Da Agência Brasília
Foto: Dênio Simões, Agência Brasília
Secretaria da Agricultura atua em trechos críticos de vias, como as dos núcleos do Lago Norte. Para deter a degradação do solo, serão implementadas ondulações e bacias de contenção
Como parte da preparação para a volta às aulas, os trechos críticos das estradas que dão acesso às escolas rurais do Distrito Federal passam por mapeamento e recuperação da malha. O trabalho é executado pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.
A exemplo do que ocorre na Bacia do Descoberto, em Brazlândia, serão feitas intervenções como aconstrução e a limpeza de bacias de contenção — conhecidas como barraginhas — e elevações nas pistas, popularmente chamadas de peitos de pombo.
A pasta cede maquinário, como retroescavadeira, tratores e motoniveladora para as ações. A comunidade, por sua vez, colabora com a mão de obra em regime de mutirão.
Também estão sendo providenciadas parcerias com outros órgãos do Executivo local para cessão de materiais, como manilhas para canalização de trechos com cursos de água.
As medidas são fundamentais para que os ônibus escolares da área rural consigam buscar e levar os estudantes em segurança.
É o que destaca o subsecretário de Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Hercílio Matos. “Não podemos fazer desenvolvimento rural sem considerar o fator humano, com base na educação. Por meio dela é possível explorar os potenciais de ocupação do espaço”, afirma.
Uma das áreas visitadas é a região do Lago Norte, que abriga vários núcleos rurais. As equipes da Agricultura percorreram trajetos feitos por ônibus escolares que atendem três escolas e uma creche.
As pistas passam por recuperação periódica, mas, por causa do período chuvoso, as ações precisaram ser intensificadas.
Foram vistoriados trajetos que atendem as comunidades de Olhos D’Água, Palha, Córrego do Urubu e Jerivá. No Núcleo Rural do Bálsamo, por sua vez, a recuperação já começou e ocorre por meio da Administração Regional do Lago Norte.
A melhoria das estradas se reflete diretamente na maior frequência dos alunos, destaca a diretora da Escola Classe Aspalha, Lara Andréia Cardoso.
Segundo ela, os 210 alunos da instituição dependem do transporte rural para ir às aulas. “É ele que garante o dia a dia dos alunos, a permanência deles na escola”, explica.
Assim, oito ônibus transportam as crianças — do primeiro ao quinto ano — de casa para o colégio, nos dois turnos. Os veículos também as levam para as atividades na Escola Parque da 210 Norte.
A demanda por intervenções emergenciais nas vias chegou à pasta da Agricultura por meio do Conselho de Desenvolvimento Rural. O grupo é formado por representantes da sociedade civil e do governo de Brasília.
“Fazemos reuniões mensais, e uma das principais preocupações da comunidade foi justamente o acesso às escolas”, destaca a presidente do conselho do Lago Norte, Mônica Regina Peres.
Como se trata de um terreno íngreme, as obras consideram a redução da velocidade com que a água das chuvas escoa para as partes mais baixas da região.
A infiltração pluvial é um dos aspectos observados, uma vez que as comunidades estão inseridas na Área de Preservação Ambiental (APA) do Lago Paranoá. Isso significa que muitos afluentes do reservatório nascem naquela região.
Estradas dos núcleos rurais do Rio Preto, em Planaltina, e da Ponte Alta, no Gama, também serão recuperadas para o início do ano letivo.