma escola na região rural e pode ser que ali a forma mais fácil de chegar seja o WhatsAppp. Então, ele pode sim mandar as atividades pelo aplicativo. Eu só preciso que o professor faça um relatório explicando que ali há uma situação diferente, a plataforma ou a TV não chegam. Agora, a intenção pedagógica da atividade precisa ser a mesma.
Então, essa atividade pode ser enviada pela plataforma, ela pode ser enviada impressa e pode ser enviada também de outras maneiras.
Quando colocamos dia 5 como a volta dos gestores, na verdade, eles nunca pararam. Gestores e coordenadores estão trabalhando até mais do que quando estávamos com o presencial. Então, muita coisa já está acontecendo na rede. Os gestores fizeram trabalho excelente em várias regionais e várias escolas. Os coordenadores distribuíram materiais, alimentos. Então, estamos colocando como retorno apenas para marcar simbolicamente, mas, como a própria pergunta já mostra, muitos gestores, professores, regionais de ensino já estão fazendo um trabalho muito exaustivo há muito tempo. Isso é legal e merece reconhecimento.
Ingred Fernandes – Haverá aproveitamento das atividades avaliativas que foram aplicadas antes da paralisação da pandemia?
► David– A escola vai retomar. Se ela já fez avaliações, se já fechou alguns ciclos, ela pode utilizar isso. É importante lembrar que agora nosso maior objetivo é garantir a aprendizagem dos estudantes. Estamos em um momento complicado, vamos ter que retomar muitas coisas com os nossos estudantes. Eles estão há muito tempo parados, então, precisamos fazer alguns retornos recuperar alguns fundamentos das nossas disciplinas, dos nossos conteúdos, e isso é mais importante para a gente. Então, entender como eles estão, saber mais ou menos o tamanho daquilo que se perdeu e começar a reconstruir a partir disso.
O ponto mais importante é garantir que esses estudantes vão ter o menor prejuízo possível. Prejuízo todos nós estamos tendo, claro. O estudante que está há 60 dias parado sem ter esse acesso, esse contato direto com o professor, sem dúvidas há muitas perdas. Precisamos, então, focar nisso e trabalhar. E não será um trabalho para este ano só. Vamos precisar desdobrar em anos, daqui para frente, pensando na recuperação das aprendizagens desses estudantes.
Danilo – Em fevereiro, vários alunos receberam os livros didáticos que foram distribuídos nas escolas. Vai ter algum aproveitamento desse material, os alunos vão conseguir utilizar os livros?
► David– Os estudantes que já estão com o material, o professor pode fazer o uso desse material sim. Lembrando sempre que o professor deve fazer a indicação da leitura do material de acordo com aquilo que está no conteúdo aula a aula, semana a semana, que a Subsecretaria de Educação Básica vai disponibilizar.
Mas não há muito problema porque a aula que a Subeb fez foi totalmente baseado no currículo. Os objetivos de aprendizagem foram retirados do currículo. É só o professor usar da maneira que ele achar mais adequada.
Danilo – Como será o acesso a partir dos pacotes de internet que a secretaria vai oferecer?
► David– Esse acesso funciona de forma muito parecida com que o pessoal faz com programas de mensagens, em que às vezes você não tem internet, mas consegue acessar as mensagens. Então, o aplicativo é mais ou menos assim: mesmo que você não tenha internet, que tenha consumido os seus dados, você vai conseguir acessar a plataforma porque a cobrança dessa internet é feita para a secretaria. Se você estiver cadastrado na plataforma, vai conseguir acessar mesmo sem internet. Não interessa se é professor ou estudante. O que a gente fez também?
No caso da Educação Infantil e dos anos iniciais, esses estudantes também estarão na plataforma, mas não para uso dos estudantes, mas para responsáveis pelos estudantes, porque a gente entende que é mais uma forma de comunicação entre a família do estudante e os professores. Eles vão poder acessar, pegar materiais e o aula a aula para os seus filhos ou estudantes pelos quais eles são responsáveis.
Outro ponto que levantam é com relação aos CILs. Eles utilizam outros sistemas, mas alguns já passaram os dados dos estudantes para a subsecretaria de Inovação e já estão na plataforma. Outros estão passando ainda. Mas todos estarão na plataforma até o dia 29, assim como a EJA, primeiro, segundo e terceiro segmentos.
Educação Precoce e Infantil contam com um direcionamento para os pais. No caso da Educação Infantil, ainda haverá o programa na televisão, com uma hora só por dia por conta das recomendações médicas, mas com orientações na TV e na plataforma. Além, é claro, das orientações do material impresso.
CIL e EJA estarão na plataforma também até o dia 29. Alguns CILs já estão e EJA também, mas não todos. Quando todos estiverem enturmados vamos liberar o acesso para que possam fazer o uso.
Em alguns lugares, como as escolas com salas de recursos, talvez os professores das salas de recursos tenham que fazer o enturmamento dos seus estudantes, porque se eles não estiverem no i-Educar eles não vão estar na plataforma. Mas as escolas têm toda liberdade para fazer isso também, criar salas, criar ambientes e colocar nesses ambientes os seus estudantes que elas acharem que devem estar ali.
Pergunta (não entendi o nome) – A secretaria tem algum projeto para fornecer equipamentos eletrônicos para estudantes e professores que não tenham esse acesso?
► David– Isso é muito importante. A secretaria está sim estudando essas possibilidades. Já existem conversas muito adiantadas, mas não vou falar exatamente o que é porque, como ainda não está certo e não temos os números, não acho prudente dizer. Acredito que até o dia 12 de junho nós vamos já ter uma atitude, uma ação mais concreta para anunciar a esse respeito.
Luciane Gomes – Vai haver alguma nova capacitação?
► David– Vamos ter, sim, novas formações da Eape. São novas formações com novo tempo. As inscrições vão ser de 5 a 8 de junho. Sempre lembrando que é tudo on-line. Tudo que estamos comentando é on-line, nada será presencial. As formações on-line vão acontecer de 8 a 12 de junho.
Que tipo de formações ele vai poder fazer? Elaboração de material. “Ah! Eu quero entender melhor como eu posso fazer o melhor material para essa situação. ”
Porque nós, professores, sabemos fazer uma prova, avaliação diagnóstica, mas aqui a questão é: a gente vai fazer uma prova? A gente vai fazer uma avaliação de atividades? Qual é a melhor forma de construir essa atividade?
E essa atividade vai precisar sempre estar bem encadeada com as outras atividades que estão vindo para a gente fazer uma espécie de trilha de atividades. É isso que a Eape vai nos capacitar para que a gente possa entender melhor como fazer isso.
Essas formações para elaboração de material vão acontecer todos os dias, de 8 a 12 de junho, às 14 horas. Depois, nas escolas, essa informação vai chegar melhor, como se inscrever, qual o tamanho das salas, que podem ter muita gente.
A formação para entender a plataforma Google. “Nossa! Na plataforma Google Sala de Aula eu não sei fazer nada. Eu não sei como colocar uma atividade, como conversar com o estudante. Eu quero subir um vídeo que eu gravei, como faço? ”
Tudo isso, então, será abordado às 16 horas da tarde, de 8 a 12 de junho na formação Google.
A carga horária total dessas formações é de 30 horas com certificado da Eape.
Depois, tem o curso Moodle às 10 horas para escolas de educação profissional que têm essa plataforma.
Elas já utilizavam essa plataforma e falaram para a gente que está pronto e migrar para outro seria complicado. Como são 11 escolas e estão no mesmo modelo, não vimos problema nenhuma. As 11 escolas que já utilizam o Moodle também vão ter a formação para utilização da plataforma, embora quase todos já utilizem muito bem.
Danilo – Como vai ser aferida a frequência dos estudantes durante o uso da plataforma?
► David– A frequência dos estudantes vai ser aferida pelo professor. É o professor que vai dizer que o estudante esteve presente na aula por meio da atividade entregue. Então, por exemplo, eu tenho uma aula de biologia na primeira semana que falou sobre células. Essa aula foi na televisão, eu não sei se o meu estudante assistiu ou não; mandei um vídeo e não sei se ele viu ou não, mandei o material para ele ler e não sei se ele leu ou não. Se ele entregou atividade referente ao conteúdo daquela semana, então eu vou aferir que ele esteve presente. Agora, é claro, é importante dizer que, se for pela plataforma, ele pode até entregar toda semana e isso o professor vai combinar com as suas turmas. O material impresso pode ser que ele não precise entregar toda semana, porque tem toda a questão da logística da entrega do material. Então o professor pode deixar para recolher isso ao final do bimestre.
Qual a única exceção que a gente está pedindo?
O primeiro bloco de atividades. A gente vai voltar dia 29, mas, na verdade, no dia 22 professores e estudantes já voltaram informalmente. Então, o professor já pode mapear quem não está conseguindo acessar a plataforma e quem não está conseguindo ter acesso nenhum ao impresso. Ele vai passar isso para os coordenadores, que vão passar para os coordenadores regionais, para a gente ir mapeando e entendendo o que está acontecendo com esses estudantes.
A partir do dia 29 está valendo a presença dele. Então, a gente pede que as atividades sejam entregues ao final dos primeiros 15 dias. Porque é muito importante a gente acompanhar estudante a estudante, quem está dando conta e quem não está. O estudante está sozinho em casa e às vezes o ambiente não é o mais propício para poder fazer uma atividade. Alguns vão conseguir, outros não e a gente precisa ajudar quem não vai conseguir.
Então, nesse primeiro bloco é importante que a gente já tenha esse termômetro para fazermos intervenções. Por que eles não estão conseguindo? Será que é uma questão só do conteúdo? Será que é uma questão do ambiente onde estão? Será que é uma questão de saúde mental e eles estão enfrentando problemas por conta de todo contexto que a gente está vivendo? Queremos entender isso.
A única coisa que a gente pede é que a frequência do primeiro bloco de atividades seja entregue em até 15 dias para o professor já fazer o seu diagnóstico, ter o mapa e a gente trabalhar dando mais atenção a esses estudantes.
Gostaria de agradecer muito as 1383 pessoas que mandaram sugestões para a gente. Foi muito importante. Sei que às vezes a gente acha que mandar sugestão, a nossa contribuição não muda nada, mas eu posso garantir para vocês que nesse caso mudou. Quando pensávamos em uma direção e ouvimos de vocês uma outra alternativa, uma outra forma de construção, nós reavaliamos e mudamos o rumo.
O professor na sala de aula, em última instância, é ele que implementa qualquer política de educação. Não adianta nada fica pensando a nível central porque quem faz acontecer é o professor em sala de aula. Quando estamos em sala de aula nem sabemos que existem esse tanto de subsecretarias. A gente vai lá e faz o melhor pelo nosso estudante.
Então, é muito importante que vocês digam para a gente o que funciona e o que não funciona. Inicialmente, isso já foi feito, mas a gente vai precisar desse contato sempre com vocês, avaliando o tempo inteiro, porque essa política pública é nova. Esse canal está aberto para sempre. Conversem com os gestores das escolas, os gestores conversem com os regionais e com a gente, e vão dando esse retorno para apararmos as arestas. Esse plano não é perfeito, agora ele vai começar na prática e aí vamos começar a sentir alguns pontos que precisam melhorar. É pelos nossos estudantes que estão em casa, em uma situação difícil. A gente precisa fazer nosso maior esforço para resgatar todo mundo. Vocês, na ponta, vão dizer exatamente quais caminhos devemos seguir. A gente conta muito com a participação de todos vocês.