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19/05/20 às 7h00 - Atualizado em 6/10/22 às 18h51

CED Taquara, na zona rural, presente e conectado

A escola combina a plataforma Google, o WhatsApp e um blog que é sucesso, com 300 acessos diários entre os estudantes

 

Nathália Borgo, Ascom/SEEDF

 

A professora Glenda Sales, dos anos iniciais, posta as atividades no blog do CED Taquara e recebe as tarefas pelo WhatsApp

 

Se você é daqueles que fazem uma ideia bucólica, de lugar parado no tempo, quando pensa na zona rural, esqueça. No Centro Educacional Taquara, em Planaltina, as coisas andam, e andam rápido. Desde 2013 a escola tem um blog de sucesso, com 300 acessos diários, para facilitar as interações entre professores e alunos. Além disso, aderiram na primeira hora ao Escola em Casa DF, o programa da Secretaria de Educação para manter professores e estudantes vinculados às suas escolas durante o isolamento prescrito pela pandemia da Covid-19.

 

Alunos dos anos iniciais da professora de atividades Glenda Sales, com idade entre 7 e 8 anos, estão online. Uma participação considerada surpreendente nessa etapa. Dos 22 estudantes que tinham aulas presenciais com ela, 18 estão acompanhando, com supervisão dos pais ou responsáveis, os materiais inseridos no blog do CED Taquara. Professora e alunos mantém contato pelo WhatsApp. Ela envia exercícios, vídeos educativos, com contação de histórias, e recebe o retorno deles com as respostas e a participação efetiva.

 

“Eles usam o número dos pais. Alguns imprimem as atividades, outros levam mais tempo porque precisam copiar. Eu preparo as aulinhas com base no currículo e envio os PDFs. Temos seguido todas as orientações da Secretaria de Educação para que nenhum estudante seja excluído nesse processo”, afirma.

 

Com a supervisão dos pais, as crianças, entre 7 e 8 anos, enviam as tarefas pelo WhatsApp

 

Participação da família

 

Com o desafio dobrado em casa, Eliene Fernandes incentiva os dois filhos a estudar. A mais nova, Kamilly Vitória, é aluna da professora Glenda, no 3º ano do Ensino Fundamental, e passa pelo menos três horas por dia focada nas atividades. Já o Luiz o Henrique, do 9º ano do Ensino Fundamental, investe duas horas no aprendizado do conteúdo que os docentes publicam no blog da unidade.

 

“Acompanho tudo de perto. Não é igualzinho na sala de aula, mas eles estão tentando. Estou sempre cutucando os dois para que se esforcem. É claro que não temos culpa do vírus, então, só podemos desejar que tudo volte logo ao normal e eles possam retornar para a escola. Enquanto isso, vamos manter as atividades em casa. Os dois estão se saindo bem”, revela a mãe.

 

Blog tem 300 acessos diários

 

A cultura do ensino mediado por tecnologia é conhecida pela comunidade escolar do CED Taquara. O laboratório da escola tem computadores e internet acessível. “Já realizamos pesquisas institucionais e até provas digitais, com resultados imediatos para os alunos”, conta o idealizador do blog e responsável pelo laboratório, professor David Silva da Rocha.

 

O blog, que existe desde 2013, tem entre 250 e 300 acessos diários dos estudantes. David garante que os professores têm iniciativa, principalmente nesse período de isolamento. “Pelo menos 30 professores da escola aderiram às ações para que os alunos se mantenham estudando. O propósito é revisar o conteúdo e passar mais atividades. Futuramente teremos menos tempo, mas a ideia é facilitar o encaminhamento do conteúdo”, explica o professor.

 

A professora de inglês Juliana Oliveira faz parte da resistência. Para manter os seus estudantes focados, resolveu criar um canal no YouTube e gravar os conteúdos de sala de aula – tudo feito por ela mesma, desde a montagem do estúdio improvisado, em casa, até a edição. “Comecei há alguns dias e já tenho feedbacks positivos dos alunos. Chegamos a cerca de 70 visualizações por dia. Os vídeos contêm materiais do 6º ano ao Ensino Médio, com dicas para o Enem e os vestibulares em geral. Os estudantes assistem, fazem as tarefas e falam comigo também via WhatsApp para dúvidas e correções. Queremos que eles aproveitem todas as ferramentas à disposição para continuar estudando”, afirma.

 

A professora de inglês Juliana Oliveira criou um canal no Youtube e grava as próprias aulas

 

Entusiasmada com a possibilidade de manter o vínculo com a escola e seus alunos, ela diz que o cenário da Covid-19 tem aspectos negativos, mas a crise apresentou oportunidades, como a descoberta de novos aplicativos, o fortalecimento do conhecimento em tecnologias e a reinvenção do processo de ensino-aprendizagem.

 

A estudante Maria Eduarda Rodrigues Isoton, de 16 anos, cursando o 2º ano do Ensino Médio, está acompanhando diariamente os conteúdos online disponibilizados pelos professores. Para ela, é fundamental que cada um faça sua parte. “Acho muito importante o que alguns professores estão fazendo de casa para nos ensinar a matéria, assim como a professora Juliana. Eu faço os deveres do blog da escola, assisto aos vídeos dos professores, estudo por conta própria com videoaulas e redações, e assisto também filmes e séries para enriquecer meu repertório para a redação”, enumera a estudante.

 

Maria Eduarda, de 16 anos, cursa o 2º ano do Ensino Médio e, para não perder o ritmo, diariamente acompanha os conteúdos postados

 

Maria Eduarda diz que os pais acreditam na iniciativa dos professores. “Eles concordaram e sempre dizem que cabe aos estudantes aproveitar essas ferramentas para encontrar a melhor maneira de estudar. É uma questão de esforço e adaptação”, conta.

 

As matérias do CED Taquara estão disponíveis no blog da escola e no Google Sala de Aula com os conteúdos produzidos pelos professores, vídeos, textos e até jogos interativos. Para os estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental, que ainda não contam com internet, alguns professores estão disponibilizando materiais impressos que ficam guardados para que os pais ou responsáveis os apanhe na portaria da unidade.

 

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