Para chegar a todos os estudantes e professores, a Secretaria de Educação pretende proporcionar pacotes de internet gratuitos
Da Redação, Ascom/DF
A partir desta quinta-feira, 9/4, a rede pública de ensino diz presente aos estudantes. Vai estar onde eles estiverem. Basta que tenham acesso à Internet para estarem, virtualmente, nas escolas que frequentam, nas suas salas de aula, ao lado dos colegas que conhecem, com os professores que lhes ministravam aulas presenciais há até três semanas. A possibilidade de estarem de volta às aulas em pleno isolamento prescrito para conter a pandemia da covid-19 será proporcionada pela Secretaria de Educação, por meio do sistema Google for Education, que foi implementado e customizado para a secretaria pela Ensinar Tecnologia. Na próxima segunda-feira, começa a formação dos professores que desejarem utilizar a plataforma e a inserção dos conteúdos, sob a coordenação da EAPE. A partir da semana seguinte as aulas virtuais já podem ser iniciadas para os alunos da rede.
A Secretaria de Educação optou pela plataforma Google para o Ensino Médio e Anos Finais depois de concluir que esta é a plataforma com melhor aderência ao programa Escola em Casa DF. Para firmar a parceria, sem custos financeiros para a Secretaria, a área técnica considerou que a plataforma já está disponível na maioria dos smartphones utilizados pelos estudantes, o Android; é a que consome menos dados; e a que já é utilizada por 44 mil estudantes e 4 mil professores da rede.
Aliado ao uso da plataforma, a Secretaria anunciará nos próximos dias os pacotes de Internet gratuitos, que já estão em fase final de negociação com as operadoras. Os pacotes vão permitir que os usuários da plataforma, por meio da chamada cobrança reversa, tenham suas contas pagas pelo governo cada vez que a plataforma for acessada. Assim, estudantes e professores não precisarão gastar seus próprios pacotes. Mesmo aqueles que não têm acesso à Internet poderão usar livremente as ferramentas com as contas pagas pela Secretaria, desde que haja sinal em suas regiões. Pesquisa Distrital por Amostragem de Domicílio (PDAD) realizada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) entre março e outubro de 2018 mostra que 94% dos estudantes da rede pública têm meios para acessar a Internet. Falta-lhes o pacote gratuito.
O Google, por intermédio de uma empresa parceira de Pernambuco, a Ensinar Tecnologia, proporcionará suporte para as dúvidas dos estudantes enquanto durar a suspensão das aulas presenciais; a formação dos professores, com a coordenação da EAPE; e a customização da plataforma, para que o aplicativo se adapte bem à imagem e às particularidades da rede pública de ensino.
Os professores que já têm login e senha da plataforma podem inserir conteúdos a partir desta quinta-feira. Para os demais, a Secretaria pretende divulgar um guia com um passo a passo na próxima segunda-feira. No mesmo dia, será divulgado o passo a passo para os estudantes obterem logins e senhas que lhes permitirá usar a plataforma. A divulgação de ambos será feita pelo site e redes sociais como os estudantes terão acesso a estas informações.
A Secretaria vai ofertar conteúdo referente a duas semanas de aulas para que os professores possam usar este tempo para adaptação. Ao mesmo tempo, começará a formação, prevista para durar uma semana. Terminada esta etapa, começam as aulas virtuais.
As aulas vão começar pelo Ensino Médio. Esta etapa conta com 80 mil alunos e 4,4 mil professores em 90 escolas. Destes alunos, cerca de 17 mil estudam em 16 escolas da área rural. Em seguida será estendido aos anos finais do ensino fundamental.
A Secretaria pretende desenvolver uma logística para atender aqueles que não tiverem meios de acesso. É possível inclusive que sejam enviados conteúdos impressos às residências desses alunos. Mas antes a Secretaria avaliará a adesão ao programa. O objetivo é chegar a todos.
A plataforma está disponível para qualquer navegador, tais como o Google Chrome, o Firefox, o Internet Explorer ou o Safari, além dos dispositivos móveis Android e iOS. A navegação é bastante intuitiva, de fácil compreensão. A capacidade de armazenamento de informações é ilimitada.
Cada professor fará seus planejamentos. A interação é muito simples. A escola vai estruturar as salas virtuais, por série do Ensino Médio. Além disso, como a interação com os estudantes não é obrigatória durante a pandemia, haverá também salas temáticas em que os estudantes poderão encontrar material de estudo adequado ao componente curricular e série que cursa. Quando o estudante entrar, vai encontrar todos os componentes curriculares. Em cada um, haverá as atividades e os espaços para anexar documentos, ou seja, as tarefas realizadas. A plataforma permite a comunicação direta entre estudante e professor.
No mesmo ambiente, haverá o controle da frequência e as avaliações, que serão feitas pelos professores. Também será possível o acompanhamento dos pais ou responsáveis que assim o desejarem. Por enquanto, as aulas na plataforma virtual não contarão como horas letivas. A questão está em análise.
“A preocupação é não deixar ninguém pra trás, independentemente, agora, se as aulas virtuais vão ser consideradas dias letivos ou não”, afirma o secretário João Pedro Ferraz, esclarecendo que a questão legal pode ser resolvida durante o processo, mas deixar os jovens sem aulas, barrando-lhes o desenvolvimento, não: “Isso precisa ser resolvido já e é papel do poder público proporcionar resposta rápida”.
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