O concurso premiou práticas empreendedoras desenvolvidas em escolas
Aldenora Moraes, Ascom/SEEDF
Aos oito anos de idade, a menina Luana Gonçalves já sabia o que seria na vida: professora. “Sempre tive paixão por ensinar. Sei que abdico de muitas coisas, mas meu ideal está relacionado a pensadores como Rubem Alves e Wallon, para quem afetividade é tudo”, define Luana.
Há 22 anos no magistério, a professora do Centro de Ensino Especial (CEE) 01 de Ceilândia atua com uma turma com estudantes de 27 a 68 anos. “A educação é uma ferramenta de transformação. Meus alunos têm potencial, mas às vezes são condenados à mesmice. É preciso que alguém os impulsione”, destaca a professora.
O impulso veio por meio do projeto desenvolvido desde o ano passado na unidade escolar. Os estudantes constroem materiais de uso pedagógico que são adaptados e desenvolvidos nas oficinas de reciclagem, a partir de modelos preexistentes. Eles visitam escolas sob a supervisão da professora e negociam a venda do material produzido. A renda é administrada pelos próprios estudantes por meio de uma conta digital.
“O projeto não se restringe ao ganho financeiro. Os alunos desenvolvem atividades como melhorar a oralidade, a leitura, tem acesso ao mundo do trabalho, alguns foram alfabetizados a partir dessa experiência, embora o foco não seja propriamente o letramento e alfabetização”, celebra a professora. As ações são apoiadas pela equipe gestora e contam o auxílio de outros professores como Cláudio Vieira.
A iniciativa tornou a professora uma das finalistas do Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora. O concurso identifica, estimula, reconhece e divulga as melhores práticas de educação empreendedora no Brasil. Esta edição contou com 1.269 inscrições em quatro categorias: ensino fundamental, médio, profissional e superior). A cerimônia de premiação foi realizada em Florianópolis.
Para o gerente da Unidade de Cultura Empreendedora do Sebrae Nacional, Gustavo Cezário, o prêmio é uma forma de agradecer o trabalho prestado pelos professores. “Nosso compromisso é trabalhar a educação por meio do empreendedorismo, que não é business, mas sobretudo, qualidade de vida”, finaliza.