Kawan, atleta de saltos ornamentais, foi terceiro lugar nos Jogos Pan-Americanos, no Peru
Daiane Garcez, CRE Plano Piloto
Depois de faturar o bronze nos Jogos Pan-Americanos, em Lima, no Peru, na categoria plataforma 10m, Kawan Figueredo Pereira, 17 anos, atleta de saltos ornamentais, já está em Brasília e retornou à rotina no Centro de Ensino Médio da Asa Norte (Cean), onde cursa o primeiro ano do ensino médio.
Não poderia ser diferente. Ao entrar na sala de aula, foi recebido com aplausos e entusiasmo pelos colegas e professores. “Quando vi a notícia postei logo no grupo da família dizendo que ele é meu aluno”, comemorou a professora de Português, Aline Castelar.
O sucesso na competição é reflexo não só de disciplina nos treinos, mas também de boa dose de persistência. Isso porque Kawan mora no Gama e acorda todos os dias às 5h para conseguir chegar a tempo, às 7h, na Universidade de Brasília (UnB), onde treina até meio-dia.
Depois, ele inicia uma nova etapa do dia, que é ir para o Cean. O detalhe é que essa correria se repete seis vezes por semana, com exceção do domingo. “Eu estaria mentindo se falasse que não é cansativo, mas caso eu queira conquistar medalhas, não posso ver isso como obstáculo e sim como desafio. Escolhi os saltos ornamentais e quero ir longe nesta modalidade”, afirma.
Kawan é natural de Parnaíba, Piauí. Veio ainda garoto para o Distrito Federal, onde teve o primeiro contato com os saltos ornamentais, em 2013. Desde então, tem levado a sério cada desafio. Tanto que o próximo passo é conquistar, no
fim do ano, uma vaga nas olimpíadas. Um caminho já seguido por Ricardo Moreira, Cesar Castro e Hugo Parise, que representaram o Brasil em Jogos Olímpicos nos saltos ornamentais e, hoje, são proprietários do Instituto Pro-Brasil, no qual Kawan treina.
Um detalhe curioso nesta história é que a entrega ao esporte representa, na vida do jovem, mais que uma escolha de modalidade. “O esporte tira muita gente das drogas, era para eu estar neste mundo, largado. E o esporte me tirou de lá”, revela.